Capítulo Sessenta e Quatro

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| Gabriella |

Fechei a cara quando vi que o Richard estava no restaurante com a prima dele, Calleri quis fazer a vontade da Giovana e eu fui obrigada aceitar.

- Aí que clima chato. — indaga o Galoppo e eu dou uma risada sarcástica.

- Vocês querem ir embora? — a Giovana pergunta com os olhos marejados.

Calleri olha para mim com o semblante fechado e eu apenas nego com a cabeça, eu sabia perfeitamente que ele jamais iria embora só por estarmos ao lado de pessoas rivais e que temos conflitos.

- Galoppo, você me acompanha lá fora? — Giovana indaga e o loirinho apenas concorda com a cabeça.

Eles se levantam imediatamente juntos e caminham para a área externa do restaurante, olhei de canto para o Richard que dava risada com Veiga e o restante da companhia. Senti meu coração acelerar e abrir um sorriso de canto, era bom vê ele feliz.

- Não dói para você vê ele seguir a vida dele? — Calleri indaga e eu olho para ele assustada.

- Não vou mentir, dói. — indago e viro a taça de vinho.

Calleri abre um sorriso confortante e pega a minha mão, sem eu pensar ele desferiu um beijo sobre ela.

- Você tá confortável para me dizer o que está acontecendo? — pergunto e meu amigo respira fundo antes de me responder.

- Ah vinte dias eu fiz dois gol em um clássico importante, ganhar ou ser o melhor jogador da partida não é nada comparado ao vazio que eu sinto ao chegar em casa.

A cada palavra dita por ele, uma lágrima escorria pelo o meu rosto. Como eu pude ligar só para os meus problemas e esquecer que ele também precisava de mim?

- Eu fui o segundo estrangeiro a marcar mais gols pelo o São Paulo e eu só queria ficar feliz com isso, mas, no fundo eu não tou. — indaga o Calleri e bebe água logo após.

Eu engulo seco e passo a mão sobre meu rosto limpando as lágrimas que escorriam por ele.

- Em 2017 quando meu pai assumiu o São Paulo pela primeira vez, vocês lutava contra o rebaixamento e aquela época me deixou uma marca que jamais esquecerei. — digo e o Calleri me olha confuso.

- Alguém te fez mal naquela época?

- Não. Eu te conheci, eu só tinha treze anos e você vinte e três. Me lembro como hoje quando entrei naquele vestiário e você abriu um sorriso, a gente sempre teve essa irmandade e cuidado um pelo o outro. — respondo o Calleri enquanto lágrimas escorriam pelo o meu rosto.

- Não chora não, que eu vou querer chorar também. — ele diz e soltamos uma risada uníssono.

- A gente prometeu antes de eu ir para o rio que sempre ligaríamos um para o outro, sempre que a gente sentisse o nosso mundo desabar...

- Eu não vou saber viver longe de você. — Calleri diz interrompendo que eu terminasse de falar.

Senti meu coração acelerar e por um segundo a minha respiração sumir. Fechei meus olhos e não liguei se tinha outras pessoas no ambiente que estaria vendo a situação, levei as duas mãos no rosto e tentei respirar fundo.

Olhei para o Calleri e abrir um sorriso largo, vi seus olhos brilharem igual estrelas.

- Sempre que precisar, pode me ligar. — digo e ele abre um sorriso largo.

Sem eu esperar ele me puxar para um abraço, enquanto fazia carinho em meu ombro, se tornava impossível eu não chorar mais ainda.

- Por mais que doa ter que vê você partir, eu entendo que é para o seu desenvolvimento, minha futura engenheira. — ele sussurra perto do meu ouvido e eu abro um sorriso.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora