Capítulo Vinte

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| Richard Ríos |

Eu tinha acabado de me vestir novamente, a loirinha estava no banho enquanto isso aproveitei para sair do quarto. Não quero romance, bom, a não ser que seja com uma certa pessoa.

- Estas jodido, colombiano. — diz o Joaco logo após eu descer as escadas.

Já sinto meu coração acelerar e olho assustado para ele, logo vejo o Endrick se aproximando com o celular na mão.

- O que você aprontou? — ele pergunta e logo me entrega o celular.

Fudeo! Meus fã estava especulando várias coisas e acredito que a Gabriella se estressou, ela acabou colocando uma publicação no Twitter falando sobre o ocorrido.

- Eu vou embora. — digo entregando o celular do Endrick.

- Calma ai colombiano, o que aconteceu ? — ele pergunta enquanto eu pegava a chave do carro do meu bolso.

- Depois eu explico pra vocês.

Digo desesperado e saio imediatamente sem me despedir de ninguém, vou até a casa da Gabriella e começo a bater na porta, demora alguns segundos até uma moça abrir.

- Oi, a Gabi está? — pergunto educadamente olhando para a moça.

- Ela foi para o clube junto com o pai e o irmão, é sério? — ela pergunta e eu nego com a cabeça, vejo a giovana descendo as escadas no fundo.

- Richard? — ela diz e no mesmo instante me viro e vou até meu carro.

Entro nele após destravar e coloco no gps o endereço do CT do Morumbi, eu tava sentindo minha respiração oscilar, minha cabeça estava doendo e a todo momento eu só pensava na merda que eu tinha feito. Meu celular não parava de vibrar com as notificações, respirei fundo ao parar no farol e desliguei ele no mesmo instante.

Não demorou muito para eu chegar na entrada, estacionei meu carro atrás de uma Evoque e sair apressado, fui até a entrada aonde tinha alguns seguranças e adentrei indo até a recepção.

- Eu imploro, preciso vê uma garota que está aí. — digo olhando para a recepcionista que me olha apreensiva.

- Eu não posso te liberar, você não tem nem credencial. — ela diz e eu começo a negar com a cabeça.

- É assunto de sério, faz essa por mim. — digo e logo vejo no fundo alguns jogadores.

- O que você tá fazendo aqui? — a voz da Gabriella ecoa e eu olho para ela apreensivo, tentando o máximo controlar a vontade avassaladora que eu estava de abraçá-la.

- A gente precisa conversar. — digo e ela me olha com desprezo, aquele olhar dela me matava.

Ela pede para a recepcionista me liberar e eu passo por uma catraca, ela gruda no meu braço e me leva até uma sala. Entro após ela da passagem e vejo a mesma trancar a porta.

- Você tá louco? Se algum dos menino visse você, eles acabaria com a carreira deles. — ela diz e eu dou de ombros não ligando.

- Eu não ligo se eu apanharia deles por conta de você, porque você postou aquilo? Quer me prejudicar? — pergunto me aproximando dela e ela espalma a mão.

- Te prejudicar ? Você viu o que suas fã está falando de mim? — ela pergunta indignada e eu concordo com a cabeça. - Acho que agora é a hora de você contar tudo pro Raphael.

- O clima no clube vai ficar péssimo. — digo com a voz embargada e ela dá de ombros.

- Se você não contar, eu vou. Falei que iria fazer da vida da minha irmã um inferno e eu só estou começando. — ela indaga friamente e eu me aproximo dela.

- Por favor, espera o jogo passar. — digo baixinho olhando no fundo dos olhos dela.

Os mesmo olhos que até dias atrás brilhava para mim, dessa vez estava vazio, naquele momento eu tive certeza que acabei perdendo aquilo que talvez eu nem soubesse que tinha.

- Richard, sai daqui. — ela diz e eu começo a negar com a cabeça, vejo a mesma morder os lábios tentando controlar as lágrimas que escorriam pelo o seu rosto. - Por favor, sai.

- Não! — indago ríspido e coloco minha mão sobre um lado do rosto da Gabriella, que na mesma hora vira o rosto. - Olha pra mim e diz que vai me perdoar, diz...

- Eu vou gritar se você não sair. — ela diz com a voz embargada e eu respiro fundo.

- Grita, berra faz o que você quiser, mas para de chorar eu imploro... — digo com a voz também embarga e dessa vez nossos olhos se cruzam. - Não suporto pensar que sou o motivo das suas lágrimas, me desculpe Gabriella e pode contar pro Raphael, porque eu não tenho coragem.

Digo e logo tiro a minha mão do rosto dela e abro a porta, saio dali sem olha para trás e passo a língua sobre meus lábio ao senti lágrimas escorrer sobre meu rosto. Giro a catraca e vou direto até meu carro, ao entrar bato duas vezes no volante revoltado com tudo aquilo.

Ligo o carro e dirijo até a minha casa, eu não sei como eu iria encarar o Veiga amanhã e como meus companheiros iriam receber essa notícia, se eles entenderia que eu não tive culpa ou se me julgariam por isso.

Depois de chegar em casa joguei a chave do carro em cima do sofá e subi pro meu quarto, minha cabeça latejava de dor e eu nunca havia sentido um sentimento de culpa antes, era péssimo. Tirei minha camiseta e me deitei sobre a minha cama, aos poucos fui sentindo meus olhos se fecharem.

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Acordei meio desnorteado e com um pouco de frio, levantei devagar e percebi que a janela que estava aberta quando me deitei agora se encontrava fechada. Passei a mão sobre meu cabelo antes de sair do meu quarto, ao descer as escadas vi que as luzes estava ligada.

- Natália? — pergunto logo após vê a minha ex namorada deitada sobre o sofá da sala.

- Como você tá? — ela me pergunta e eu engulo seco. - Eu cheguei e vi você dormindo, é por conta das últimas publicações do Twitter que tá repercutindo?

Ela pergunta e eu concordo com a cabeça, dou a volta no sofá e me sento perto dela.

- Os meninos vieram te procurar, alguns até me ligaram e eu falei que você estava dormindo e tava tudo bem... Quer contar o que aconteceu? — ela pergunta e eu nego com a cabeça, logo sinto a mão dela sobre um lado do meu rosto. - Seja corajoso.

A Natália diz e naquele momento me ajeito em seu colo, tatuamos essa frase juntos quando estávamos juntos e tinha um grande significado para mim.

- Prefiro não contar, você disse que tinha algo pra falar pra minha família, o que era? — pergunto enquanto sentia os dedos dela fazer cafuné no meu cabelo.

- Eu estava pensando na melhor maneira de falar que ainda amo você, que ainda quero fazer nosso relacionamento da certo... a gente poderia tentar, por tudo que já vivemos até aqui. — ela diz com a voz embargada e eu me levanto para encarar ela.

Encarei seus olhos cor de mel e passei a mão sobre seus cabelo preto, logo pude senti os lábios da Natália junto com os meus, um beijo doce e com saudade.

- Acho que já responde o que você quer. — sussurro baixinho após nossos lábios desgrudar.

E logo recebo um abraço apertado da mesma, eu não sei se estava fazendo a coisa certa em reatar o meu namoro, mas já percebi que eu perdi a Gabriella, então não tem mais o que fazer.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora