Capítulo Vinte e Seis

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| Gabriella |

Abrir um sorriso largo e senti um turbilhão de sentimentos se fazerem presente assim que escutei aquilo da boca do Richard, eu detestava admitir para mim mesma que eu também estava começando a gostar dele.

- Você diz isso pra todas que você pega? — pergunto tentando fugir do assunto e ele nega com a cabeça.

- Por favor, acredita em mim. Eu gosto de você mesmo. — ele diz e eu engulo seco no mesmo instante.

Coloco uma das minha mão sobre o lado esquerdo do seu rosto e encaro seus lindos olhos cor de mel, eu queria poder beijar ele nesse momento mas eu não queria me tornar uma amante, não queria aparecer em site de fofocas como a garota que destruiu um sentimento.

- Eu também gosto de você. — digo sem pensar e me aproximo um pouco mais dele. - Mas é errado, pra nós dois.

- Porque? Seu pai é o problema? O Calleri? Eu enfrento isso, enfrento tudo. — ele diz e sua áurea estava tão aflorada que só consegui sorrir.

- Você percebeu que deixou uma pessoa de fora ?

- Eu amo a Natália, mas como ficar com alguém sabendo que tô gostando de outra? — ele pergunta fazendo com que eu olhe para frente e desvie o olhar dele.

- Como você tem certeza? Você me conheceu tem uma semana, Richard. — digo com a voz trêmula e ele engole seco no mesmo instante.

- Não é tempo, é conexão.

São as últimas palavras que saem da boca do Montoya antes do celular dele começar a vibrar, se torna meio impossível não vê o nome que aparece no visor, era sua namorada.

- Oi Natália. — ele diz se levantando e eu me levanto logo em seguida.

Enquanto ele caminhava na minha frente, eu ia observando ele, cada detalhe dele. Meu celular vibra e eu pego ele que estava no bolso da minha calça, era uma mensagem da minha irmã, revirei meus olhos após ler.

Gigi
- Eu já não aguento mais ficar
nesse clima, o que posso fazer
pra nós duas se entender
novamente?
(23:15)

Bloqueio a tela do meu celular e coloco no bolso novamente, vejo o Richard desligar o celular e virar o rosto para mim. Ele abre um sorriso de canto e me olha de uma forma triste, o que me deixa aflita.

- Tudo bem com ela? — pergunto e ele apenas concorda com a cabeça. - Vou chamar um uber pra mim ir embora.

- É a última oportunidade que eu tô te dando Gabi, eu sei que vacilei em não te contar do beijo, sei que foi um erro...

Cruzo meus braços e franzo as sobrancelhas, sinto meu coração acelerar em cada palavras que saia da boca dele.

- Mas a Natália acabou de me perguntar chorando se eu quero mesmo ficar com ela, o amor da minha vida tá do outro lado da ligação esperando só uma resposta. — ele diz se aproximando de mim e eu sinto como se a minha alma saísse do corpo.

- O que te impede de responde ela? — pergunto tentando fugir do assunto principal.

- Você. Se você me disser que quer tentar algo, a gente enfrenta tudo, agora se você dizer que não quer tentar, hoje será a última vez que conversamos. — ele diz e eu respiro fundo, me aproximo do Richard e sinto meus olhos marejar.

- Anjos como você, não pode voar para o inferno junto comigo. — digo e vejo os olhos do Richard marejar. - Espero que você seja feliz.

Digo e sinto uma lágrima escorrer pelo o meu rosto, sem me xingar ou falar qualquer outra coisa o Richard se vira e caminha para longe de mim. Eu não estava dando adeus para o amor da minha vida, mas, talvez eu estava dando adeus para quem poderia ser o amor pra minha vida.

Desci a rua caminhando e refletindo sobre tudo, eu não queria que o Richard pegasse um problema para ele, o meu problema. Eu deveria resolver eles primeiro, deveria enfrentar isso e eu ainda não fiz metade do que eu queria, eu falei que iria fazer da vida da minha irmã um inferno e ele acabou de começar.

Me sentei numa praça que tinha duas quadras antes de chegar na praça, peguei meu celular e procurei pelo o nome do Calleri. Demorou um pouco para a ligação ser atendida, respirei aliviada assim que escutei a voz dele.

- Me da um conselho? — pergunto e logo posso escutar ele respirar fundo.

- Até dois, o que aconteceu? — ele pergunta e penso muito antes de falar.

- Você enfrentaria tudo por amor ou deixaria esse amor escapar?

Pergunto mais logo a ligação cai, olho para o celular e percebo que ele tinha desligado. Que ótimo! Agora sem resposta, sem celular e sozinha, não tinha como piorar essa noite.

Me levantei e fui caminhando até a avenida para poder pegar um ônibus, antes de chegar no ponto de ônibus reparei em um carro preto se aproximando de mim, era todo filmado o que me fez ficar ressentida.

Meu coração acelerou e minha garganta secou assim que os vídro começaram abaixar.

- Você? — pergunto abrindo um sorriso largo e respirando aliviada.

- Quer uma carona? — ele pergunta e eu nego com a cabeça.

Ele acaba não aceitando e abre a porta do carro para eu poder entrar, eu olhei para cima da rua na esperança de ainda poder vê o Richard mas eu que quis o fim, eu dei o fim em algo que nem começou.

Entrei no carro e abrir um sorriso, dei meu endereço e no caminho até em casa fui conversando e conhecendo mais ainda uma pessoa que eu tinha um certo ranço, conexão de rival consegue ser mais forte do que qualquer outra.

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Após a carona e ter conhecido um pouco mais o jogador do time rival, adentrei na minha casa e subi direto para o meu quarto. Assim que abrir a porta, pude ver uma caixinha de bombom em cima da minha cama e um pequeno cartão em cima.

Fechei devagar a porta para não fazer nenhum barulho e caminhei até minha cama, peguei o bilhete e me sentei na beirada. Lágrimas se escorreu pelo o meu rosto em cada palavra escrita.

"Eu tento todos os dias ser melhor pra você, tento melhorar na forma como te trato. Me perdoa filha, por ser falho na maioria das vezes... a Real é que eu me preocupo bastante com você, eu nunca fiz indiferença entre você e a sua irmã, mas, eu sei que entre vocês duas, você sabe voar sem ter medo de cair.
Esse bombom é o seu preferido, papai te ama."

Amassei o papel e joguei no chão imediatamente, eu amava brincar com os sentimentos alheios, amava manipular os outros sem ter um pingo de receio. Mas, eu odiava quando faziam isso comigo, eu odiava quando tentavam me comprar.

Eu necessitava de ajuda, necessitava de um tempo longe de tudo e todos.

"- A gente pode viajar juntos pra minha casa de praia no fim de semana, eu não tenho jogo."

Aquela frase ecoava pela a minha cabeça, eu sabia que seria um erro meu, mas, ninguém pensou em mim quando se beijaram dentro do vestiário. Se hoje eu sou fria e egocêntrica, eu tive a quem puxar, não é jogar na mesma moeda só é simplesmente agir da mesma forma que agem comigo.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora