Capítulo Sessenta e Nove

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| Gabriella |

O que era para ser algo que me fizesse perder a cabeça e me deixar emocionalmente destruturada, me fez ter uma crise de riso em meio ao restaurante.

— Você tá rindo? Ou esse é o seu novo choro? - Richard pergunta e pelo o tom da sua voz era possível notar sua preocupação.

— Era para mim fingir surpresa ?

— Você já sabia? - Richard pergunta e eu bebo um pouco da minha coca.

— Eu já desconfiava, a forma como ela fica incomodada quando ela está ao meu lado e mulher tem algo que nenhum homem tem. Intuição, meu bem. - indago e um silêncio se faz presente do outro lado da linha.

— Você não vai me xingar ou ficar brava comigo?

— Apesar de naquela época você ter me dito coisas que carrego até hoje em minha mente, você estava solteiro e não me devia nenhuma satisfação. - digo e me levanto da cadeira imediatamente.

Caminho até o balcão e pago minha conta enquanto permanecia com o celular sobre meu ouvido.

— Você não imagina o alívio que tô sentindo. - Richard diz e eu abro um sorriso de canto.

— Me conta como foi hoje no treino. - indago enquanto saia do restaurante.

— A mesma coisa de sempre, Abel tá furioso cobrando o máximo de nós. Semana que vem vamos jogar contra o seu timinho. - ele indaga e eu reviro meus olhos.

Antes de respondê-lo, olhei para um lado e para o outro antes de atravessar.

— Timinho né? O mesmo que eliminou você na copa do Brasil. - digo debochando e escuto a risada do Richard.

Acabo paralisando ao escutar uma buzina forte e um farol alto se aproximando, com o susto acabo deixando meu celular cair no chão e tenho um pequeno djavu do meu acidente no Brasil.

— Por mim eu deixava ela passar por cima. - indaga o Gavi colocando a cabeça para o lado de fora.

Fecho meu semblante e pego meu celular, observo que a tela inteira havia ficado trincada e aquilo me deixou mais furiosa.

— Vai se foder, encosto.

Digo ríspida e ele franze as sobrancelhas confuso, dessa vez quem estava ao seu lado era uma menina.

Menina inclusive que parecia muito com ele, apertei no botão que ligava o celular e sinto meu coração acelerar ao perceber que além de ter trincado a tela, ele teria quebrado.

— Senhor, isso é algum karma ? - pergunto desesperada olhando para o céu.

Começo a fazer o caminho de volta para o clube na esperança de poder encontrar alguém para chamar um uber pra mim. Senti meu coração acelerar ao escutar o barulho do trovão e o dia se tornar noite em questão de segundos.

Não tinha como meu primeiro dia na Espanha ser melhor.

Eu realmente estava pagando algum karma.

Começou chover muito forte, corri até um ponto de ônibus e me sentei no banco de ferro com cobertura, eu não fazia a mínima ideia de qual ônibus pegar e nem tinha decorado o nome do bairro.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora