Capítulo 20 - A Volta de Maxon

11 2 0
                                    

Durante o jantar do dia seguinte, surpreendentemente sou a primeira que chega. Me sento no lugar de sempre e espero o resto chegar. Não consigo conter minha alegria, embora esteja misturada com o sentimento de preocupação por conta de Maxon. As Selecionadas chegam aos poucos. America é a primeira a chegar. Ela faz uma reverência, e então se senta. 

- Como a rainha está? - ela pergunta numa tentativa de quebrar o silêncio e não ficar um clima estranho. 

Eu respiro fundo e respondo sinceramente, a olhando. - Não sei, mas definitivamente não está bem. É sempre difícil quando o rei e Maxon fazem alguma viagem, ainda mais em um caso como esse. 

Acho que America percebe o fato de eu não chamar o rei de pai, mas ela não comenta nada. Logo as outras chegam e se sentam em seus respectivos lugares. Estamos todas aqui, bem, todas menos minha mãe.

Mamãe entra alguns minutos depois que todas já estão sentadas. As meninas fazem uma reverência, mas ela não parece notar. Ela se senta no meu lado como sempre, mas parece perdida em pensamentos, porque nem chega a me cumprimentar. As meninas e eu trocamos olhares preocupados. Percebo que minha mãe de vez em quando dá uma olhada no assento de Maxon. 

Fico mais preocupada ainda. Sei que é sempre difícil para nós quando os dois saem, principalmente por causa de Maxon, mas minha mãe anda mais estranha do que nas outras vezes, o que me deixa mais preocupada de alguma coisa ter acontecido. 

Os mordomos começam a servir a comida. Vejo America e Kriss conversarem, talvez saibam de algo que não sei. Mas o que quer que seja, aparentemente minha mãe sabe. Por que será que ela não me contou?

As duas mal terminam de comer e já saem, juntas. Minha mãe nem parece notar. Preocupada, encosto minha mão no braço de minha mãe para chamar sua atenção. Ela está tão desligada que, se não aprendido a controlar seu comportamento em público, teria dado um pulo. Seus olhos, que estavam com uma aparência triste e perdida, ao encontrarem os meus parece que suavizam. Ela dá um sorriso leve. 

- Podemos conversar? - eu pergunto em tom baixo. 

Ela aperta minha mão e diz:

- É claro, meu amor. 

Assim que nós duas terminamos de jantar saímos dali. Não espero alcançarmos nenhum quarto para falar com ela.

- Você sabe de alguma coisa que eu não sei, mãe. - eu digo. 

Ela parece hesitar em me contar. 

Mamãe suspira. - Maxon e seu pai chegaram na Nova Ásia, me ligaram hoje de manhã. 

Eu fico confusa. - Isso é bom, certo? 

Ela parece pensar. - Porém quando fui conversar com a senhorita Elise, seus pais disseram que os dois não chegaram lá. 

Que esquisito. Abraço minha mãe, tentando confortá-la. 


Alguns dias se passam. Nada demais acontece. Mamãe ainda está perdida em pensamentos, preocupada. Eu também estou, principalmente depois do que ela me contou. Nos dias seguintes eu divido meu tempo entre tentar distrair minha mãe, nós duas passamos uma tarde no Salão das Mulheres fazendo as unhas dos pés e das mãos juntas, outro dia chego a ter a ideia de eu mesma maquiar mamãe, o que parece a ter deixado com um humor um pouco melhor. Minha outra parte do tempo também divido com Celeste, principalmente depois do jantar. Passamos um tempo juntas durante a noite, e, como ela não quer que suas criadas desconfiem dela, ela sempre volta para seu quarto para dormir. Acabo não sentindo falta de dormir com Celeste, visto que nos últimos dias tenho dormido no quarto da minha mãe, para fazer companhia à ela. 

A Princesa de IlléaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora