Capítulo 22 - Perda

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Assim que o ataque passa ficamos sabendo que Maxon estava seguro em outro abrigo, um para funcionários, assim como America. Mamãe é a primeira a sair do abrigo, indo diretamente para seu quarto em estado de histeria. 

Quando chego em meu quarto vejo que surpreendentemente as coisas parecem estar em ordem, bem, tudo menos Leah. Ela está com os olhos inchados, escondendo o choro.

- O que houve, Leah? - eu pergunto preocupadamente. 

Ela parece não conseguir responder por estar ainda segurando as lágrimas. É nesse momento que noto uma coisa.

- Onde está Aria? 

É com essa pergunta que Leah não consegue conter as lágrimas e desaba no chão, soluçando de tanto chorar. Ali entendo o que aconteceu. Fico de boca aberta, e então cubro a boca com as mãos, desacreditada. Sinto lágrimas se formarem em meus olhos, mas tento continuar firme por Leah. Ofereço minha mão para ela se levantar. Ela se levanta com minha ajuda e então eu a puxo para um abraço apertado. Nós duas nos permitimos chorar. 


Na próxima refeição junto de todos eu vou hesitantemente. Leah me ajuda a me arrumar em silêncio. É difícil falar qualquer coisa quando sentimos tão fortemente o peso da ausência de Aria. Eu sinto como se tivesse perdido uma irmã, e tenho certeza que Leah sente o mesmo. Sei que em alguns dias, talvez menos, a função de Aria será substituída por outra criada, mas no fundo não quero que isso aconteça, por mais que sei que será necessário, porque Leah não consegue fazer todo o trabalho sozinha. 

Eu desço até a sala de jantar, onde todos já se encontram. Sou a última a chegar. Silenciosamente caminho até meu lugar e me sento, ignorando os olhares preocupados de mamãe, Celeste, Maxon, e até mesmo das outras Selecionadas. Eles provavelmente não sabem o que aconteceu com Aria. Sinto até mesmo o olhar de Clarkson em mim, porém é um olhar de curiosidade, não preocupação. 

Mamãe e Maxon tentam falar comigo durante o café da manhã, mas eu simplesmente sacudo a cabeça, não querendo falar com ninguém no momento. Eu, assim como todos, como em silêncio. Sou a primeira a sair, e quando me levanto e caminho em direção à porta sinto alguém me seguir. 

Quando estou nos corredores do palácio, já fora da sala de jantar, olho para trás e vejo minha mãe com um olhar de extrema preocupação. 

- Eu sei que ontem à noite eu deveria ter reagido de outra maneira, feito alguma coisa - mamãe começa a dizer. -, mas fiquei totalmente congelada de medo ao invés de colocar meus filhos em primeiro lugar. Me perdoe, querida. 

Eu balanço com a cabeça, segurando as lágrimas. - O que houve? - ela pergunta. 

Eu respiro fundo e minha mãe se aproxima para secar as lágrimas que caíram. - Aria, uma das minhas criadas, ela... - eu não consigo terminar a frase, engasgo num soluço, mas percebo que minha mãe entende o que eu quero dizer. 

Ela rapidamente me puxa para um abraço. - Eu sinto muito. Sei o quanto você gostava dela. 

Naquele dia passo o resto do tempo no meu quarto somente com a companhia de Leah. Almoço em meu quarto e insisto para que Leah faça o mesmo. Em algum momento durante a tarde Maxon me faz uma visita e eu explico a situação. À noite janto em meu quarto. Logo após a janta é a vez de Celeste me visitar. Dormimos agarradas uma na outra. 

No outro dia acordo e, surpreendentemente Celeste ainda está deitada na minha cama dormindo. Pouco depois ela acorda, me dá um beijo e logo vai embora. Estou contando os dias para ela não ter mais que fazer isso, para não termos que esconder nosso relacionamento. Sua presença é substituída por Leah, que entra em meu quarto com uma expressão triste no rosto. 

A Princesa de IlléaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora