29 - Liberdade e recomeço

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Diante da janela, Antonieta observa os raios de sol que brilham intensamente lá fora. O calor invade o ambiente, destacando ainda mais sua solidão e sensação de aprisionamento. Depois que as mulheres sairam para mais uma manifestação, deixaram-na com uma sensação de vazio e angústia.

Enquanto olha para fora, ela suspira profundamente, desejando poder se juntar ao grupo e expressar sua indignação contra a censura do livro. Ela anseia por liberdade, por uma maneira de escapar das restrições que a prendem a seguir seu coração.

Enquanto ela se lamenta, Vicente está em outro cômodo há alguns quilômetros dali, diante de um espelho, ajustando um bigode falso em seu rosto. Em seguida, ele veste uma jaqueta simples e discreta, que não chama a atenção, e coloca um chapéu desbotado para completar seu disfarce. Ele sabe que precisa ser cauteloso e passar despercebido para evitar ser capturado pelas autoridades, principalmente porque não tem certeza de que ainda está sendo procurado.

Com passos cuidadosos, Vicente sai do local onde está escondido e se junta ás pessoas que passam na rua. Seus olhos estão atentos a cada movimento ao seu redor, sua mente alerta para qualquer sinal de perigo.

Enquanto caminha pelas ruas da cidade, ele mantém um ritmo rápido, determinado em encontrar Antonieta impulsionando-o adiante, apesar do medo que o consome. Ele sabe que precisa encontrá-la e protegê-la a todo custo, mesmo que isso signifique arriscar sua própria segurança.

Vicente observa a distância um grupo de manifestantes feministas reunidas na rua, empunhando cartazes e entoando palavras de protesto contra a censura do livro. Seu coração se enche de esperança ao pensar que essas mulheres corajosas podem ser aliadas valiosas em sua busca por Antonieta.

Com cautela, ele se aproxima do grupo, buscando uma oportunidade de abordar uma das manifestantes. Uma mulher de cabelos castanhos curtos e olhos determinados, Ana, destaca-se no meio da multidão. Vicente se aproxima dela, tentando não chamar muita atenção.

- Com licença, por favor. Eu preciso da ajuda de vocês. Estou procurando por alguém muito importante. - Vicente sussurra para Ana, mantendo-se discreto.

Ela o encara por um momento, avaliando-o com curiosidade misturada com desconfiança.

- Quem você está procurando? - pergunta Ana, mantendo a voz baixa para não chamar a atenção.

- Antonieta. Ela está aqui? - ele responde, esperançoso.

- E você, é? - Ana o olha de cima em baixo.

- Vicente Carvalho! - ele estende mão, apresentando-se.

Ana sorri largamente, enquanto pega a mão dele.

- Ah, prazer em conhece-lo, Vicente! A Antonieta não está entre nós, mas eu sei onde ela se encontra.

- Você sabe mesmo onde ela está? - seu rosto se ilumina ao ouvir as palavras dela. Ele respira fundo, sentindo um peso sendo tirado de seus ombros. - Você não tem ideia do quanto isso significa para mim! Por favor, me diga onde posso encontrá-la!

Ana assente com um sorriso solidário.

- Claro! Vou levá-lo até ela. - Ela direciona-se até outra mulher, que está próxima. - Vou me ausentar por alguns minutos, volto logo.

A mulher apenas olha para Vicente um pouco confusa e assustada, mas balança a cabeça.

Ana conduz o rapaz por entre a multidão, abrindo caminho entre os manifestantes. Vicente a segue ansioso, os olhos atentos ao movimento ao redor enquanto avançam pelo grupo.

Amor e ideais.Where stories live. Discover now