prólogo

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PETE

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PETE


O escritório está em silêncio, exceto pelo toque rápido dos meus dedos no teclado, pelo rangido da minha cadeira quando ela balança para frente e para trás e pelas cento e uma vozes bagunçando minha cabeça. Eu nem deveria estar trabalhando agora, mas você sabe, estou atrasado em tudo, e as garras em meu peito estão ficando cada vez mais difíceis de ignorar à medida que fico atrasado.

Então aqui estou, dois dias antes do Natal, armado com uma lista de tarefas, uma garrafa térmica com café e cada célula do meu corpo me implorando para continuar no caminho certo.

Pego minha garrafa térmica e tomo um longo gole, folheando mentalmente os presentes de Natal que comprei até agora. Tenho certeza de que cobri todos. Eu escrevi uma lista. Verifiquei duas vezes.

Porra. E o marido de Jhonatan? Eles estão vindo para a véspera de Natal, e que vergonha se ele aparecer e eu não tiver nada. Pois é, o cara é milionário, mas é o gesto. A sensação de inclusão...

Meu olhar se volta para o círculo de café em minha mesa. Que droga. A última vez que deixei um padrão deles para trás, entrei e encontrei a Eloise limpando-os para mim. Ela tem coisas suficientes para não precisar disso em sua vida novamente. Puxo minha manga para baixo e limpo, mas a maior parte já secou. Não é de surpreender, já que estou aqui... Esfrego o círculo enquanto viro o celular para ver a hora e...

Sete horas.

Como uma árvore de Natal iluminando minha mente, pulo da cadeira. Estou atrasado.

De novo.

Ele vai me matar.

Pego minha bolsa enquanto saio
correndo do escritório, as luzes do sensor de movimento no teto acendem quando passo por elas. Graças a Deus eu arrumei minha fantasia antes de sair esta manhã, porque só posso imaginar a cara dele se eu tivesse que fazer um desvio para isso. Isso me deixaria atrasado por hora. Uma das coisas boas de namorar Tawan é que ele é tão imprevisível quanto eu. Eu gosto disso.

Saber que ele se esquece de coisas - como meu nome ou ligar o telefone - e que é tão tílmido e ansioso para conhecer novas pessoas quanto eu. A única área em que divergimos, porém, é que estou sempre atrasado e ele é um defensor do tempo. É como se a vida dele fosse planejada em minutos, e Deus me livre de ultrapassar um deles.

Mas como alguém com uma longa lista de – peculiaridades, - não vou julgá-lo por elas.

Já estou meia hora atrasado quando subo no ônibus apertado, mas espero que ele consiga deixar sua reclamação de lado para que possamos ter uma boa noite juntos. Ele está visitando a família nas férias e no nosso aniversário de um ano, então esta é a nossa única chance de nos vermos antes disso, e tenho que lembrar aquele pequeno gremlin mal-humorado em meu peito que só porque estamos juntos há tanto tempo não significa que ele tinha que me convidar para ir com ele. Não. A família é um grande passo. E eu... bem, leva um minuto para que as pessoas sejam afetuosas comigo, e como meu cérebro está uma bagunça este ano, desde que parei de tomar meus remédios, posso entender que queira ir com calma. Está bem.

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