capítulo dois

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PETE

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PETE




Lágrimas continuam escorrendo pelo meu rosto durante todo o caminho para casa. Tenho uma mão apertada em volta da mochila e a outra enfiada dentro do casaco, tentando me aquecer.

Meus pensamentos estão voando. Passando pela minha cabeça cada momento com Tawan, cada palavra, cada eu te amo, cada vulnerabilidade compartilhada sussurrada no escuro. E claro, a maioria dessas vulnerabilidades eram minhas, mas ele também compartilhou, e agora não tenho ideia se as coisas que ele me disse eram reais ou mentiras.

Acho que agora faz sentido por que ele me chamou de Vegas daquela vez.

A dor atravessa meu peito.

Estou perdido, confuso sobre o que está acontecendo e como meu relacionamento perfeito pôde ser destruído tão facilmente. Mas a amargura também está surgindo. O lembrete de que seu esquecimento era igual a mim, que sua dispersão, suas peculiaridades, a razão pela qual ele não conseguiu uma promoção...

— É como se tivéssemos sido feitos um para o outro, Pete. Ninguém me entende como você.

Que. Idiota. Aposto que ele não tem TDAH. Aposto que é por isso que ele sempre chega na hora certa para tudo. Quero dizer, o cara faz um plano para o dia e... o cumpre! Sem problemas. Sem desvios. Sem pausas divertidas. Suas meias estão sempre combinando e no mesmo lugar, pelo amor de Deus.

Eu deveria ter visto através dele desde o início.

Fiquei tão entusiasmado por ter alguém que finalmente me entendeu, em um nível real, não um, ah, eu vi um vídeo sobre esse nível.

Com um grunhido, me curvo para frente, pressionando a palma da mão na órbita do olho para tentar conter as lágrimas. Ele não as merece, e talvez nem sejam completamente para ele, mas dói. A maneira como meu coração está queimando não deveria ser normal e, ei, talvez eu pegue uma página do livro do meu colega de quarto Tay e tenha um ataque cardíaco.

Dou uma risada mórbida com a ideia de ser levado às pressas para o hospital e vê-lo aparecer na minha cama se desculpando. É constrangedor o quanto eu quero isso. O quanto eu preciso vê-lo. Falar com ele. Perguntar a ele por quê.

O casaco que está em cima do meu escorrega um pouco e eu o puxo de volta para cima. O que só me faz sentir pior. É um casaco lindo pra caralho. Macio. Mais quente que o meu. Faz sentido, já que Vegas era mais gostoso que eu também. Mais alto. Músculos maiores. Mandíbula mais quadrada.

Ele me fez sentir como uma criança burra.

E uma pessoa horrível. Nunca esquecerei a expressão devastada em seu rosto.

Noivo?

As lágrimas estúpidas caíram novamente, e eu gostaria que este fosse um daqueles momentos em que eu pudesse esquecer tudo rapidamente, mas a sensação doentia que me infecta está tornando difícil seguir em frente. Sinto como se todo o meu peito estivesse aberto e não consigo juntá-lo novamente.

A Vingança Where stories live. Discover now