𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › 𝖿𝖺𝗇𝗍𝖺𝗌𝗂𝖺
❝É 1967 e Félix está farto de ser aquele garoto religioso que todos se aproveitam. Cansado de um Deus fingindo ouvidos surdos, ele decide tomar suas próprias decisões:
Quão ruim poderia ser se ele se vol...
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EM SEUL, os dias continuaram calmos como sempre. O tempo estava péssimo, devido à umidade e a chuva que caía do céu, mas apesar disso, as pessoas ainda estavam de bom humor.
O jovem de cabelos ruivos terminou de tirar o dinheiro da caixa registradora, entregando-o à velha à sua frente, do outro lado do balcão, que o pegou com cuidado.
— Aqui, Misook. Espero que você tenha um bom dia.
A senhora sorriu enquanto pendurava a sacola de compras no pulso.
— Muito obrigado amor. Espero que você também tenha um lindo dia. — respondeu, virando-se para a saída e passando por um trabalhador da obra, que segurava uma enorme caixa nos braços. — Ele é um cavalheiro. — ela comentou com o jovem, referindo-se ao caixa antes de sair pela porta, tocando uma pequena campainha pendurada na mesma.
O jovem de cabelos castanhos observava o amigo no balcão, erguendo e abaixando as sobrancelhas.
— Ela realmente te ama. — disse flertando, sorrindo um pouco enquanto caminhava para um canto da sala, deixando a caixa no chão enquanto respirava fundo.
— Oh, cale a boca, Seungmin. — Minho murmurou. — Ela poderia ser minha avó.
— Mas não é. — Seungmin mais uma vez endireitou-se, alongando-se um pouco antes de virar sobre os calcanhares, exausto, mas continuando com seu trabalho.
A vitrola com os Beatles tocando fez Minho querer dançar, mas seria muito constrangedor se um amigo ou alguém entrasse onde estava e o visse, então apenas pegou o pequeno pano um tanto sujo, borrifando-o com água, e sem evitar começar a cantarolar a música no meio da limpeza.
— Well, shake It up baby now! — Seungmin cantava da salinha cheia de caixas, exagerando no tom de voz, sorrindo um pouco ao ouvir a risada do amigo. — Twist and shooout!
— Twist and shout. — cantarolou Minho.
— Come on, come on, come, come on baby now!
— Come on…
Seus cantos foram interrompidos pelo estrondo das vitrines. O jovem atrás do balcão cobriu-se rapidamente, com a roupa e os cabelos cheios de pequenos cristais, sentindo-se em pânico, uma leve sensação de queimação em uma das maçãs do rosto. Ouviu a porta da loja abrir-se abruptamente, assim, começou a abrir lentamente os olhos, pensou que pudesse ser apenas seu amigo quebrando algo, ou algum tipo de roubo, eles sempre aconteciam. Mas assim que seus olhos estavam abertos completamente, percebeu que a situação era pior do que pensava.