Cap 1 - Máscara

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Kaylee Roy

Até onde a crueldade de uma pessoa pode ir? Até onde podemos ser insensíveis? Temos ido bastante longe.

A dias em que olho para essa cidade e me pergunto em que momento ela se tornou nossa? Porque nós mudamos as regras, tomamos bairros, ruas, lugares como nossos e criamos as regras, diariamente matamos mais do que qualquer pessoa normal e ainda assim a lei não nos toca. Porque mesmo que se chame submundo do crime, parecemos estar acima de todos os outros, vivendo em um mundo que eles não podem alcançar.

A luta pela sobrevivência no nosso mundo é diária e pessoas como eu, pessoas que podem ser piões ou chefes ganham a segurança dos muitos consideráveis dispensáveis. Mas são pessoas, vivas em todo caso. O que torna tudo mais cruel. Infelizmente não sou conhecida por me importar com até onde eu posso ser cruel.

O vento bate no meu rosto, giro a cabeça de um lado para o outro para diminuir a tensão no pescoço. O cabelo castanho bate no meu rosto, talvez queira fazer parte do vento, ir tão longe quanto ele ou até mesmo ser ele, talvez queira ser tão leve quanto e se deixar flutuar, mas está preso a mim.

— Você é muito lenta, Raven. — murmuro.

Quer trocar de lugar? — ela responde pelo interfone.

Solto uma risada abafada.

— Estou indo. — eu digo.

Olho a estrada por onde a Raven corre. E vejo o caminho pelos topos dos prédios. Começo a correr saltando entre um e outro. Quase caio uma vez mas me lanço com facilidade para cima, começando a correr bem acima da Raven.

A morte as vezes está próximo demais. Mas nesse caso, eu sou a morte.

Pego a minha arma e a carrego.

— Vou disparar atrás de você Rav, não pare. — eu digo.

— Estou a duas quadras, Rav. — ouço a Lise dizer pelos intercomunicadores.

Tenho o quarto na mira, ele está no carro, vou explodir o tanque, Kay dispara quando ouvires o sinal. — diz a Melissa.

— Entendido. — respondo.

Quando salto para o próximo prédio que fica numa esquina vou até a ponta e me preparo para atirar. Quando ouço o som de algo explodindo disparo duas vezes. Acerto a perna de um dos homens que está atrás da Rav, o outro dispara na minha direção e me abaixo rápido ficando atrás de um pequeno muro enquanto ele grita para os companheiros.

— Tem alguém no teto! — ele berra alto enquanto ajuda o amigo.

Nossa, que indiscreto.

Já ti vi Lise. — diz a Rav.

Gente. — diz a Melissa.

— O que foi? — perguntamos.

Não fui eu quem explodiu o carro. — ela diz

Nos mantemos no mudo. O que está acontecendo?

Me levanto. Olho na direção do fogo e do fumo a alguns prédios de distância. Não vejo ninguém.

Mas sinto tudo.
Me sinto caindo.
Sinto a dor.
Sinto a bala perfurando pele, carne e osso.

Atravessa tão rápido que perco o equilíbrio caio sentada enquanto processo e logo a seguir me aproximo do muro ficando abaixada.

Gemo alto de dor e olho para o meu ombro por uns segundos. Cristo essa merda machuca.

Tem alguém vindo na sua direção Kay! — Melissa alerta pelos intercomunicadores.

Bad boys - AlvorecerWhere stories live. Discover now