Cap 14 - Novo Jogo

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Kaylee Roy

Nunca nada doeu tanto quanto me virar e acordar. Minha visão treme e os meus olhos queimam com a luz que entra da janela. Não estou em um quarto branco ou azul como o esperado de um hospital. As paredes são pretas e vejo alguns brilhos dourados que ainda não tenho cabeça para identificar. Apenas sei que faz parte da decoração.

Olho para o lado e vejo uma poltrona cinza virada para mim. Tem alguém nela. Pisco tentando decifrar quem pode ser.

— Aspen? — pergunto, a minha voz saindo mais difícil do que esperado.

O peito me dói só de falar isso.

A pessoa não se mexe e nem reage. A minha visão vai melhorando. Cabelos castanhos escuros agora são possíveis de decifrar.

— Sebastian? — pergunto.

A pessoa solta uma casquinha parecendo por um lado divertida com a minha confusão.

Fecho os olhos, respiro fundo, quando os abro de novo a minha visão está um pouco melhor.

— Não! — digo rolando pela cama tentando afastar a coberta e sair daqui não importa onde eu esteja.

Arranco o fico do soro do meu braço e vou até a porta. Giro ela mas não abre, tento de novo e de novo. Mas está trancada. Bato na porta repetidas vezes.

— Socorro! — grito.

Ele continua sentado parecendo aborrecido com a minha confusão. Sinto uma dor a absurda na perna e olho para onde me lembro de ter sido esfaqueada, na parte de trás da minha coxa.

— Ótimo, acabou de rebentar a merda dos pontos. — ele diz parecendo bastante aborrecido.

Vejo o sangue escorrendo em um fio vermelho. Eu abano a cabeça e olho para ele e depois para a porta, volto a bater nela.

— Quem você acha que vem salvar você? Você está comigo. — ele diz — Acha que se te fossem salvar eu estaria aqui?

Ele tem razão, não deve haver ninguém para me ouvir do lado de fora.

Ele levanta e me puxa o meu braço, ele me empurra na cama.

— O que você pensa que está fazendo? — digo olhando para ele assustada.

Eu estou absurdamente dolorida, reparo que ainda estou suja de sangue e cheia de hematomas. Ele pega um quite médico.

— Espero que gosto de sofrer mais do que de matar, acabou a anestesia. — ele diz calmamente sentando na cama.

Ele puxa a minha perna agarrando a minha coxa antes de esperar alguma resposta da minha parte. Ele parece tão neutro e alheio ao que aconteceu comigo que nem parece que é culpa dele. Os olhos cinzentos dele olham a minha pele machada de sangue, meu e de outras pessoas, enquanto gotas espeças do meu sangue mancham os lençóis dessa cama.

Reparo agora que estou sem as minhas calças, sem a minha jaqueta e apenas a blusa cinza que eu usava durante a hora da morte. Eu estou de calcinha, alguém durou as minhas calças. E acho que foi ele.

O meu coração falha.

— Você fez algo comigo!? — pergunto.

Ele da um sorriso de lado. E depois ergue a cabeça me fitando com os olhos cinza dele.

— Você tem uma aparência decente, mas eu não gosto muito de garotas de dezessete anos, ainda mais inconscientes. — ele diz — A única coisa que eu fiz com você foi salvar a sua vida.

— E o meu irmão? — eu pergunto — Ele estava lá.

Ele esteriliza uma agulha e os meus olhos se arregalam vendo o que está prestes a acontecer.

Bad boys - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora