Cap 2 - Morte quer morte

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Kaylee Roy

O som de socos, música, motores, tudo se mistura, mas passo por tudo. Vou em direção aos fundos do armazém reformado, é uma base.

Olho para cima. Vejo os escritórios. O Aspen está no dele. Está falando com alguém. Travo o maxilar e volto a andar para frente. Sigo pelo corredor que leva aos fundos. Desço as escadas e vou para o porão. Entro, vejo o Bash e a Melissa. Eles estão olhando a mercadoria que roubamos.

— Me digam qual é essa porra que me valeu um tiro? — eu aperto os lábios.

— Talvez educação te valesse um tiro. — diz a Melissa.

Reviro os olhos.

— Me pergunto se valeria a pena enfiar.... — eu sou cortada pelo Sebastian que passa o braço a volta dos meus ombros e me dá beijo.

— É a fórmula. — ele diz.

— Fórmula de...? — eu pergunto olhando para ele.

— De uma droga nova, ainda nem está no mercado. — diz a Melissa.

— E como sabem que o risco valeu a pena, não levo a merda de um tiro por droga nenhuma.

— Relaxa amor, isso vai dar uma puta grana. — diz o Bash.

— Amor? — eu franzo as sobrancelhas.

Não me lembro de lhe ter dito que me poderia chamar assim.

— Estamos juntos a quase três meses. — ele diz.

A Melissa aperta os lábios e passa por nós saindo. — Boa sorte. — a ouço sussurrar para ele.

— E que merda isso tem a ver? — foco minha atenção nele.

— Você sempre complica tudo. — ele me solta e passa a mão pelo cabelo.

— Ah, eu sempre complico tudo? Não era para isso ser uma coisa simples? Mas você queria mais, sempre querem todos mais. — eu digo.

— Talvez todos sempre queiram mais porque nem o mínimo você dá. — ele diz.

— Eu não vim ao mundo para satisfazer a necessidade de ninguém.

— Mas que porra tem a palavra Amor? Te quebra assim tanto? — Sebastian pergunta me encarando enquanto estende os braços esperando uma resposta.

— Amor, amor, amor. — giro a cabeça e olho para o teto — Essa merda de palavra diz coisas demais, engana demais, não precisamos dela.

— Você está sendo infantil, é apenas uma palavra.

— O problema sou sempre eu. — murmuro.

— A pouco tempo o problema era a palavra amor e na real era mesmo porque você não gostou dela.

— Talvez se você ouvisse algum caralho do que eu digo.

— Fala, fala o quanto você quiser, mas não seja estúpida.

Ando um pouco e viro para ele, o encarando.

— Você é um idiota. — solto uma casquinha.

— Tá vendo, você ofende todo mundo e quando falam de você a droga do mundo é que está cheia de filhos da puta e você é a única que sabe o que é bom. — ele diz.

— A florzinha ficou triste é? Lamento se nós não somos os heróis da história, lamento se vivemos do crime, lamento que eu ache que esses sentimentos são perca de tempo e estúpidos...

— Não, você é que não sabe se controlar.

Ele diz e passa por mim saindo.

— Vai pro cacete. — digo e passo a mão pelo cabelo.

Bad boys - AlvorecerWhere stories live. Discover now