Cap 16 - Estilhaça-me

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É recomendado ouvir com a música acima.

Kaylee Roy

Eu estou com fome.

Já é de noite e nem ao menos uma garrafa de água recebi, não vi ninguém e acho que isso tudo é um teste a minha fé. O frio está entrando pela porta de vidro quebrada mesmo após eu ter fechado as cortinas pesadas desse lugar.

Estamos quase no inverno eu poderia morrer sem essas cortinas. A cama está próxima demais das portas de vidro, então ocupei o sofá, e me enrolei em todas as cobertas que tem aqui.

Ouço o som da porta sendo aberta, eu praticamente me encolho mais. O Ryan entra.

— Que dia é hoje? — pergunto.

— Quinta feira. — ele responde fechando a porta mas não a trancando.

Passaram-se dois dias desde terça, o dia em que tudo deu errado.

— Você olhou para a câmera, deixou uma. — ele diz olhando um candeeiro — Por quê?

— Achei que gostaria de ver meus últimos momentos quando o frio e a fome me fizessem vergar. — eu digo.

— Você nunca vergaria. — ele diz — Você precisaria de duas semanas até a fome começar a matar você de verdade e esse frio apenas vai deixar você doente, é uma forma de dizer que você colhe o que você planta.

Dou um sorriso. — Eu quebrei o vidro e eu mesma sofro com isso.

— Não é tão burra quanto parece. — ele diz.

Faço uma careta para ele. Ele sabe que sou provavelmente mais esperta e inteligente que ele.

— Você está aqui com uma assassina e não trancou a porta, começo a achar que está confiando demais em mim. — eu digo.

— Eu não confiaria em você nem mesmo que me pagasse. — ele retruca.

O que ele está fazendo aqui? Estou começando a cansar desse papinho. Está bom demais.

— Poderia ter explodido com a porta. — ele aponta para a garrfa de vodka na metade.

— Essa casa é grande, eu demoraria para achar a saída e chegar nela, até a Banks conseguiria me derrubar nesse estado. — eu digo — Deplorável, mas eu não sei o que me espera do outro lado dessas portas e além do mas, RJ vai estar aqui em algum momento e eu vou estar por perto, para pegar e matar ele sem hesitar, não vou perder essa chance de novo.

— Você é uma boa assassina. — ele me olha com as mãos nos bolsos.

Ele pega a minha jaqueta pendurada na cadeira e tira a faca improvisada dela antes de jogar a jaqueta na cama.

— Uma artista perigosa e ainda assim na minha casa você vai ajoelhar quando eu mandar, comer quando eu mandar, estou farto desse seu comportamento rebelde, se o Aspen não conseguiu domesticar você, alguém aqui vai. — ele diz.

Olho para frente para a tv e suspiro antes de tirar as cobertas de cima de mim e levantar me aproximando dele.

— Acha que eu sou a sua cadela para você domesticar? — eu pergunto.

— As minhas cadelas são mais espertas. — ele diz.

Olho para o lado já irritada o bastante com ele para continuar encarando ele.

— Você quer que eu me ajoelhe e cale boca quando você mandar? Quer que eu lamba seus sapatos e que beije suas mãos? Quer que eu chupe a porra das suas bolas e diga o quanto você pode ser bom? — eu digo — Nossa vai ser divertido ver você tentando.

Bad boys - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora