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Que dor de cabeça é essa? Eu não consigo respirar direito, e parece que um caminhão passou em cima de mim, lembrem-me de nunca mais beber tequila. Eu preciso levantar e tomar um banho, só assim eu acordo, mas cadê as forças?

Eu não lembro como dormi ontem, eu estava conversando com o Benja... Puta que pariu, Benjamin. Será que a gente fez sexo? Ai Deus, por favor, não. Não é que eu não queira, porque nos últimos tempos eu só consigo pensar nisso, mas eu estava tão bêbada.

Como eu fui parar nessa roupa? Será que ele me despiu? Ele me viu nua?

Começo a rolar na cama desesperada resmungando com Deus, quando olho para o espelho e vejo um papel grudado, eu levanto correndo, mas caio antes de chegar ao espelho.

Epa, espera ai, esta tudo girando.

É melhor eu ficar aqui deitadinha nesse chão macio, tão macio, quentinho, daqui a pouco eu levanto. É daqui a pouco...

— Victoria, ei, acorda.     

Eu consigo ouvir alguém me chamando, quem é? Eu não consigo abrir os olhos, eles estão tão pesados. Agora eu me sinto leve, eu estou flutuando? Agora eu estou na minha cama, minha caminha.

— Menina bonita, você precisa acordar.

Eu sei quem está me chamando, só tem uma pessoa que me chama assim. Meu coração aperta toda vez que eu escuto ele me chamar assim.

Eu abro os olhos tão devagar quanto posso, parece que estão grudados. Eu tento falar, mas minha garganta está queimando.

Eu consigo ver esses lindos olhos me encarando, ele está tão preocupado. Quanto tempo eu dormi?

— Que horas t-e-em? — eu pergunto e sinto minha garganta arder.

— 16h30. Eu vim perguntar se você queria ensaiar um pouco. Eu toquei a campainha varias vezes e ninguém atendeu, até que tentei entrar e a porta estava aberta. O que você está sentindo?

Bão sei. Eu quero água. — eu tento levantar, mas desisto. — Ai, tudo dói. Cadê a Bia?

— Ei, não levanta. Eu vou pegar água pra você. 

Ele sai do quarto e um minuto depois retorna com a água na mão.

— Deixa eu te ajudar. — ele coloca a água na cabeceira e me puxa com cuidado pra eu me sentar. — Toma. — ele me entrega a água e uma dipirona. — Esse remédio vai diminuir sua febre. Sua irmã viajou, assim que entrei aqui e vi você no chão, eu fiquei desesperado. Eu coloquei você na cama e fui procurar seu celular pra ligar para Mia, mas eu vi o bilhete dela dizendo que viajou com o Nero e volta amanhã à noite.

Péssiba irbã ela.

— Eu não vou ligar pra ela, eu cuidarei de você.

Bão. Bocê bão precisa cuidar de bim. Eu tô bem.

— Não, você esta doente. Eu vou pegar o termômetro. — ele sai andando em direção ao corredor, mas para e vira. — Onde fica o termômetro?

Bo arbário.

Eu deito esperando ele voltar com o termômetro, mas antes que ele volte, eu já estou dormindo novamente.

» «

Eu estou suando, suando muito. Eu abro os olhos e não vejo ninguém no quarto, Benjamin deve ter ido embora. Eu levanto bem devagar, e me sento na cama, procuro por meu celular e o vejo na cabeceira. Eu estico o braço e desbloqueio-o vendo que recebi uma mensagem. É da Mia.

Entregando-MeWhere stories live. Discover now