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Eu abro os olhos, e fico encarando o teto por alguns segundos. Eu estou com o corpo dolorido em algumas partes, e por um minuto me pergunto o que aconteceu ontem à noite. Porém, esse minuto vai tão rápido quanto veio, e imagens de Arthur vêm a minha mente. Na hora um bolo se forma em minha garganta, e eu corro para o banheiro e vomito tudo o que eu quis vomitar ontem.

— Amor? — eu ouço Benjamin me chamando na porta do banheiro.

Ele se aproxima, e eu levanto a mão fazendo um sinal que ele pare. Ele continua andando até mim, e segura meus cabelos, enquanto eu continuo vomitando. Alguns minutos se passam, e ele me ajuda a levantar. Eu me olho no espelho, e levo um susto com o que vejo.

Meu queixo está comum hematoma do lado direito, e meu pescoço com alguns arranhões. Eu sei que devo estar com hematomas no quadril, mas a enorme blusa de Benjamin tampa. Eu levanto a blusa, e vejo onde está machucado. Os hematomas começam no meu quadril, e vão subindo até minha costela esquerda. Eu não me lembrava de vê-lo me segurando ali, mas pelo visto. Eu me seguro pra não chorar, e fecho os olhos.

Eu lavo o rosto, escovo os dentes, prendo meu cabelo em um coque bagunçado, e me viro de frente pra Benjamin, que está sentado na banheira. Ele me encara, e consigo ver pelos seus olhos que ele está destruído.

— Eu tô bem. — eu falo, e seguro seu rosto. — Só alguns hematomas, mas daqui a pouco some.

Ele segura minhas mãos, e deposita um beijo nelas.

— Me desculpe por não estar lá, eu... — ele suspira claramente cansado. — Me perdoe.

Eu o abraço com um pouco de dificuldade, e ele leva suas mãos até minhas coxas, evitando encostar-se a meu quadril.

— Eu não preciso perdoar você, Benjamin. A culpa não é sua. Ninguém imaginou que isso fosse acontecer.

— Eu sei, só que meu Deus... quando Diego me contou, eu quis ir tanto ao seu encontro e te confortar, mas eu corri atrás daquele merda, e só pensava em matá-lo. Victoria, eu realmente quis matá-lo.

Eu não respondo. Sua sinceridade me pega de surpresa. Mas também o que eu esperava? Benjamin sempre foi possessivo, e se ele tivesse me encontrado no lugar do Diego, eu sei que as coisas hoje estariam bem piores.

Eu me afasto, e vou em direção ao quarto, ele me segue.

— Obrigada por ter ficado comigo essa noite, eu sei que terminamos e... — eu respondo, sem encará-lo.

— Eu nunca vou deixá-la sozinha, Victoria. Já deixei isso claro bastante vezes.

Alguém bate na porta, e eu respondo que entre. Mia aparece, e assim que me vê seus olhos se enchem de lágrimas. Ela corre até mim, mas para na minha frente. Deve estar pensando como me abraçar, sem me machucar.

— É só abraçar devagar.

Ela me abraça como seu eu fosse feito de vidro, e eu a aperto um pouco mais. Ela começa a chorar, e me abraça mais forte. Eu me seguro pra não reclamar, seus braços estão me segurando onde está machucado, mas eu não quero afastá-la agora. Eu sei que ontem à noite, ela estava sendo forte por mim, e agora serei por ela.

Ela me abraça por mais alguns minutos, e se afasta limpando o rosto. Benjamin continua sentado na cama nos admirando, e quando eu o encaro, ele deixa o corpo cair, e fecha os olhos.

— Eu vim aqui ver se você estava melhor, mas também avisar que o policial Junior está lá embaixo nos aguardando.

Benjamin se levanta na mesma hora, e avisa que vai descer na frente. Eu concordo, e abro o armário pra procurar um vestido. Mia decidiu descer junto comigo, e assim que troco de roupa, descemos para a sala. O policial Junior já está conversando com Benjamin, e assim que me vê o assunto se encerra.

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