16 de Dezembro, 2015.
— Enzo, você não pode me proibir de dançar. — eu respondo como Alice.
— Alice, você acha mesmo que a futura esposa do juiz Enzo Martini irá continuar dançando em uma boate? — ele segura meus braços com força. — Você está louca se acha que permitirei isso.
Eu respiro fundo e começo a chorar. As lágrimas brotam com facilidade. Ter Bruno me pressionando na parede com força, faz com que as lembranças de Arthur se intensifiquem, e a bile que sinto em minha garganta é tão verdadeira quanto à de Alice.
— Por favor, me solta Enzo, você está me machucando. — eu peço.
— Eu estou te machucando? — ele ri sarcasticamente. — Presta bastante atenção, Alice. — ele segura meus braços com mais força agora. — Você irá me obedecer, entendeu?
Eu faço que sim com a cabeça, e ele se afasta. Eu passo as mãos pelos braços indicando que estou machucada. Ele vai até a mesa, e bebe seu copo de uísque de uma vez só.
Bruno está interpretando muito bem. Seus olhos são bastante expressivos, cheios de raiva. É nítido para todos que seu personagem está bêbado.
— Enzo... — eu o chamo, e ele se vira. — Preste atenção você. — eu aponto o dedo pra ele. A raiva borbulhando dentro de mim. — Se você não quer que a futura esposa do juiz Enzo Martini seja uma dançarina, eu simplifico o seu trabalho. Nós terminamos.
Eu pego a bolsa que está no sofá, e vou andando em direção a porta, mas a mão de Bruno me segura, e ele me vira bruscamente. Meu corpo se choca com a parede forte demais, fazendo com que minha cabeça bata.
— Ai meu Deus, desculpa Vicki. — Bruno fala soando desesperado.
— Corta. — Rodolfo grita e vem andando até mim. — Você está bem, Vicki?
— Hm, sim... ai. — eu reclamo, e passo a mão na cabeça.
— Jorge, pega a bolsa de gelo, por favor. — Nonna pede ao seu assistente. — Vamos colocar um pouco de gelo, e depois retomamos a cena. Cinco minutos, pessoal. — ela grita.
— Vicki, caramba, me perdoe. Eu não achei que tivesse colocando tanta força assim.
— Tá tudo bem Bruno, eu não sustentei o corpo também, era fato que isso aconteceria. Só colocar gelo que passa.
Jorge chega com a bolsa de gelo, e coloca em minha cabeça. A dor vai aliviando aos poucos, e assim que o gelo derrete, Ana vem retocar minha maquiagem e cabelo. Alguns minutos depois, voltamos para a posição e Nonna grita "ação.".
— Ninguém termina comigo, Alice. — ele fala, e toma minha boca em um beijo feroz.
Eu mordo seu lábio inferior, e o empurro.
— Nunca mais você encostará em mim, seu filho da puta egoísta.
Bruno da o primeiro tapa no meu rosto. Não dói tanto quanto vocês pensam, o barulho assusta mais. Ele me puxa pelo braço, e vamos andando até o outro cenário. Ele me joga na cama com força, e sobe em cima de mim.
— Alice, minha doce Alice. Você é minha pra eu fazer o que quiser.
Eu estou aos prontos me debatendo. Ele coloca suas mãos em meu pescoço, e o aperta superficialmente, me asfixiando. Eu começo a gritar, mas a falta de ar faz com que eu comece a tossir. Bruno está em cima de mim com um sorriso largo no rosto.
— Você nunca mais irá me desobedecer, minha Alice, sabe por quê? — ele continua me asfixiando. Eu fecho os olhos, e choro mais. — Por que eu vou te matar agora, minha doce Alice.
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