Entregando-Me

21

Olá amantes de "Entregando-Me".
Eu preciso desabafar. Estou com um bloqueio do tamanho do maracanã, por isso as postagens estão demorando. Eu tô tentando escrever cada dia um pouquinho, e torcendo para que esse empata histórias saia daqui. Me desculpem pelo atraso, vocês serão recompensados. Xx.

» «

Hoje. 

Depois de três meses de ensaio, gritaria e muito estresse, podemos respirar aliviados. O dia da estreia para nós atores é tão importante quanto o nascimento de uma criança. Nós esperamos meses gerando o espetáculo, passamos por inúmeras oscilações de humor e no final, damos o nosso bebê ao mundo.

Fábio pediu para chegarmos seis horas antes, para ensaiar e nos arrumar sem pressa. Nós vendemos todos os ingressos, e saber que o teatro vai estar lotado, só me deixa mais ansiosa. Hoje é um dia importante para mim e Mia, e mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu sei que gostaria de ter meu pai e Beatriz aqui. Eu não a chamo de mãe, os motivos são óbvios.

Hoje também teremos o resultado de quem ganhou a bolsa de estudos no curso em Nova York. No total somos 20 atores, e todos nós estamos esperançosos. Alguns aqui não têm condições de pagar uma estadia lá, ainda mais por quatro anos, mas sempre existe um bar que precise de garçons, certo?

Abro a porta do camarim, e vejo Luana arrumando suas roupas nos cabides. Bruno está em um canto estudando o texto, enquanto Luiz faz alguns abdominais. Diego não chegou ainda e Fábio, está conversando com dona Ana que é a maquiadora. Mia está levanto sua mala para um dos sofás, enquanto eu vou em direção a um buquê de rosas que está na minha mesa. 

Ele não fez isso! 

Eu me aproximo, e pego o cartão que está no meio das rosas brancas e vermelhas. Minhas preferidas.

Samantha, que tenhamos muita merda e beijos hoje. Eu te amo.

— Homens como Benjamin estão em extinção. — alguém fala do meu lado.

Eu rio, e tiro os olhos do bilhete, enquanto seguro as lágrimas.

— Não existe homem como eu, Luana. Bom... talvez o Richard Gere.

Todos caem na gargalhada e eu reviro os olhos, me virando de frente pra Benjamin. Só ele sabe ser fofo e arrogante ao mesmo tempo.

— Oi.

— Oi. — ele sorri e coloca as mãos no meu rosto. — Gostou das flores?

Faço que sim com a cabeça e dou um selinho em seus lábios.

— São lindas. Obrigada.

— Já chega, eu tô quase vomitando aqui. — Fábio grita e Benjamin mostra o dedo do meio pra ele. — Vamos ao que interessa.

Todos nós vamos em direção ao palco e Fábio começa o ensaio.

» «

— Meia hora pra começar galera. — grita Fábio entrando no camarim.

Eu preciso respirar. 

Victoria, você já fez isso inúmeras vezes. É, mas dessa vez é diferente. Eu vou ter meu pai e Beatriz na plateia. É... quer dizer, eu acho. Ela deve vir né? 

Terminamos de passar a peça em duas horas, com algumas pausas, mas está tudo certo. Ana está me maquiando e quase todo mundo está pronto. Mia está lindíssima, e Benjamin... É Benjamin.