Cinco - Behind Blue Eyes

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Havia algum tipo de afrodisíaco natural que emanava do corpo de Corey e intoxicava o de Melissa. Tudo o que de negativo lhe circundou nos últimos meses foi absolutamente eliminado pelo poder sobrenatural dele. Na cabeça de Melissa havia apenas o desejo de tê-lo mais uma vez, porque fazia muito tempo desde a última, naquela cabana úmida e velha, escondida no meio da mata que circundava o St. Marcus. O desfecho havia sido inimaginável e a sequência trágica demais. Melissa precisava de uma nova lembrança, querendo, de uma vez por todas, apagar aquela em que Corey estava morto.

Quando ele finalizou o beijo que, como de praxe, lhe roubou todo o fôlego, havia algo de animalesco em seu olhar. Era cru e selvagem. Um outro lado de Corey, não mais o apaixonado, apenas o dominado pelo desejo sexual humano demais, pecaminoso demais. Melissa mordeu os lábios, porque a ansiedade dominou seu peito e fez um furacão rondar sua barriga. Suas mãos tremiam levemente, suas pernas também. Corey, por outro lado, tinha movimentos firmes e duros.

Ele levou uma mão ao seio de Melissa, ainda coberto pelo sutiã, acariciando-o com urgência, porém não deixando de proporcioná-la a sensação de prazer que sentia falta toda vez que ele lhe tocava naquele ponto sensível do corpo. Corey lhe encarava e com a outra mão abria habilidosamente o botão de sua calça jeans. Enquanto isso Melissa se livrava de seus sapatos e meias, encontrando certa dificuldade de se concentrar devido à absurda emoção do momento. Corey, obtendo maior sucesso em sua empreitada, puxou a calça pelas pernas de Melissa sem muita delicadeza e a jogou em qualquer canto. Melissa se encontrou sem ser capaz de realizar qualquer movimento além de observá-lo em seu desespero pouco disfarçado. Porque, no fundo, ela também estava desesperada por contato.

Corey, ainda sem deixar de encará-la, tirou sua jaqueta de couro, a camiseta, jogou os tênis e meias longe, abriu o cinto e baixou a calça jeans até onde sua boxer lhe permitiu que o membro estivesse livre o bastante para finalmente consumar o ato que tanto desejavam. Ele não disse nada. Olhou Melissa, incisivo e dominador, de modo que Melissa pareceu viajar pelo azul escuro e erótico de suas íris e alcançar sua alma. Ele sorriu, e Melissa estremeceu, porque suas intenções de repente ficaram evidentes a partir daquele gesto. E eram intenções que combinavam perfeitamente com as dela. Corey beijou-lhe com os lábios quentes a testa, então a ponta de seu nariz, e sem qualquer cerimônia, abriu-lhe as pernas, afastou para o lado sua calcinha, e penetrou com força a umidade fervente que era seu interior.

Melissa arqueou as costas de imediato, como uma reação instintiva às sensações que fizeram formigar sua pele, como se pequenos choques lhe anestesiassem os músculos. Havia sonhado tanto com aquilo, que agora que estava acontecendo, não era capaz de assimilar. Corey parecia se encontrar no mesmo estado de dúvida, pois parou. Sua mão esquerda se apoiou ao lado da cabeça de Melissa, enquanto a direita lhe apertava a coxa, fincando as unhas curtas em sua pele. Respirava com força, o peito subindo e descendo, lufadas de ar escapavam por seus lábios entreabertos. Os olhos fecharam com força.

Era como a primeira vez acontecendo novamente. A sensação indescritível de se unir a quem tão desesperadamente desejou. As circunstâncias eram absolutamente distintas, porém o sentimento, em sua pura essência, o mesmo. E não havia razão para não se sentir assim, visto que, de certa forma, Corey havia voltado à vida de repente.

Uma nova vida, um novo destino, um novo começo.

As velhas sensações de Corey lhe penetrando profundamente renovadas. Contudo sem perder todo o absurdo poder que sempre detiveram sobre Melissa.

Durou um breve segundo, porém pareceu uma eternidade torturante.

Os devaneios de Melissa chegaram ao fim quando Corey finalmente pareceu se sentir seguro o suficiente para abrir os olhos e encarar os seus.

Lobotomia (Livro II)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora