CAP. 1 - Revelação

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Fernanda acorda com o som irritante do despertador ecoando nos seus ouvidos. Ela levanta, toma um banho, veste seu uniforme e vai tomar café.

— Bom dia filha! — Diz sua mãe. Rafaela.

— Bom dia!

— Que disposição Hein? Nunca pensei que presenciaria o momento em que você estivesse animada para a escola. — Luís, seu pai, fala segurando um jornal e tomando um gole de café quente.

— Claro! É minha última semana! Queria que eu estivesse como? Triste?

— Não… — Seu pai fala rindo um pouco.

— Sabe… Vocês nunca me perguntaram que faculdade vou fazer… Porquê? — Fernanda quis saber.

— Ah filha! Nunca achamos que iria fazer uma. — Luís responde e Rafaela o olha com reprovação.

— Seu pai está brincando. Só achamos que ficar perguntando isso poderia te influenciar de algum modo na sua escolha. — Rafaela tenta consertar.

Fernanda acha aquela situação bem estranha, mas pensa que é melhor ficar por isso mesmo. Depois de terminar seu café, ela pega a mochila e vai para a escola.

Chegando lá, não teve tempo de cumprimentar suas amigas, pois, tinha chegado atrasada. Se passou às três primeiras aulas e o sinal para o intervalo soou.

— E aí? Já escolheu sua faculdade?-Luana, amiga de Fernanda desde que entraram no ensino fundamental dois, perguntou.

— Ainda não… — Fernanda dá ombros e morde seu salgado frito gorduroso que seu pai gentilmente (depois de anos) deu dinheiro para que comprasse. Ele achou que ela merecia já que o final do ensino médio estava aí.

— Amiga! Você só tem mais alguns dias! Já fez o ENEM, não são mais anos não!

— Relaxa! Ainda tem mais algum tempo até as inscrições do Sisu.

— É mas você realmente quer decidir o que você vai fazer pelo resto da vida, em apenas alguns dias?

— Mais ou menos isso…

— Você é louca! — Luana sempre levou as coisas relacionadas à escola, bem mais a sério do que Fernanda.— E se você escolher a coisa errada?

— Tranco e faço outra.

— Nossa! E seus pais não vão fazer nada?

— Por que fariam?

— Nossa! Se eu fizer isso meus pais vão me matar.

— E aí minhas gatinhas preferidas! — Roberto chega por trás das meninas e passa os braços nos ombros delas, ficando no meio das duas. — Estão animadas para o baile de formatura?

— Estou. — Luana diz.

— Acho que nem vou ir. — Fernanda fala.

— Oi? — Luana e Roberto disseram em uníssimo, intrigados pela indiferença da amiga a algo que eles esperaram a vida toda.

— É gente… Vou ir com quem? Ninguém me convidou ainda e não conheço ninguém que posso convidar. — Fernanda justifica.

—Olha, juro que se já não tivesse convidado a Luzia, eu te chamaria. —Roberto fala.

— Ei! Ninguém me convidou e vou mesmo assim! — Luana tenta encorajar a amiga.

— Ah! Mas você é você né Lua? —Fernanda diz.

Depois de mais uns minutos tentando convencer Nanda ir à festa, a menina finalmente se rende e diz que vai. O sinal bate e os amigos voltam para a sala.

¤

— Vejo vocês amanhã? — Luana pergunta entrando no carro de sua mãe.

— Sim! — Fernanda confirma e Roberto, que está com o braço esquerdo em volta do pescoço da amiga, faz um sinal positivo. Luana sorri e entra no carro.

O rapaz irá almoçar hoje na casa de Fernanda pois, seus pais haviam viajado e ele estava sozinho em casa.

— Já decidiu que curso fazer na faculdade? — Roberto pergunta ainda abraçado a Nanda.

— Não sei ainda. E sai de mim grude! — Ela fala tirando o braço de Roberto do seu pescoço.

— Ei! Que fria você hein? — Ele diz e a garota ri. — Mas relaxa aí! Eu também não sei o que fazer. Acho que vou para um intercâmbio!

— Ah! Claro! Filinho de papai pode fazer essas coisas. — Fernanda diz abrindo a porta de casa.

— Se quiser te levo na mala! Alguém com o seu tamanho dá pra levar como uma bagagem de mão. — Beto caçoa e eles entram.

Fernanda para de andar na hora que se depara com uma casal, na sala, sentado em um sofá e seus pais no outro, fazendo o amigo esbarrar em suas costas.

Todos com expressões sérias.

Sua mãe coloca um sorriso amarelo no rosto.

— Ah! Você chegou filha! Temos visita pra o almoço hoje!

— Opa! Sei que sou demais mas também não precisa me anunciar assim tia! — Roberto faz graça, dando um abraço em Rafaela.

— Vê se toma jeito menino! Você já é de casa! Não precisa de anúncio. — Ela fala rindo e Roberto vai cumprimentar o pai de Nanda. — Crianças, esses são o senhor e a senhora Clarker. Nossos velhos amigos…

O casal de amigos dá um “Oi” tímido.

Depois do almoço, Nanda e Roberto ficam jogando vídeo game na sala enquanto seus pais conversam com os visitantes na cozinha.

Algumas horas depois os Clarker foram embora e após um tempo, Roberto também vai.

— Filha… precisamos falar com você. —Sua mãe diz com uma expressão séria, cruzando seu braço com o do marido.

—O que eu fiz? — A garota fala fechando a porta, depois de acompanhar o amigo até o lado de fora da casa.

— Nada filha… Você não fez nada. Senta aí. — Rafaela diz calma e Fernanda obedece.

Seus pais se sentam no outro sofá e a encaram, parecendo nervosos e inquietos.

— Gente fala logo! Estou ficando assustada!

— É que não sabemos como te contar isso. — Luís se pronuncia.

— Contar o quê?

— Fernanda, quero que antes de tudo você nos perdoe! Estávamos com muitas dificuldades na época e precisamos fazer isso. — Diz Rafaela com um olhar triste.

— Fazer o que? Do que estão falando?

— Filha só… Diz se nos perdoa… Por favor…

— Tá eu perdôo. Mas o que vocês fizeram de tão grave?

— Quando do você nasceu, estávamos passando por muitas dificuldades. Chegamos a passar fome. Então, um dia, um homem chegou na porta da nossa casa e nos ofereceu um contrato. Disse que nos tiraria daquela angústia e sofrimento em que estávamos, que pagaria seus estudos e daria um emprego para o seu pai. Mas tínhamos que aceitar a sua proposta e assinar o contrato. Ele até veio acompanhado de um juiz! Na época, estávamos tão desesperados para sair daquela situação horrível e te tirar daquela vida que… aceitamos.

— Aceitaram o que?

— A proposta de casamento com você Fernanda.

Olá leitores! Tudo bom? Acho que com esse livro vai. Já deve ser o sexto que estou escrevendo. Os outros fiz a proeza de apagar. Sei lá… A história não ia pra frente sabe?
Bom mas dêem seus votos comentem que com certeza ficarei mais animada e colocarei o livro pra ir para frente.

Beijoca com pipoca e Tchau!

Superando dificuldadesWhere stories live. Discover now