Superando dificuldades

CAP. 11

-Como é?!

-Isso que você ouviu Fernanda. A sua festa de noivado será nessa sexta.

-Mas não era sábado ou domingo? Adiantou por que?

-Por quê já enrolamos de mais.

-Enrolamos? Mas... e os meus planos?

Fernanda pergunta indignada.

-Que planos Fernanda? Você está fazendo o quê da vida? Nada. Sem falar, que você só irá noivar. Não vai se casar de vez. -Responde Luís.

-Sei lá... eu ainda estou insegura com essa história toda de casamento... Não sei se... eu quero...

-Fernanda você sabe do contrato.

-O contrato que vocês assinaram! Eu nunca concordei com nada!

-Então você queria que nós morassemos na rua Fernanda? Você queria viver passando fome e com seu pai e sua mãe desempregados?- Luís altera o tom e Rafaela segura o braço do marido, fazendo sinal para ele se acalmar.

-Não...

-Então, saiba que a família desse rapaz é responsável por nos tirar da miséria e se eles quiserem, podem nos colocar de novo.

Fernanda encara o chão e vai para o quarto batendo a porta. Não entendia como e nem por que seus pais e os Clarker anteciparam o noivado. Ela precisava falar com alguém e desabafar, mas quando ela colocou a mão no bolso de seu short, percebeu que havia esquecido seu celular no sofá da sala. Bufou com a idéia de que ela teria que enfrentar seus pais depois daquela pequena discussão que no caso, ela saiu perdendo.

Mas Nanda teria que fazer isso se quisesse desabafar com alguém.
Fernanda saiu do quarto e caminhou pisando firme até a sala, mas parou quando ouviu seus pais conversando e começou a ouvir escondida.

-Tem certeza que vai ser melhor assim amor?- Rafaela diz.

-Sim. Você sabe que se esse garoto voltar a andar antes de se casar com Fernanda, nós corremos o riscos de perder meu emprego e nossa casa.

-Mas... Será que vale a pena?

-Rafaela, o que custa? Nossa filha irá ter um bom marido, em uma família nobre e terá um bom futuro.

-Custa a vida de nossa filha! As escolhas dela! Vocês fala como se a Nanda fosse um objeto!

-Não foi isso que eu disse.

-Mas foi o que eu entendi! Não pode fazer isso com nossa filha!

-Você está colocando palavras na minha boca Rafaela! Pare.- Luís diz frio e a mãe de Nanda o ignora.

-Você só se importa com bens materiais! Só se importa com você mesmo!

-Você concordou em assinar o contrato! Não pensou em você quando fez isso? Não pensou em como nossa vida iria melhorar?- Luís aumenta o tom de voz e o coração de Fernanda começa a bater forte. A sensação de de ver seus pais brigando era horrível. Talvez a pior que ela já havia sentido.

-Nunca pensei que chegaria a esse ponto! - Rafaela grita e uma lágrima escorre de seus olhos verdes que geralmente só transmitia um brilho de alegria.

-Não grite! Fernanda pode ouvir! - Luís agarra o braço da esposa com violência e o coração de Fernanda dispara fazendo-a sentir uma pequena tontura.

-Que ouça! E tomara que esse rapaz ande! Para essa sujeirada acabar de vez! Me solta! - Rafaela se solta do marido e caminha em direção ao corredor. Fernanda corre de volta para o seu quarto e fecha a porta, tendo a certeza de que eles sabiam que ela tinha ouvido tudo devido ao estrondo que a porta havia causado. Isso soa infantil e realmente é. Mas Nanda nunca viu seus pais brigando. Seu coração batia tão forte e rápido que ela chegou a pensar que se ela não se acalmasse ele pularia pra fora do seu peito. Ela respirou fundo quatro vezes e conseguiu pensar no que realmente importa já que todos os casais tem suas intrigas de vez em quando.

-Então... Se ele andar... de algum jeito, esse contrato idiota acaba...

E sem querer, Fernanda tirou uma coisa boa da briga de seus pais. Algo que poderia a livrar de uma prisão sem selas. Uma idéia. Que seria executada nem que fosse a última coisa que Nanda faria na vida.

¤

-E aí? Como é saber que você pode voltar a andar? - Pergunta Pedro, seu amigo de infância.

-Ótimo. Sabe... Acho que... Estou começando a gostar dela.

-Dela?

-Fernanda.

-ah! O contrato. Então a "sortuda" -Pedro fez aspas com os dedos- se chama Fernanda?

-Aham... Foi graças a ela que eu consegui sentir essa dor no joelho...

-Nisso eu discordo! Isso é mérito seu. Ela pode ter te incentivado. Nada mais que isso.

-Mas se não fosse pelo incentivo dela, eu não teria me esforçado, nem acreditado aquele dia. - Pedro dá ombros - Mas... Você não acha que ela é muito nova pra mim?

Matheus diz e toma um gole do líquido que está em sua xícara. Eles estão sentados em uma mesa que fica no jardim da casa de Matt enquanto comem alguns pães de queijo com café.

-Quantos anos ela tem?

-Dezessete.

-ah! Não é pra tanto. Quando eu conheci a Vicky ela também tinha dezessete anos.

-ah! Por falar dela, como anda seu casamento?

-Às mil maravilhas amigo. Estamos pensando em ter um filho.

-É mesmo?!- Matheus pergunta com entusiasmo.

-É, mas ela está um pouco insegura.

-Insegura? Mas por que?

-Coisa de mulher Matheus, não dá pra entender. - Pedro brinca e Matheus solta uma gargalhada.

-Bom... mas me conta, como você fez pra conquistar a Vicky?- Matheus pergunta interessado.

-Ah, foi tudo muito natural. Acho que foi ela quem me conquistou. - Os dois riem- Mas... Por que quer saber Matheus? Esta tentando conquistar alguém nas vésperas de seu noivado? Rapaz... isso vai dar rolo.

-E se esse alguém fosse minha futura esposa?

-Isso é sério?- Pedro pergunta com um sorriso de canto no rosto.

-Claro... Acho que ela merece se casar com alguém que goste. E já que a menina não tem escolha...

-Você vai tentar ser esse "alguém que ela goste". - Pedro completa e Matheus ri tomando seu café em seguida. Ele se inclina um pouco sobre a mesa.

-Pode escrever o que vou te dizer agora Pedro: Eu vou conquistar a Fernanda, nem que seja a última coisa que eu faça na vida.

Olá leitores!!!

Só eu que me derreti? Aliás? Qual o gostou da participação especial do Pedro na história? Ele é o personagem do meu livro "um amor em meu ódio" (para os eu no entenderam bulhufas do que eu acabei de falar).

Comentem aí o que estão achando, o que vocês acham que Fernanda vai fazer sabendo que Matheus tem chance de voltar a andar.

Beijos!

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