ESPECIAL 1.000 - Matheus

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Acordo 5:00AM. Em ponto, por que apesar de hoje ser o noivado, meu pai não perdoa. Tenho que trabalhar.

Passo a mão no rosto e me levanto. Puxo minha cadeira para perto de mim e me sento nela. Essa é a pior parte do meu dia. Ter que sentar nessa cadeira maldita, é como se fosse um aviso: sorria! Você é diferente de todo mundo e hoje é mais um dia em que terá que fingir que está tudo bem!

Me encaminho até o banheiro, tomo um banho e escovo os dentes. Volto para o quarto e visto um terno qualquer.
Tanto tempo nessa "situação", eu aprendi a me virar, por que a pior coisa pra mim é ter que depender de alguém pra fazer as coisas.

Em seguida, vou para o elevador que me leva até a cozinha. Quando a porta se abre meu pai está tomando seu café enquanto mexe no celular.

-Bom dia.- digo, mas não obtenho resposta, apenas uma expressão de poucos amigos me encarando por atrapalhar.

-Já fez os relatórios que eu mandei?

-Estou finalizando.

-Então termine logo. Os investidores irão até a empresa hoje e eu quero esses textos na minha mesa antes às nove horas, sem atrasos.

-Okay.

-Agora vamos logo que temos um dia cheio. - Meu pai diz e se levanta.

-Eu vou depois.

-Tá bom. Então aproveita que vai ficar por aqui e termine os relatórios agora e resolva aquela questão dos seguranças.

-Precisa mesmo disso? Ela não vai gostar nada.

-A Fernanda não tem que gostar. Se alguma coisa acontecer com ela, tudo estará perdido.

- Eu sei.

-Que bom. Não demore.- Ele pega as chaves e saí pela sala. Pego meu celular e começo a ver as últimas pastagens do site de notícias da empresa e para minha felicidade (ou não) uma matéria comunicando que meu noivado é hoje está estampada logo de cara no site. Não perco meu tempo lendo, já que tenho plena certeza de que a pessoa que escreveu isso não sabe nada concreto sobre esse assunto e não dá a mínima pra minha vida. Essa pessoa só quer receber seu dinheiro no final do mês.

-Bom dia filho! -Diz dona Amélia entrando na cozinha.

-Bom dia mãe.

-Seu pai já saiu?

-Sim.

-Ah... E aí? Animado?-Ela diz tomando um gole do seu capuccino.

-Nem um pouco. Acho tudo isso uma injustiça. Tanto comigo quanto com ela.

-Eu também acho querido... mas você sabe que...

-Eu não sei de mais nada mãe. Estou quase surtando com tudo. É horrível saber que a Fernanda não teve opção de escolha. É horrível saber que para ela, esse casamento está sendo uma obrigação. Eu sou um obrigação.

-Acho que vocês devem passar mais tempo juntos. Tenho certeza que se ela te conhecer melhor, vai adorar você.

-O difícil é ela querer passar mais tempo comigo.

¤

Chego na empresa e vou direto para minha sala. Começo imediatamente a digitar os benditos relatórios,
que, ainda bem, preciso apenas revisar e dar os últimos ajustes. Jonas Clarker não permite erros.
Quando finalizo tudo já são sete horas e minha secretaria acabou de chegar.

-Olá sr. Clarker! -Diz Amanda entrando no escritório com meu café.

- me chame de Matheus Amanda, sabe que esse sobrenome me incomoda. -digo sorrindo para ela.

Superando dificuldadesWhere stories live. Discover now