Rafaela, que está na cozinha, apenas sentada, esperando seu marido, escuta a porta da entrada bater e presume ser ele.Ela se levanta apressada e vai até Luís que a olha com desânimo.
Ele está vestindo seu velho terno, que ganhou de um amigo, para passar boa impressão para os contratantes.
-Conseguiu?-Ela pergunta de um jeito suave.
-Não.
-Nem uma entrevista?
-Nada.-Ele fala, se jogando no sofá e caindo sentado. -Estou desanimando disso Rafaela. Nunca consigo nada.
-Não fale assim...-Ela diz se sentando ao lado do marido. -Vamos dar um jeito.-Rafaela fala e o dá um selinho demorado.
Ao fim do beijo ele suspira, exausto.
-Mas até quando? Até quando teremos que "dar um jeito"? Não quero essa vida para você e nem para nossa filha, Rafaela.
-Luís fique tranquilo, pelo menos temos um lugar para morar.
-De que isso adianta? Não temos nada na geladeira e nossa casa esta correndo risco de ser colocada para leilão. -Ele fala, de um jeito cansado e calmo.-Não temos todo tempo do mundo... E eu não sei mais o que fazer.
De repente, os dois ouvem um choro que vinha do quarto do casal. Era Fernanda que acabara de acordar e se assustou por estar sozinha.
O quarto dos Clouder, baseava-se apenas em um coxão no chão com alguns lençóis, um espelho embutido numa das paredes e caixas, onde guardavam suas roupas.
A casa deles era bem simples e apenas restaram os móveis principais da cozinha e o sofá.
O resto foi vendido,na tentativa de conseguir dinheiro para quitar as dívidas.
Rafaela saiu para o quarto, onde Fernanda estava, deixando Luís sozinho, com seus pensanentos, na sala.
De repente, ele escuta palmas em frente ao seu portão e vai atender.
-Olá, Bom dia, Você é o Sr. Clouder?-Um homem, muito bem trajado pergunta assim que Luís abre o portão.
-Sim, sou eu.
-Bom, gostaria de conversar com o senhor, será que eu poderia entrar?
Mesmo achando isso muito estranho, ele acabou deixando. Qualquer coisa colocaria aquele homem pra fora a ponta pé.
Chegando dentro da casa, Luís o convidou para se sentar no sofá e o homem aceitou.
-Bom, eu ouvi falar muito de você na minha empresa sr. Clouder. Soube que está passando por sérias dificuldades, então, eu gostaria de lhe propor um acordo.
-Acordo?
-Exato. Isso pode parecer meio absurdo e louco. Mas saiba que irá beneficiar uma grande quantidade de pessoas e vocês estão incluídos nisso. -O homem fala entregando um papel para Luís e na mesma hora Rafaela aparece na sala, com a pequena Nanda em seu colo.
-Olá!-A moça cumprimenta o homem com seu melhor sorriso -Visita!
-Rafaela este é o...-Luís diz.
-Jonas. Jonas Clarker. -O homem completa andado até Rafaela.-É um prazer senhorita. -Ele diz e dá um beijo na mão livre da moça. -Essa é sua filha?-Jonas pergunta encarando a bebê no colo da mãe.
-Sim.-Luís afirma seco.
-E qual o nome dela?
-Fernanda. -Rafaela toma a frente e responde.
-Hum... Fernanda... Que nome bonito.-Ele diz, dando um leve aperto na mão da criança. -Mas voltando a proposta.
-Proposta?- Rafaela pergunta.
-Amor, vá amamentar a bebê. Depois eu falo com você. -Luís diz, guiando a esposa para o quarto. Ela fica confusa, mas vai mesmo assim.
-Bom, eu estou passando por um momento, familiar, complicado. Muito complicado. E você também.
-Qual é a sua "dificuldade familiar"? - Luís pergunta.
-Meu pai, o dono da empresa Clarker, teve a "brilhante" idéia, de deixar a empresa, para a família do primeiro filho homem, que se casasse primeiro.
-O que? Isso não faz sentido nenhum.
-Foi o que todos nós pensamos. Mas ele é das antigas. Gosta de seguir as tradições por mais que isso soe bem machista.
-Hum.
-Recentemente, meu filho, o que futuramente nos traria o total poder da empresa, perdeu o movimento de suas pernas em um... Acidente. E agora ele está preso a uma cadeira de rodas.
-Sinto muito. Mas aonde você quer chegar?
-Bom, você deve conhecer a sociedade em que vivemos, não é mesmo? Então você sabe muito bem que uma pessoa paraplégica, basicamente só se casaria depois de muito tempo e se tiver sorte.
-E?
-E, que não temos esse tempo. Então a minha proposta é: Torne sua filha noiva do meu e eu darei tudo o que vocês desejarem.
-O que?!
-Uma casa nova, emprego, uma boa qualidade de estudo para Fernanda e tudo o que vocês precisarem.
-Não! Isso é loucura!
-Pense bem Sr. Clouder. Você poderá tirar sua família dessa miséria. Não é isso que você quer?
-Sim. É. Mas não a custa do futuro da minha filha e de uma decisão que cabe só a ela.
-Sei que parece absurdo, também achei quando meu advogado me apresentou, mas é uma proposta ótima!
-não me interessa. Não aceito isso.
-Vou lhe dar um tempo para pensar. Aqui está meu cartão caso mude de idéia. -Jonas diz, entregando o cartão para Luís. -Obrigada pela sua atenção.
E o homem sai, fechando a porta gentilmente.
Olá leitores!!!
Tá sei que vocês querem me matar, mas eu juro que estou tentando entrar numa vibe romântica para a Lua de mel, já que estou numa fase muito Bad.
Maaas!!! O especial está aí e caso não tenham entendido, isso aconteceu a dezessete anos atrás quando o nosso casal ainda eram crianças.
Espero que tenham gostado e aguardem a parte dois!
Beijos!
♥
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Superando dificuldades
RomanceFernanda, uma estudante, já em conclusão do ensino médio, tem sua vida completamente mudada por causa de um contrato, que a obriga se casar com o filho de um empresário em crise. Ela fica indignada com isso e está disposta a fazer de tudo para aca...