CAP. 7

18.7K 1.3K 126
                                    

-Idiota! O que você estava pensando?- Fernanda dizia enquanto dava tapas em Roberto.

-Ai! Ai! Que foi menina?! O que eu fiz?!

-Como teve coragem de me beijar sabendo que eu ia ficar noiva?!

O choque do beijo que Roberto deu em Fernanda de hoje mais cedo havia passado.

-ué! Pensei que não gostasse dele!

-Não gosto, mas não sou infiel!

-Mas você não jurou fidelidade a ninguem!

-Não muda de assunto seu imbecil, tarado, sem vergonha! -Fernanda dizia enquanto o estapeava. O que Fernanda não esperava era que Beto tivesse como reação, a segurar pela nuca e sem mais nem menos beija-la. De novo.

Fernanda até corresponde no início, por que uma coisa que ela não podia negar era que seu amigo realmente beijava muito bem, mas logo ela consegue se desfazer do lábios quase sedentos de Roberto.

-O que. Você. Está. Fazendo? - ela pergunta entre dentes.

-O que eu tô fazendo? Isso! -Ele diz e a beija novamente.

-Ei! Você quer parar?!

-Querer eu não quero não, mas é melhor eu ir por que a Sabrina pode achar que estou com diarréia.

-Ei! O que está fazendo? Porque está agindo feito um babaca?-Fernanda pergunta indignada pela frieza do ex-amigo.

-Ué... Não foi você mesma que disse que eu sou um babaca?

-Eu nunca disse isso!

-Mas pensou.

-Eu não falei e nem pensei, mas agora eu vou dizer com todas as letras: você é um babaca! Nunca mais fala comigo!- Fernanda fala, empurra Roberto contra a parede do estreito corredor em que eles estavam e sai.
Para a sorte de Fernanda, ela não estava usando batom naquela noite, por que com certeza ela esqueceria de arruma-lo depois do beijo com Beto.

-Você demorou então eu tomei a liberdade de pedir um frango grelhado mesmo...-Matheus fala.

-Ah... tudo bem!- Agora Fernanda estava com vergonha de verdade. O que ele estaria pensando? Sua vontade agora era realmente sair dali e se enfiar dentro de um bueiro. Essa noite para Fernanda só estava piorando. Mas para Roberto, tudo estava ficando cada vez melhor.

-E aí? Como foi? - Sabrina pergunta para Roberto sentado à sua frente.

-Moleza! Dei uns pegas nela. Foi fácil, fácil!

-Se é tão fácil, por que não fez isso antes de ela descobrir que iria noivar! Os Clarker podiam ter desistido dela mais cedo!

-Eu precisava ter certeza de que era ela a tal "escolhida". Mas fica tranquila! Seu pai vai conseguir tomar a empresa deles.

-Eu só vou ficar tranquila quando essa garota for capaz de lamber o chão do banheiro masculino por você!

-Já me viu falhar?

-Não, mas sempre tem uma primeira vez! E é bom que não seja agora! -Sabrina diz.

Enquanyo isso na mesa de Nanda, as coisas estavam mais sem graça do que Zorra Total na nova versão.

-E então... Você se formou em que?-Fernanda resolve perguntar.

-Administração. -Ele faz uma longa pausa enquanto toma seu champanhe calmamente e Fernanda encara sua Sprite na taça. -Você pretende fazer alguma?

-Sei lá... antes eu queria um pouco mas agora, com tudo que vem acontecendo...

-Você vai desistir da faculdade por causa do casamento?- Seu tom soou indignado.

-Não... Acho que eu vou deixar isso para o ano que vem. Quero estudar durante esse tempo pra estar mais preparada. Eu nem escolhi que faculdade eu quero.

-Pelo menos você pode escolher uma. Desde que nasci, eu fui designado a fazer coisas que iriam beneficiar a empresa.

-Como assim?

-Fiz diversos cursos de informática, alguns de idiomas e frequentei muitas palestras com meu pai sobre como ser um bom chefe para sua empresa.

-Fez cursos de idiomas?- Fernanda pergunta impressionada.

-Sim. Falo inglês, Alemão, francês e arranho um pouco no chinês. -Fernanda fica literalmente de boca aberta e Matheus ri da sua reação.

-Eu estou pasma! Nem o português eu sei direito! - Nanda fala e Matheus ri levemente.

-Pode deixar que eu te levo pra New York na nossa lua de mel.-Matheus fala sem perceber num momento de distração. Havia esquecido que Fernanda não estava tão familiarizada com o casamento quanto ele. Afinal, ela descobriu isso a poucos dias, já ele convive com isso a vida inteira.
Fernanda fica séria mas logo põe um sorriso amarelo no rosto.

-Seria uma boa idéia... posso perguntar uma coisa?

-O que quiser...

-Você faz fisioterapia?- Nanda pergunta e morde o lábio, sem saber como ele a responderia. E se ele não gostasse de falar no assunto e se irritasse?

-Faço. Mas já perdi as esperanças. Nem sentir elas eu sinto. Pra mim meus pais estão jogando dinheiro no lixo.

-O que?! É claro que não! Você tem que acreditar! Por que só assim fará efeito.

-Fernanda, já fazem dezessete anos. Dezessete que eu faço e não ajuda nada! Eu não volto a sentir nada!

-Mas vai voltar! Poxa! Você tem a oportunidade que muitos sonham que é poder pagar um bom fisioterapeuta para te orientar! Não pode fingir que isso é insignificante!

-Posso sim. Por que é. Acha que depois de dezessete anos de terapia sem sucesso, alguém mais tem esperança?

-Acho. Por que eu tenho!

-Você diz isso por que não sabe o eu passei.

-Não! Eu digo isso por que eu realmente acredito! Você é forte! Você...-Matheus a interrompe.

-Fernanda, você sabe o que é passar dezessete anos sem poder andar? -Sua voz sai trêmula. - sabe o que é entrar em algum lugar e receber olhares de reprovação como se eu fosse uma pessoa errada? Sabe o que é, não poder namorar por que as garotas ficam com receio de apresentar o namorado paraplégico para seus pais?
Sabe o que é seus pais garantirem uma noiva para que você não corra o risco de não se casar e...-ele interrompe a frase e suspira de um jeito pesado.

-Eu realmente não sei como é nada disso. Mas ainda bem. Por que pelo menos eu acredito em você. -Fernanda fala calmamente. -Mas o que importa é você. A vida segue pra frente Matheus. Se olhar as suas falhas do passado, não verá suas possíveis conquistas do futuro. De que adianta eu acreditar, se você mesmo já perdeu a esperança?

-Está falando da boca pra fora.

-Ô meu filho! Tô bancando a Clarisse Lispector na sua frente aqui! Acha mesmo que eu chegaria a esse ponto se estivesse falando da boca proa fora?!







Olá leitores!

Climão hein? É agora que as coisas começam a realmente acontecer (mais ainda). Não se esqueça de comentar e dar o seu voto, pra me animar. Ainda mais que agora começou às aulas voltaram e minha criatividade foi de 100 à 0,8. Mas eu prometo que vou fazer o possível pra conseguir escrever.

Beijocas!













"As que comandam vão no tra tra tra!"

Tá parei. É que essa música não sai da minha cabeça.

Superando dificuldadesWhere stories live. Discover now