CAP. 3 - Noivo

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O rapaz segurou em uma das barras de ferro baixas e começou a fazer musculação, levantando e descendo seu corpo apenas com a força dos braços.

- Vocês estão vendo o que eu tô vendo? - Luana pergunta embasbacada.

- Acho que sim. - Roberto diz.

- Se está falando de um cadeirante gatinho fazendo musculação bem ali, eu tô. - Fernanda diz.

- Ah! É pra isso que vocês estão olhando? Pensei que fosse pra loira ali fazendo uns abdominais. - Roberto brinca disfarçando que também estava prestando atenção no rapaz e as meninas reviram os olhos, fazendo o amigo rir satisfeito por incomodar suas companheiras.

- É tão incrível como essas pessoas conseguem superar tantos desafios né? - Luana fala ispirada.

- Tem razão. Eu admiro muito eles, porque mesmo com tanta dificuldade nessa sociedade, ainda conseguem se reerguer na vida. - Beto diz.

- Pois é... Mas acho que eu não iria conseguir viver se uma coisa dessas acontecesse comigo. Não consigo me imaginar presa assim.

- E nem deve. Mas o fato de não querermos isso para nossa vida, não nos impede de refletir sobre o modo que estamos levando ela. Se percebessemos o quão privilegiados nós somos, até nos sentiriamos mal.
Depois de alguns minutos cada um foi pra sua casa. Quando Fernanda chegou na sua, seus pais já estavam lá. - Luana diz.

- Você tem razão. - Nanda concorda e Roberto acena positivamente com a cabeça.

O grupo de amigos ficou conversando até começar a escurecer e cada um foi para sua casa. Quando Fernanda chegou na sua morada, percebeu que seus pais tinham voltado.

- Fernanda! Filha que bom que você apareceu! - Rafaela a abraçou assim que viu a filha entrar em casa. - Estava com tanta saudade!

- Não é o que parecia! Um bilhete? Sério?

- Desculpe filha... Tivemos que sair às pressas... E tenho uma novidade pra você! - Rafa diz trocando o tom de pesar para um levemente animado.

- Outra? Mãe, suas novidades não estão sendo das melhores ultimamente.

- Bom... Você pode tirar suas próprias conclusões: Hoje vamos jantar na casa do seu noivo! - A mãe fala com expectativa.

- Ah... Era isso?

- Isso mesmo! Hoje você poderá conhecer ele! Então vá se arrumar para não chegarmos atrasados.

- Sabe mãe? É engraçado como vocês se importam com os meus sentimentos. - A garota ironiza, fazendo sua mães entristecer a expressão.

- Filha... Eu... Eu sei que deve estar muito confusa. Mas dê uma chance... Posso dizer que ele é um rapaz apaixonante. - Rafaela fala com calma e com um pequeno sorriso em seu rosto.

Fernanda suspirou, deu ombros e foi para seu quarto. Quando entrou, viu um vestido azul-marinho, justo até a cintura e solto daí pra baixo até uns quatro dedos antes do joelho. Do lado da roupa tinha um cinto de pérolas e um sapato preto de salto alto.

- Seu sogro faz questão que você use. - Luís aparece ao seu lado vestido com um terno.

- Eu não tô nem aí para o que ele faz questão.

- Ah filha! O vestido é lindo... - Ele faz uma pausa quando vê a expressão triste da filha. - Espero que você nos perdoe um dia... - Luís fala com tristeza na voz e deixa o quarto fechando a porta.

Fernanda sente vontade de chorar de novo, tentando se colocar no lugar dos seus pais. Em situações de desespero, tomamos atitudes erradas que podem gerar consequências eternas.

Fernanda toma uma banho, se veste, faz uma maquiagem e coloca um brinco com um colar de pérolas que combinavam perfeitamente com a roupa.

- Mãe... Porque o pai dele quis que eu me casasse com o filho dele? - A garota pergunta após se encontrar com a mãe na sala.

- Bom... Ele estava desesperado com a idéia de que seu filho nunca pudesse se casar... Que nunca nenhuma mulher quisesse ter uma vida com ele. Então, precisava de alguém que tivesse uma filha e que não tivesse escolha a não ser aceitar a proposta.

Nanda suspira.

- Mas porque ele tinha tanto medo?

- Por quê... - Sua mãe vacilou e interrompeu a frase - Você verá.

Fernanda ficou ainda mais confusa com aquela história, mas decidiu apenas deixar as coisas acontecerem.

Chegando na casa do suposto sogro de Fernanda, Luís estaciona o carro e eles descem. Nanda sentiu suas pernas bambearem de nervoso e os saltos não ajudam em nada. Seu pai tomou a frente e sua mãe segurou a mão da filha oferecendo apoio. A garota deu um pequeno sorriso e respirou fundo seguindo o caminho para a entrada da casa luxuosa que se localizava em um dos bairros nobres da cidade.

Luís tocou a campainha e após alguns minutos, um senhor atendeu e Fernanda se surpreendeu por reconhecer aquele homem.

- Senhor Clarker? - Ela solta, surpresa.

- Boa noite gente! Podem entrar. O jantar ainda não está pronto porque nossa cozinheira está preparando um prato especial para hoje. - Sr. Clarker se explica com um sorriso receptivo dando passagem para que os três entrassem. Quando chegou a vez de Fernanda passar ele a parou. - Minha futura nora! Como está linda! Gostou do vestido? Minha mulher que escolheu.

Fernanda quis responder algo bem atrevido para aquele senhor, mas decidiu manter o silêncio, lançando apenas um olhar de desprezo para o homem e entrando na casa.

Logo ela escutou a Sra. Clarker cumprimentando seus pais e vindo em sua direção.

- Olá querida! Tudo bem? Espero que tenha gostado do nosso presente! - A mulher diz dando um abraço, não retribuído, na garota. - Fernanda havia odiado o vestido, por mais lindo que fosse. Ele apertava seus seios mesmo sendo medianos e os sapatos machucam seus calcanhares e dedos. Nanda estava pensando se ela que estava gorda ou era realmente o vestido que estava pequeno demais.

- Venham! Sentem-se! - Sra. Clarker deu passagem para que eles fossem para a sala, onde Rafaela estava conversando com alguém.

Provavelmente era com o futuro noivo de Fernanda. Quando sua mãe sentou em um dos sofás dando vista pra a pessoa com quem falava, o sangue da garota gelou. Ela ficou travada no lugar sem saber o que fazer ou dizer. Apenas encarando o homem. O rapaz sentado na cadeira de rodas. O belo homem da praça.



Olá leitores tudo bom?

E aí o que estão achando? Será que Fernanda vai se dar bem com esse rapaz? Comentem aí! E não esqueça dos votos. 😉

Beijocas.

Superando dificuldadesWhere stories live. Discover now