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Rafaela entra na sala e abraça Fernanda aflita.

-Minha filha! Eu fiquei tão preocupada. -Ela diz chorando no ombro de Nanda.

-Vocês me esqueceram. -Fernanda fala magoada.

-o que? Não! Jamais te esqueceria!

-Então por que ninguém apareceu lá para me ajudar?

-Uma amiga sua falou que você tinha mandado avisar que estava passando mal e resolveu voltar pra casa, por que não estava se sentindo bem.

- Que amiga?

-Não sei o nome dela. Era uma loirinha.

-Sabrina. -Nanda murmura. -Mãe. Eu quero ir embora.

-O médico falou que você terá que ficar aqui até amanhã em observação.

-Ah! Eu não aguento mais ficar nesse hospital!

-Mas é para o seu bem querida...-Rafaela faz uma pausa.- Quer falar com mais alguém?

-Não. Só quero ir embora daqui.

Nanda fala fechando a cara. Não permitiu que ninguém mais entrasse. Estava chateada com todos. Será que a existência dela não fazia diferença na vida deles?

Ela até chorou em alguns momentos, cuidando para não se descontrolar e acabar chorando na frente de uma enfermeira ou do médico. Nanda detestava explicar os motivos de suas lágrimas para alguém.

Até por que não tinha Boas recordações de quando fizera essa ação pela primeira vez.

Foi por causa de um cachorrinho dela que havia morrido, ela  (com seus treze anos) estava desolada e chorou, em seu quarto, o máximo que conseguiu, até ser flagrada pelo pai que mandou ela parar de frescura.

Depois disso ela nunca mais teve outro animal.

No dia seguinte, à tarde Nanda recebeu alta e foi pra casa, sob a recomendação de ficar em repouso e se alimentar com comidas leves. 
O que ela fez com o maior prazer já que  não teria que fazer nada que não quisesse.

Aquele dia de Fernanda, se resumiu a ficar na frente da TV, deitada no sofá e dormindo. Aquele dia e os outros três que vieram pela frente.

Nanda sempre quis que o médico pedisse para que  ela ficasse de repouso. Mas sua mãe conseguiu fazer esse tempo ficar mais chato possível.

Ela não podia se levantar para pegar uma água, não poderia sair nem na varanda, não podia assistir TV, etc.

Nanda não entendeu direito essas "regras" que sua mãe impôs, mas o importante é que estava livre do repouso.

Agora, sentada em uma cafeteira que nunca tinha ido antes, Nanda conversa com Luana.

-Mas ele não foi te visitar?-Lua pergunta.

-Foi, mas as visitas eram muito curtas por que ele também tinha que ficar em repouso por causa do braço e a Dona Amélia queria que ele fizesse isso lá na casa dele.

-E por que você não foi pra casa dele?

-Até parece que você não conhece minha mãe. Ela não me deixou sair nem para chupar um pirulito na varanda.

-Hum... -Luana fala e suspira.

-Vai pedir mais alguma coisa?

-Não. Já fali. -Lua diz e Fernanda ri, pedindo a conta. Elas pagam e vão embora.

Chegando em casa, Fernanda vê que tem visita.

-Filha! Finalmente chegou. Vamos sair agora para experimentar seu vestido.-Rafela diz se levantando do sofá acopanhada de Amélia que sorri amigavelmente.

Superando dificuldadesWhere stories live. Discover now