CAP. 29

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-Com licença que eu vou me jogar num bueiro, por que eu desisto. - Diz Luana insinuando uma cena dramática.

-há há! Engraçadinha!

-Você ainda vai me deixar doida com esse vai e volta com o Matheus. A alguns dias vocês estavam bem, depois brigaram, agora voltaram de novo? Já perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu.

-Se for parar pra pensar... eu também. - Nanda fala, fazendo a amiga rir.

De repente o celular de Fernanda toca. O motivo da ligação faz o queixo da menina cair.

-Quem era?- Luana pergunta.

-Eu consegui o emprego!

-Sério?!

-Sim! Começo segunda!

-Bom, então já que hoje é sábado, é melhor ir aproveitar o resto do seu tempo com o Matheus, já que com vocês dois trabalhando, vai sobrar pouca disposição e tempo pra namorar!

-Ele está em repouso. Tenho todo tempo do mundo para ir lá.

-Então vai logo! Posso levar você!

- Como?

-De carro!

-Tirou a carteira?

-Ontem!

-E não me contou?!

-Não tive tempo! E você não viu de que eu cheguei?

-Não, por que você invadiu minha casa.

-ah! Para de reclamar e vamos!

Luana puxa Fernanda para fora da cama e Nanda troca de roupa, pegando o celular e as chaves do casa, trancando-a e saindo logo em seguida.

Assim que Luana acelera com o carro e quase bate na primeira esquina, Fernanda começa a rezar para todos os santos que consegue lembrar e colocar em si, tudo que é possível para se proteger.

Ela nunca tinha entendido o que era chegar perto da morte. Mas agora ela sabia direitinho.

Depois de uma hora circulando na cidade, por causa do GPS que não sabia o caminho, elas chegam na casa dos Clarker. Fernanda desce do carro e Luana fica esperando.

Nanda toca a campainha e uma das empregadas vem atende-la no portão.

-Olá! O Matheus está?

-Não, ele saiu pra trabalhar hoje cedo.

-Trabalhar?!

¤

-Escuta aqui rapaz, qual a parte de "ficar em repouso" você não entendeu?

Diz Fernanda indignada com a teimosia de Matheus. Luana tinha levado ela lá e ido embora logo depois, por que precisava estudar pra uma prova da faculdade.

Matheus estava surpreso com o fato de Fernanda ter ido lá, ignorando o fato de que ela ignorou totalmente o aviso de Amanda, dizendo que ele estava ocupado.

-Fernanda? Como você soube que eu estava aqui?

-Como eu soube não interessa, o que importa aqui é que você não deveria estar aqui. Depois morre e ainda acha ruim né? - Fernanda se posiciona atrás dele e começa a empurrar a cadeira em direção a porta da sala.- Vamos embora.

-Fernanda, eu preciso trabalhar! - Ele diz travando as rodas da cadeira.

-O que?

E com o seu jeito convincente, Fernanda fez um drama sem fim dizendo que se ela ficasse viúva antes de casar ela daria um jeito de ressuscita-lo para lhe dar uns tabefes, conseguindo no final arrastar Matheus para um táxi e leva-lo para casa.

-Você deve ter o juízo no rim né Matheus?!- Fernanda fala, após mandar ele se deitar na cama.

-Eu já disse que eu não aguento ficar parado. -Matheus diz deitando.

-Não aguento ficar parado. - Ela repete- Só quero ver a bronca que você vai levar do médico depois que eu contar que você não aguenta ficar parado.

-Como se isso realmente preocupasse ele.

-Pode não preocupar o médico, mas me preocupa. E eu não estou disposta a ficar com olheiras por causa da sua saúde de novo não.

-Tá. Então eu vou ter que ficar nesse tédio o resto do dia?

-Não... tem coisas legais pra fazer quando se está em repouso!

-Como...?

-Comer! Vou ver o que tem na sua geladeira.- Fernanda fala indo em direção a porta, mas se lembra de que tem um elevador logo ali.- Pensando bem... Não é todo dia que eu vou numa casa que tem elevador então é melhor aproveitar! -Ela fala entrando no elevador, fazendo Matheus rir.

Chegando na cozinha ela abre o congelador e pega um pote de sorvete, sabor creme, que tinha lá.
Nanda olha o geral da cozinha.

-Aonde. Vou. Achar. Colher. Aqui?-Ela começa a abrir todas as gavetas daqueles armários prateados, até que acha as tais colheres na quinta gaveta que abre.

Depois ela entra no elevador e sobe novamente para o quarto. Quando as portas se abrem, ela se depara com Matheus tirando a camisa, tomando cuidado com o braço.

-Ei! Eu tô aqui tá? Só pra você saber...-Fernanda diz. Mas logo vê os músculos de seu noivo expostos e pensa melhor. -Ah! Mas acho que vou ter que conviver com isso então não se incomode, pode continuar. -Nanda fala e ranca uma gargalhada de Matheus.

-É que está calor aqui e o controle do ar condicionado está muito longe. -Matt fala apontando com o queixo para um rack, do outro lado do quarto, que fica em baixo da TV.

Fernanda pegou o controle e o entregou para Matheus, que ligou o aparelho. Nanda se abaixou perto do rack e pegou os filmes que tinham ali.

-Credo Matheus, aqui só tem documentário!

-o que eu posso fazer? São interessantes.

-Olha! Um filme de terror! Não imaginava que você gostasse desse tipo de filme.

-Pois é... As vezes assisto alguns. Você que assistir esse?

-De jeito nenhum, por que depois fico morrendo de medo.

-Relaxa que eu protejo você!-Matt diz, numa tentativa arriscada de criar um clima. Operação concluída com sucesso, pena Fernanda não ter o mesmo talento.

-Own! Isso é fofo, mas a noite você não vai estar comigo no meu quarto, então quem me garante que essa tia aqui -Ela diz erguendo o DVD mostrando uma mulher segurando a sua própria cabeça ensanguentada.- Não vai aparecer pra me pegar?

-Obrigada por estragar minha investida moça.-Matt fala.

-aah! Então quer dizer que isso foi uma investida?- Fernanda fala deixando os DVD's de lado e se sentando do lado de Matheus e ele ergue uma sobrancelha. -Relaxa, que quando estrago, eu posso consertar!

Fernanda diz e beija Matheus. Ela passa a mão nos cabelos do seu noivo, sentindo a maciez dos cabelos dele e ele a puxa para seu colo, com dificuldade, novamente por causa do braço.











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