3 - A Discussão

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Phillip fecha a porta atrás de mim, e eu descalço-me, pondo-me livre para a ação que tanto ele como eu estamos ofegantes por fazer.

Eu corro até ao meu quarto, e ele segue-me, de maneira a que quando entra no quarto me pega ao colo, e me deita na cama, começando a despir-me. Phillip está finalmente de roupa interior, e puxa-a para baixo rapidamente. Estou na cama deitada de barriga para cima. Ele coloca-se em cima de mim, para que seja mais fácil podermos praticar o ato.

Ele insere-se lentamente dentro de mim, fazendo toda a parte debaixo do meu corpo arder de paixão e ânsia por mais.

Não levei muito tempo a atingir o meu clímax, por isso o meu corpo explodiu num grito de prazer. Mesmo depois disto, continua a entrar e a sair de mim, até que seja ele a atingir o orgasmo. Realmente o que dizem em Veramer é verdade: o ato sexual na Terra é muito mais apetecível do que no meu planeta natal.

Phillip deita-se ao meu lado, ofegante. Tapa-se com os lençóis e acaba por deixar-se levar num sono profundo, pelo que depois é a minha vez de adormecer.

Terça-feira, 15 de Janeiro de 1896

Passou-se um ano desde que eu e Phillip nos conhecemos pela primeira vez. Por aquilo que eu conheço da cultura americana, por ter passado tanto tempo, temo que me vá pedir em casamento. Não posso aceitar. Para além de ser proibido o casamento com formas de vida extraterrestre, não sinto tanto por ele para que possa casar com ele. Acho que é por ter nascido no planeta onde nasci — mais uma história engraçada para contar.

Há muitos anos atrás, um povo indígena existente em Veramer, estranhou o facto de eles não sentirem nada uns pelos outros, mesmo sabendo que os habitantes de outros planetas o sentiam. Por tal coisa, decidiram inventar cerimónias. Cerimónias essas que definiam que pessoa é perfeita uma para a outra. Antigamente, a Cerimónia de Junção tinha outros propósitos, mas atualmente serve para juntar as pessoas — férteis, principalmente — que irão ter os filhos perfeitos para realizar as missões dos Intrusos. Segundo o governo, sou um "erro".

Por isso, independentemente do que uma pessoa me possa fazer, não consigo sentir qualquer coisa por ela.

De qualquer maneira. Eu e Phillip mudamo-nos para a sua casa ele tinha dinheiro suficiente para nos suportar sem que eu precise de trabalhar. Mas, sendo a mulher que sou, não consigo estar mais de uma hora parada.

Soube que nos tempos atuais, as mulheres não têm direitos. Não fumam, não andam sozinhas na rua, não votam, e não trabalham. Como sou uma Intrusa Sem Função, o meu corpo apenas é diferente no exterior, fazendo com que eu apenas possa ter descendentes com veramerianos. Arranjei amigas. Não foi fácil, mas pedi ao meu Phillip que falasse com os maridos das outras moças, para as deixarem que todas tomássemos um chá. A vida das pobres mulheres é ridícula, é como se os maridos fossem donos delas.

— Meninas. Todas sabemos que as nossas vidas atualmente não são fáceis — falamos no sofá desconfortável da sala. Refiro-me na primeira pessoa do plural para não parecer que sou diferente delas — É ridículo o facto de os nossos maridos serem as pessoas que "mandam" em nós.

— Eu gosto assim, sinto-me segura — responde a Alice, uma mulher de vestido laranja e com um chapéu engraçado.

— Eu também. O meu Jerry conta-me aquilo que ele vê lá fora. Diz que a vida é terrível, e que eu tenho sorte em ser mulher, assim posso estar sempre acompanhada e segura e posso estar sempre em casa — intervém Scarlet depois de engolir o seu chá.

— Ele está a mentir-te! — grito quase a deixar cair a minha bebida de limão.

— O que te leva a dizer isso, Elizabeth? — pergunta Leslie, uma mulher linda e bem estruturada de olhos azuis claros.

— Eu já vivi sozinha — vejo que acabei de atrair todas as atenções, por isso trato de arranjar uma explicação rapidamente — A minha vida em Inglaterra era tudo o que se podia ter de bom. Vivia com os meus pais. Podia andar na vila à vontade, até que eles faleceram — minto — Dessa forma, apanhei um barco para Nova Iorque depois de ter contactado a minha irmã para vir viver com ela.

— E vives com ela? — pergunta a burra da Joanna.

— Não, querida. Vivi com ela no primeiro mês que vim para cá, porque depois ela foi para Washington viver com o novo marido.

— Oh, então esta casa era dela? — faço-lhe uma cara de desprezo.

— Joanna, esta casa é do Phillip — respondo-lhe, quase com vontade suficiente para lhe dar um estalo.

— Quem é o Phillip? — a inteligência daquela mulher está a níveis negativos.

— O meu marido — minto com sarcasmo — Como é que não sabias quem ele era?

— Não sei, vocês tratam-se sempre por "querido" e "amozinho", nunca tinha ouvido o nome dele.

— Pois, eu também não — respondem as outras meninas em simultâneo.

— Bem, o que eu estava a dizer era: nós não podemos deixar que nos controlem, somos mulheres, somos tão fortes e inteligentes como os homens.

— Querida, talvez esse fundamento te possa ajudar em tempos futuros. Atualmente é impossível fazer alguma coisa em relação às mulheres — reponde Leslie. Por mais que me custe, o que ela está a dizer é a mais pura das verdades. Esta mulher é talvez a mais inteligente que já conheci.

Pouco tempo depois, Philip chega a casa com os maridos das minhas amigas. Elas ficam com receio que eles as façam imediatamente ir embora, mas o meu namorado e os seus amigos dirigem-se para a segunda sala da casa para fumar.

A Empregada Extraterrestre Where stories live. Discover now