6 - A Revolução

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Quinta-feira, 17 de janeiro de 1922

Para espairecer um pouco as ideias, fui ao Central Park.

Uma coisa peculiar aconteceu.

Enquanto estava sentada no banco onde conheci o Philip, uma moça com uns 20 anos tropeçou na minha frente.

Ela tinha o cabelo castanho, e olhos castanhos. Era baixa, mas querida à sua maneira.

Ficámos amigas pela sua maneira incrível e única de nunca negar ajuda. Ela adora ouvir música da grafonola do pai, apesar de não ter quase nenhumas músicas. A coisa que mais achei peculiar foi a sua coleção de globos de neve. Apesar de não ter uma grande coleção, tem um objeto originário dos quatro estados circundantes de Nova Iorque.

Assim que a ajudei a levantar-se, ela sentiu-se obrigada a oferecer-me um chá na sua residência, eu aceitei de livre agrado.

— E morreu de trombose há 1 ano atrás. — acabo de lhe falar do Philip. Sei que a informação que lhe dei está errada, porém como poderá ela descobrir?

— Oh, tenho muita pena. Vais ver que vais encontrar outro alguém que te faça feliz da mesma maneira. Mais chá?

— Sim, por favor.

A nossa tarde de chá desenrolou-se num diálogo de curiosidades e factos sobre nós. Fiquei a saber que não tem namorado ou marido, por isso é o seu pai que a controla.

— Isso é tão ridículo! Os homens devem pensar que somos objetos! Por causa de todas estas injustiças estou a planear uma revolução — sussurro. Depois de falar, retiro o papel com os planos da revolução que coloquei no bolso do vestido por acaso.

— Isto está muito bom! Só não consegui ler algumas palavras porque não sei ler como deve ser. Mas acho uma ótima ideia! Estas saias são horríveis.

Sexta-feira, 22 de setembro de 1922

Com a ajuda de Susan, conseguimos surpreendentemente planear toda a revolução. Como nenhuma de nós tem marido ou casa para cuidar, conseguimos tempo para passear por Central Park pelas moças sozinhas e perguntar-lhes se queriam aderir à nossa revolução.

Com isto, já temos centenas de mulheres para nos ajudar na revolução.

Conhecemos também Colleen, uma mulher linda que tem um feitio que não parece pertencer ao seu corpo. Para nossa sorte, ela está casada com um famoso magnata dos caminhos de ferro. Com a confirmação do seu marido, Colleen conseguiu ser porta-voz da revolução. Com isto, ela aceitou passar a palavra aos estados mais abrangentes de Nova Iorque. Por isso, com o passar destes 9 meses, segundo a Colleen e as suas ajudantes, já temos mais de cem mil mulheres que nos vão ajudar nesta revolução.

Como atualmente não existem formas de comunicação eficientes, todas combinamos começar a revolução às 9 horas do dia 22 de novembro deste ano.

Sábado, 20 de junho de 1926

Estou orgulhosa de todas nós. Graças à ajuda de milhares de mulheres, conseguimos retirar à humanidade a ideia fascista e injusta que as mulheres tinham que sofrer.

Muita coisa mudou durante estes quase 4 anos.

As saias ficaram-nos pelos joelhos, deixando-nos mais confortáveis neste calor abrasador que se faz sentir em Nova Iorque durante o verão. O nosso vestuário deixou de ser julgando, deixando-nos a oportunidade de ter cores de roupa até amarelas fluorescentes. A moda feminina mudou muito. Como previa, o que mais marcou a revolução foi o corte de cabelo à garçonne, que é um corte de cabelo com tamanho semelhante ao dos homens. A maquilhagem começou a ser utilizada cm muito mais frequência, deixando-nos esbeltas e confiantes.

A Empregada Extraterrestre Where stories live. Discover now