22 - Imprevisto

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Com uma torrada no prato, subo as escadas em direção ao gabinete da galdéria.

— Toma lá seu imprestável monte de ranho — digo eu, atirando o prato à cara da mulher.

— Ai!! Cuidado!

— O que é que queres para o jantar? — pergunto com desdém.

— Da maneira como tens andado, mais vale comer noodles.

Fecho a porta com força, e o pobre cachorro estava à minha frente, com uma carinha tão querida que até apetece morder.

— Anda lá meu lindo, vamos arranjar-te alguma coisa para comer.

Ambos descemos as escadas, e com os meus poderes telepáticos, estabeleci uma ligação com o telemóvel de George.

— Diz, Elizabeth — atende ele com um ar distraído.

— Olá senhor. Estou a ligar-lhe porque estou com dúvidas sobre o que fazer para o jantar.

— Uau, Elizabeth, estás a falar do teu telemóvel? É que estou a ouvir-te tão bem! É como se estivesses à minha frente.

— Estou senhor.

— Bem, acho que podes fazer uma lasanha ou assim. As tuas lasanhas são as melhores.

— Muito bem senhor, vou já começar a tratar disso. Até logo.

Vou ao andar de baixo, coloco a nave no meu bolso, e antes de sair de casa, carrego no intercomunicador ao pé da porta e digo:

— Vou às compras. O George quer comer lasanha.

— Tanto faz — responde ela.

Ando um pouco pelo passeio fora de casa, e quando sei que ela está fora do meu alcance da vista, atiro a nave para a estrada e começo a conduzi-la, com o carro que normalmente levo para o supermercado: um Volkswagen Golf dourado.

Na loja, procuro tudo o que necessito para a lasanha: a massa, o molho de tomate, natas, queijo, carne, e mais umas coisinhas para a sobremesa.

A caminho da caixa, sinto uma mão a puxar-me.

— Larga-me ou arranco-te a garganta!! — grito eu, fazendo toda a gente olhar para nós

— Tia, sou eu.

— Ah, meu querido sobrinho! Como estás tu?

— Eu estou bem, mas o Terry nem por isso. Teve um acidente de mota e agora tem a perna partida.

— Ah — guincho eu — Como é que uma coisa dessas foi acontecer ao teu irmão? Ai, triste destino. Vamos ter com ele agora mesmo.

— Mas tia, tu tens que fazer o jantar para os teus patrões. A viagem para Elitrópolis demora pelo menos 3 horas.

— Oh querido. Vê-se mesmo que não estás habituado a viajar comigo. Vamos imediatamente ter com o teu irmão ao hospital.

Chegamos a Elitrópolis num abrir e fechar de olhos. Eu já estou com o meu disfarce, e o meu sobrinho parece estar a babar-se para mim quando me vê.

— Olha as maneiras, Jonathan. Não te esqueças que sou tua tia. Apesar de ser muito mais nova que tu.

— Ah, Governadora Dunn! — a mulher da recepção parece engasgar — Não esperávamos recebê-la aqui no hospital — levanta-se da cadeira e faz-me uma vénia.

— Deviam estar, eu posso aparecer a qualquer momento — faço um sorriso provocador — O meu sobrinho, onde está?

— O seu sobrinho, Governadora?

A Empregada Extraterrestre Where stories live. Discover now