23 - Invasão

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—  O que acharam, senhores? — pergunto a levantar a mesa.

— Estava ótimo como sempre. Obrigado Elizabeth.

— Ora essa — sorrio eu.

Pois. Quero comer este gajo.

— Governadora.

— Raios me partam — assusto-me ao reparar na imagem de Colleen no meu televisor — Cuidado mulher, ainda sou descoberta.

— Peço desculpa Governadora. Esta noite precisa de vir cá. Com a construção do seu museu no parque, outras empresas também querem construir lá.

— Bem, nem pensar que eu irei permitir isso.

— O problema é que esses construtores só obedecem a essa ordem se a tiverem por escrito.

— Mas quem é que esses otários pensam que são? Vou para aí e é já.

— Muito bem Governadora, estarei à sua espera.

O televisor desliga-se.

— Estavas a falar com quem, Elizabeth? — pergunta George ao entrar na cozinha.

— Senhor George, aconteceu algo terrível. Acabaram de me ligar de chicago, a minha irmã teve um acidente de carro — Meto a mão na minha boca e simulo um choro.

— Então, Elizabeth — o meu patrão reconforta-me colocando o braço à volta dos meus ombros — Podes estar ausente o tempo que quiseres.

— Obrigada. Não posso nem sequer esperar por um voo, tenho que ir já para a estação de comboios.

— Mas, hum... Bem, queres que te leve?

— Não — limpo o meu nariz — Eu vou sozinha. Vou já fazer as malas.

George ficou com incerteza no seu olhar, porém tenho a certeza que ele não desconfiou, pois sou uma excelente atriz.

Ao sair da garagem, desejei estar em Elitrópolis. Porém, o meu desejo pareceu escapar, pois ao abrir os meus olhos, estou numa sala escura com luzes cintilantes, tal e qual como no dia em que conheci o Mestre de Tudo.

— Olá, Elizabeth — fala uma voz que não é nada estranha, mas que por momentos não consigo decifrar.

— Quem és tu?

— Talvez te lembres melhor de mim desta forma.

Uma forte luz amarela acendeu-se sobre o seu corpo.

— Gronos?! — pergunto, espantada, sem me preocupar com a altura da minha voz.

— Quem diria que te lembrarias de mim, Elizabeth. Oh, desculpe. Governadora.

A sua vénia deu-me vontade de lhe cuspir para os seus pés. E assim o fiz.

— Mas que maneiras que tem a nova Governadora.

— O que é que queres de mim? — pergunto revoltada.

— Não é óbvio? Desde a tua preciosa revolução, as pessoas começaram a mudar as mentalidades, e disseram que a palavra do governo não valia nada. Que a minha palavra não valia nada. Balelas. Poucos tempo demorou até que a população começou a mandar ovos à sede, e a grafitar a minha casa.

— Fizeram eles senão bem.

— Mas agora — prossegue — Decidi vingar-me do povo da tua terra como tu te vingaste da minha. E tenho uma companhia muito especial.

Jane aparece das sombras, e com um sorriso trocista, beija Gronos nos lábios.

— Sê bem-vinda à minha nave, Elizabeth — diz ela com um ar falso.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 18, 2017 ⏰

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