18 - Perigo

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Depois de Lance ter partido, comecei a minha jornada de governação no que toca a Elirópolis.
Entrei dentro do meu gabinete, e a altura em que vim aqui enfrentar o Gronos veio-me à memória. Toda a desavença que tive com ele, e a terrível demonstração do meu poder que fez com que ele cedesse a todas as minhas ordens.

Bons tempos.

Reparei que as janelas do gabinete estavam fechadas, deixando apensas as luzes de presença a mostrar a sua marca pelo rodapé.

Com o meu poder levantei as persianas das janelas, mas em vez disso, no seu lugar apareceram televisores com imagens de toda a Elitrópolis. Pessoas a fazer compras, a exercitar na rua, crianças a brincas; tudo coisas que não se viam no antigo Veramer.

Olhei para os guardas que vieram comigo, e eles fizeram a exata mesma cara de espanto que eu fiz.

Sentei-me na cadeira da secretária, que está exatamente entre os televisores e a porta, com uma parede à direita que realmente contém uma janela. A mesa de reuniões na qual eu fiquei frente-a-frente com Gronos fica do lado direito. Do lado esquerdo há apenas um pequeno armário com uma máquina de café e alguns copos.

Depois de ter dado ordem aos meus guarda-costas para saírem, uma sirene azul que nem sequer notei que estava ali começou a tocar, assustando-me. Depois disso, uma pequena escotilha na secretária abriu-se, dando lugar à subida lenta de um monitor na qual pude ver o Mestre de Tudo.

— Mestre? — perguntei eu, recompondo-me.

— Elizabeth. Terríveis notícias — vejo o desespero na cara do Mestre — Assim que te coloquei de volta em Elitrópolis, os meus servos vieram ter comigo e disseram que Gronos desapareceu.

— Mas não podem localizá-lo? — pergunto eu.

— Não, de alguma maneira o Gronos conseguiu entrar nos nossos sistemas e apagar tudo o que tínhamos sobre ele acerca dos seus crimes. Mas o que me preocupa não é isso.

— Então o que o preocupa, mestre?

— A Elizabeth. Como ganhou o governo do planeta, Gronos pode ir atrás de si. Tenha cuidado, Elizabeth.

Neste momento é como se tudo se passasse em câmara lenta. O monitor volta de novo para debaixo da secretária. Assim que viro ligeiramente a cadeira, vejo algo que me apavora: uma imagem da sala de minha casa. Mas não é só isso: um homem baixo, careca e com um ar desleixado está a dirigir-se para a janela grande da sala, mesmo ao lado da lareira. Vejo também as cabeças de George e Jane, que aparecem de vez em quando dentro da piscina.

Neste momento, começo logo a pensar no que é que o Mestre me disse, aquele pode ser Gronos. Tenho de ligar a George imediatamente.

Tento usar o meu telemóvel, mas é óbvio que a rede terrestre não funciona aqui. Saio imediatamente do meu gabinete e desço até à porta da sede do governo, onde fica a receção.

— Governadora Dunn! — diz-me a recepcionista surpreendida, e desligando a chamada que estava a fazer.

— Olá, hum... sei que isto pode parecer um bocado estranho, mas é possível com esse telefone fazer chamadas para a Terra?

— É sim. Pode é demorar um pouco, pois preciso que fazer contacto com a linha telefónica e marcar o número.

— Tudo bem, o mais depressa possível, por favor.

A senhora pega no telemóvel.

— Boa tarde, estou a ligar sobre as ordens da Governadora Elizabeth Dunn, que tem o objetivo da fazer uma ligação telefónica para a Terra — para por momentos — 09758.

A Empregada Extraterrestre Where stories live. Discover now