10 - O Hotel: Parte 2

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Uma tarde de relaxamento era tudo o que eu necessitava para descontrair depois de tantos anos de trabalho árduo sem ser reconhecido.

— Vou colocar-lhe estas rodelas de pepino nos seus olhos. Peço que relaxe com esta música calma enquanto vou tratar de outra cliente. Não demoro.

— OK, obrigada — digo à mulher de meia idade que me acabou de preparar um banho de lama.

Aproveito este tempo de descanso para me perder novamente em pensamentos. O que será feito de Veramer?

A minha irmã veio à Terra há muitos anos, para me avisar que o céu do meu planeta estava a mudar de cor, e no seu funeral realmente a cor estava como ela tinha referido.

Um verde não muito forte, mas também não muito fraco: apenas uma cor reconfortante.

Se tivesse a minha nave, poderia colocar-me a par de todos os acontecimentos e novidades do meu planeta.

Por falar no meu planeta: enquanto estava a pensar em Veramer, realmente oiço veramerianos a conversarem.

Já não entendo muito da minha língua materna, por já não ser praticada há muitos anos.

— Tens a certeza que é ela? — pergunta uma voz sussurrante e distante que apenas consigo ouvir graças aos meus poderes.

— Sim, não te lembras das fotos que o Trio Tenebroso nos mandou dela?

— Lembro, mas isso foi há tanto tempo! Não achas que ela já devia ter morrido?

— Desde que ela foi expulsa que tem poderes ou assim. E o que ela fez ao governador? E para além disso como é que é possível que o céu de Veramer se tenha tornado verde do dia para a noite?

— Realmente é verdade — responde o verameriano que ainda não vi.

— E para além disso, o avião dela teve um grande problema, acho que quase se despenhava ou alguma coisa do género.

Como raio é que eles sabem?!

— O que te leva a dizer isso?

— Bem, como o avião teve uma falha no motor, tiveram que verifica-lo todo. Viram a caixa negra, e o que lá tinha era incrível — responde a disfarçada de empregada do spa.

— O que é que disseram?

— Espera, tenho aqui uma gravação.

Não consigo ouvir muito bem a seguinte gravação da caixa negra do avião, mas creio que estava gravada no telemóvel da mulher.

— Uau. Mas espera. Como é que tiveste acesso a isso?

— Eu estava no aeroporto a fazer a minha missão de Intrusa, e assim que vi esta gravação vi os ficheiros da "Elizabeth Dunn" e segui-a até aqui.

Aparentemente a "mulher do spa" está a falar com um Intruso que estaria neste hotel a fazer a sua missão. Devem-se ter encontrado graças à lente de contacto desenvolvida pelo governo.

— Mas isso agora não interessa — continua a mulher — Contactei o governo, e eles disseram para extermina-la.

A minha pele gela com esta afirmação, mesmo estando rodeada por uma substancia peganhenta e aquecida.

— Bem, então vamos lá.

Preparo-me para o ataque. Procuro á minha volta algo que possa usar para distrair as "pessoas" que de mim se aproximam, mas não encontro nada, foi-me tudo levado.

A Empregada Extraterrestre Where stories live. Discover now