AS CRIATURAS DA NOITE

11 União do Mal

Estacionando o carro no estacionamento quase lotado, Barton caminhou até o bar com enormes letreiros na fachada e sorriu, estava atrasado, alguém havia deixado uma mensagem em seu celular dizendo que queria encontra-lo alí, exatamente as dez da noite.

No início achara estranho a mensagem e até ficara com medo de aparecer, mas pensou no assunto enquanto dirigia até alí, deveria ser alguma mensagem de seus superiores, algo relacionado a missão, estava curioso quanto a isso.

Entrando no bar ele foi surpreendido pelo olhar curioso de alguns clientes e sentiu seu coração acelerar quando encontrou o olhar das pessoas, ou melhor das criaturas.

O local estava cheio, e não estava surpreso pelo local ser um bar do submundo, visto apenas por caçadores e as criaturas do submundo, haviam locais como aquele pelo mundo todo, eram frequentados por bruxas, lobos, fadas, e vampiros, geralmente o dono do local era um bruxo ou feiticeiro, e existia sempre um pacto de paz dentro do estabelecimento, qualquer confusão levada a morte de um integrante de qualquer um dos clãs, o Departamento era informado e algum agente enviado para a solução do caso.

Quem quer que tenha escolhido o local para o encontro fora esperto e vaidoso, até que o bar não era ruim para um estabelecimento submundano, tinha um enorme balcão com banquinhos, um palco onde uma banda tocava uma música animada, mesas redondas espalhadas por todo o salão e um espaço vazio e reservado para as pessoas dançarem, e atrás do balcão haviam várias prateleiras com todos os tipos de bebidas, desde sangue a tequila, um lustre em formato de flor estava pendurado no teto, projetando pequenas luzes coloridas nas paredes e no chão do estabelecimento.

Atravesando o bar ele passou por um grupo de vampiros que sorriram mostrando os dentes e ele sorriu antes de ignora-los e seguir em frente, desviando de uma fada com asas brancas e cintilantes que servia as mesas dos clientes, um bando de lobos estava mas ao longe ao canto conversando e quando o viram pode ouvir os rosnados e depois risadas, também havia um feiticeiro sentado no final do balcão com a cabeça encostado no batente, estava bêbado e cantarolando, se aproximando do balcão ele parou e tremeu, ao notar a garota sentada em frente ao balcão, com um cigarro em uma mão e um copo de bebida na outra, mesmo estando de costas ele a reconheceu, cabelos ruivos e curtos cortados na altura dos ombros, uma jaqueta de couro preta, calsa jeans justa e preta, botas de motoqueiro, e concerteza sua pistola Ponto 40 estava na cintura, a estaca dentro da jaqueta e pingente de cruz prateada no pescoco, baton vermelho contornando seus lábios rubros e perfeitos como um botão de rosa, o rosto magro e pálido, os olhos castanhos claros, com grandes e espesos cílios negros, o nariz pequeno e bonito, aquela era a única garota que o fazia sair do chão, por quem ficara meses em crise de depressão, e a única por quem ainda era loucamente apaixonado, Ana Stones, sua ex-namorada, não à via a quase três anos, desde que terminaram, ela parecia a mesma de sempre, magra, alta e incrivelmente bela, podia não ver seu rosto direito mas sabia que era ela. E sabia também agora, que fora ela quem o arrastara até alí.

__ Então foi você quem me arrastou até aqui?__ Perguntou ele, arrastou um banquinho e se sentou.__ Uma vodka com limão por favor.

Disse ao barman e sorriu quando ela soprou a fumaça do cigarro e o encarou profundamente antes de sorrir. O sorriso engraçado e embriagado dela quase o fez se levantar e abraça-la, mas se conteve e pegou sua bebida, quando um garoto fada colocou o copo de bebida na sua frente, fora como pensara, Ana continuava linda como sempre, o mesmo rosto redondo, os cabelos curtos e ruivos, e o olhar sedutor que o deixava sem ar.

__ Olá pra você também Barton. E sim eu arrastei você até aqui.__ Disse ela e ele sorriu novamente enquanto bebia.__ Soube que você estava na cidade, resolvi dizer olá.

__ Vejo que ainda continua a mesma, fria, sarcástica e perigosa.__ Disse Barton tentando não parecer resentido, Ana fora cruel e fria quando o deixou.__ É bom te ver também Ana.