14 Rosas Negras

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O barulho dos carros saindo do estacionamento despertaram Thatyana de seu torpor de insônia e exaustão, soltando um gemido ainda sonolenta ela abriu os olhos e encarou um carro que saia do estacionamento, havia conseguido dormir depois que dirigira por quase toda a cidade tentando despistar o vampiro, depois que saira da festa na casa de Helen.

Achou que ele havia ficado para trás, mas quando quase o atropelou enquanto dirigia seu opala sobre a Steel Bridger, a famosa ponte de treliças metálicas, que lembravam enormes triângulos que brilhavam ao longe situada sobre o rio Willamette, e ligando os bairros residênciais ao centro da cidade, descobriu que aquela noite seria perigosa e mortal.

Percebeu que ele estava se deliciando com cada momento de estresse e terror que ela sentia a cada encontro, fora cansativo.

__ Posso passa a noite toda fazendo isso e acredite, é divertido irritar você, minha deusa guerreira.

Era isso que ele tinha dito enquanto ela tentava se recuperar do susto, seu coração quase saiu correndo por sua boca, enquanto ele sorria exibindo suas presas de vampiro, e por um momento sentiu medo, mas depois que lembrou que tinha toda proteção que precisava dentro de seu carro, ela apenas sorriu como se o desafiasse e arrancou no meio da madrugada feito louca.

O carro cantando pneus no asfalto molhado da ponte por causa da chuva fina que havia caído mas cedo, sua intenção era atropela-lo, mas como ele desviou rapidamente em um movimento perfeito se afastando para o lado, ela apenas passou por ele enquanto partia, e quando olhou para trás pelo retrovisor, o viu sorrindo cinicamente.

Pensou por um momento que havia se livrado dele, mas realmente se enganara, ele a perseguiu durante horas, sempre atravessando na sua frente deixando-a completamente sem ar, em pânico e irritada.

Sorriu devido persistência sombria dele, e em seu último encontro com ele, desistiu do desafio e saiu do carro, parou a alguns passos dele e o encarou a espera de uma reação, tal como um ataque de seu lado vampiro ou alguma ameaça como a que ele havia feito na noite em que o conheceu.

Mas não, ele não fez ameaças, apenas sorriu tranquilamente antes de erguer as mãos para o alto e dar um passo para trás, deixando-a surpresa.

__ Vejo que está cansada e com sono, então a deixarei em paz, por enquanto.

__ Está com medo da possibilidade de que eu acabe morta em um acidente de carro por dormir ao volante?

Perguntara friamente enquanto ele sorria lindamente, e em um único piscar de olhos estava bem a sua frente, observando-a, deixando-a nervosa, enquanto seus dedos gelados como cubos de gelo afagavam seu queixo, erguendo sua cabeça para que ela olhasse profundamente em seus olhos azuis.

__ Tão bela e tão fria quanto o gelo.__ Disse ele enquanto a encarava em silêncio.

__ Você tem alma?__ Disse ela friamente.

__ Minha alma não existe a muito tempo, assim como meus sentimentos e meu coração, sou uma criatura morta, por isso não há por que me sentir como humano.__ Disse ele e afastou a mão do rosto dela que deu um passo para trás.

__ Você vai me deixar ir?__ Disse ela e cruzou os braços.__ Estou com sono. Há uma grande possibilidade de que eu acabe morta por dormir ao volante. É isso que quer?

__ Não quero arriscar a vida de minha futura parceira.__ Disse ele e sorriu.__ Volte em segurança para casa, minha rainha.

Foi tudo o que ele disse antes de desaparecer, no intervalo de uma batida de coração e de um simples piscar de olhos, ficou alguns minutos parada sobre a ponte fitando o vazio, e ouvindo o som de sua própria respiração.

AS CRIATURAS DA NOITE Where stories live. Discover now