NIAT CAP 4 REENCONTRO

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REENCONTRO

  21/06/1618
da Era do
Despertar

         Ƒinalmente, chegaram de volta à clareira. Logo de imediato distinguiram Stok caído, para seu completo espanto Era um mistério inexplicável. Estava próximo à uma pequena fogueira acesa. Na cabeça e no braço direito haviam curativos. Sobre a figueira uma pedra servindo de chapa, em cima da pedra ardente, ervas esmagadas e misturadas, cozinham no elmo de Hayden esfumaçando e perfumando o ar quente e úmido com aromas refrescantes.

Analisaram atentamentel os arredores. Nada, nenhum sinal de gente. Viram o braço dele, coberto por uma grande folha amarrada em faixas e a retiraram, se deparando com um horripilante ferimento, três cortes paralelos, o do meio era o mais profundo. Dilacerarou a carne até o osso e artéria, numa trajetória diagonal da dobra do braço próximo ao bíceps até o punho.

Kay'Lee recolocou os curativos preocupado, e reparou que o ferimento de Stok tinha o mesmo padrão que o ferimento do lobo, apesar de muito mais feio e profundo, afinal Stok não tinha pelos e couro para amenizar os ferimentos.

Por mais que especulassem, não conseguiam compreender como ele desapareceu da enorme árvore e reapareceu na clareira, sob cuidados de um curandeiro misterioso e com um ferimento idêntico ao de Maven.

— Só pode ter a ver com os gritos daquela águia — disse Harley.

— Verdade, mas é claro — disse Kay. — Mas se for isso, eram águias gigantescas.

— Sim e logo em seguida ocorreu o grito de Stok. E em seguida o estridor daquela fera ainda mais potente que a outra.

Harley decidiu rastrear cuidadosamente as marcas que viam no solo e na grama. 

Viram algo que pareciam as tais pegadas do curandeiro perto do corpo de Stok, mas também podiam ser pegadas deles. Grandes e esguias, começavam ali mesmo no meio da clareira, entre a toca e a fogueira, próximo às pegadas do lobo, que estavam espalhadas por todo lado. Mas haviam muitas pegadas humanas. Era quase impossível ter certeza do que tudo aquilo significava.

Então se deparou com algo surpreendente: pegadas fundas e grandes, de feras com patas ainda maiores que as do próprio lobo, que per se já eram enormes. Seja lá que fera fosse, tinha deixado marcas profundas, mais pesadas, maiores e diferentes das do lobo, algumas eram felinas, com garras curvas para o chão e outras enormes pegadas em forma de pés de ave com um palmo cada garra. possuíam três dedos para frente abertos e um para trás como que garras de águia e outras aves caçadoras, mas, claro, extremamente maiores. 

As pegadas do felino e da ave gigante se seguiam com perfeição e de repente desapareciam. Era estranho, não parecia natural. Ou eram os dois uma única coisa bizarra, uma criatura metade felino metade ave, ou estavam andando um atrás do outro, sem pisar nas pegadas alheias e em linha perfeita, até sumirem juntos, em frente onde Stok estava repousado, e então, dali pra frente, apenas pegadas humanas. Seguindo a trajetória do ser e adiante, depois indo de um lado para outro, até sumirem também e ressurgirem as pegadas do lobo.

— Parece que alguém apagou pegadas. — disse Harley. — Está tudo confuso aqui.

Haviam gotas e pequenas poças de sangue perto de Stok.

Neste momento Stok despertou. Abrindo o olho fragilmente e demonstrando dores, inclusive na cabeça tentou se erguer assutado.

Harley não fez cerimônias, abraçou-o com leveza, contente por ele estar bem. Demonstrando a simplicidade e sinceridade duma criança de apenas uns onze anos. 

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