NIAT CAP 2 NOMES

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NIAT CAP 2 NOMES



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18/06/1618
da era do
Despertar




Os outros três acordaram com o tilintar da faca no assoalho pétreo da árvore. Viram que o lobo tinha o enorme crânio pousado sobre as coxas do careca, ambos estavam exaustos e a fera ainda desacordada.

- Você conseguiu retirar a faca. - Alegrou-se o pequeno. Não imaginava o resultado inevitável, a perda do olho. Depois viu a serpente ali próximo e se espantou. - Você matou essa cobra?

- Foi nosso amigo lobo. - respondeu ele ainda sem ousar abrir os olhos.

Todos viram e ouviram. Ficaram agradecidos ao lobo, dirigiram-lhe o olhar, mas nada disseram.

- Temos de tratar a ferida com urgência. - disse o gordo finalmente.
- Não podemos deixar infeccionar. - Em seguida analisou o grandão. - Você também está ferido, olha só seu braço!

Ele olhou o local apontado demonstrando que não havia percebido. Abriu o curativo cheio de ervas, mostrando uma perfuração feia e com a carne em volta esverdeada, porém já tratada. - Não dói, e está quase curado.

- Não dói? por favor, não seja tolo... deixe-me ver isto. - falou o gordo indo em sua direção.

- Afaste-se. Não precisa. Estou ótimo. - repeliu-o.

- Acaso entende de medicina, amigo? - quis saber o garoto careca.

- Bem... não sei bem não, estou meio confuso, talvez saiba mas não lembre, mas... essas coisas me pareceram... óbvias. - justificou.

- Entendo... e como poderemos tratar a ferida? - perguntou ainda sem ânimo.

- Bem... como se trata do olho não será nada fácil... ele vai sofrer. Mas precisamos cauterizar a ferida, limpar e fazer um curativo.

- E como iremos cauterizar? Não vai queimar o olho vai? - indagou o grandão enquanto o menor acompanhava a conversa atento e o careca expremia os olhos, ponderando a terrível resposta que se seguiria àquela pergunta, sentindo um frio arrepiante lhe percorrer a espinha.

- Bem, se não temos álcool, teremos de acender fogo, e usar a própria adaga incandescente... e.... usá-la. - falou ele com pesar.

- Eu preferiria morrer. - disse o grandão friamente. - Odeio fogo.

Todos fizeram alguns momentos de silencio, olhando para o lobo deitado e gemendo.

- Então temos de fazer fogo e aquecer a adaga e... ou arrumar bebida para lavar e cauterizar com menos sofrimento e plantas para fazer o curativo, ou vê-lo sofrer com ferro em brasa no olho, ou não fazer nada e rezar aos deuses pra que não infeccione. - expôs o pequeno.

- Exato. - decretou o gordo. - Se eu encontrasse algumas ervas úteis, realmente seria o mais ideal. - finalizou.

- Não tem mais o olho - despejou ele. Demoraram para assimilar o que ele disse, então ele finalmente completou: - Tive de removê-lo.

O olhar de todos era só espanto. Engoliram aquilo a seco num silêncio sepulcral, ouviam apenas os sons da selva lá fora.

- O que é aquilo? - perguntou o pequenino após o longo silencio, olhando algum objeto num canto escuro da toca. O careca olhou, abrindo os olhos finalmente, devido o susto gerado pelas palavras do pequeno. Não era nada demais, apenas um tipo de recipiente. Pegou a adaga e limpo o sangue antes que secasse, depois a manteve na mão. O grandalhão, que estava mais perto, pegou e verificou o recipiente, tratava-se dum cesto com comida.

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