MEMÓRIAS EM ORDEM

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  MEMÓRIAS EM ORDEM 

         Assim que os garotos despertaram da incontrolável e infindável letargia, iniciou-se uma confusa tentativa de expressar suas memórias um para o outro, até que ficou claro que todos haviam recuperado a memória e passavam pelas mesmas sensações.

         — A maldição foi quebrada — esclareceu Harley. — Todos recuperamos a memória. Pelo simples fato de olhar a face de Aldebaran quebrarmos a maldição colocada por ele — salientou Harley.

         — Precisamos viajar para Drak'Nazit imediatamente — proferiu Hayden com urgência.

         — Mas isto é exatamente o que o mago tentou evitar — lembrou Stok. — É extremamente arriscado ir até a capital, enquanto não sabemos o que se passa por lá.

         — Infelizmente, Stok... digo, príncipe Elthorn está certo — Disse Harley. — precisamos ter a esperança de que puderam resistir até os reforços chegarem. Já se passaram mais de três Luas Shastra desde que Drak'Nazit foi invadida.

         Já não há nada que possa ser feito. Caso a capital tenha sido tomada pelos abomináveis seres, seremos descobertos assim que nos teleportarmos para lá.

         — Meus pais, meus irmãos... Será que... — iniciou Kay'Lee.

         — Melhor manter sua fé, amigo. Não adianta se desesperar antecipadamente — Aconselhou Harley. — Também sinto um aperto no coração por pensar no que pode ter acontecido com minha família. Mas não podemos agir com precipitação. Tenho fortes sensações de que estão bem.

         — Quando Aldebaran nos narrou os fatos, eu os via como uma crônica, mas agora... me recordo de cada detalhe da invasão, de amigos morrendo, de mulheres e crianças sangrando e gritando, dos cavaleiros se sacrificando desarmados para proteger os indefesos... — dizia Stok com olhar marejado e a tristeza estampada em cada expressão — agora meu coração sangra de tanta tristeza.

         — Então você era o príncipe do grande reino que foi atacado de surpresa? — perguntou o Rei sem cerimônia.

         — Sim, majestade. Fomos terrivelmente traídos e enganados.

         — Traídos?... acha que alguém do reino participou deste ato? — perguntou Hayden lembrando-se das atitudes estranhas do pai.

         — Tenho certeza. Meu pai jamais decidiria por si só ostentar a grandeza do Império. Algum mago traidor pode muito bem tê-lo hipnotizado e controlado sua mente para ordenar que o arco fosse colocado para dentro.

         — Meu pai lhe indicou que o fizesse — afirmou seu primo, príncipe Wilmore.

         — Ora, Will, seu pai jamais trairia o próprio irmão. O que ele ganharia destruindo o império e todo seu povo?, Não faz sentido algum. O que mais ele poderia querer?, Ele tinha o cargo de artifíce supremo, que amava. Tinha morada no palácio dos deuses, uma linda mulher, a longevidade dos Na'Zi, a admiração do povo...

         — Antes de qualquer coisa ele é meu pai. Ainda assim, ele agiu estranhamente na noite da invasão. Ficou sorrindo enquanto observava o arco, depois partiu para o interior do palácio levando minha mãe e mandando que eu os acompanhasse... Antes de qualquer um, mesmo dos Rangers e Magos perceberem, ele já sabia de algo. Então quis levar a mim e minha mãe para algum lugar no interior do palácio.

         — Devemos admitir que isto é estranho e suspeito —, declarou Harley com cenhos franzidos — embora não esclareça muita coisa. Quem se aliaria ao mal que quer o fim da humanidade acima de tudo?

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