NIAT CAP 12 RITUAIS E PROFECIA

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RITUAIS E PROFECIA

12/07/1618
da Era do
Despertar


        Os tribais comemoravam alegremente, dançavam, cantavam, pulavam e tocavam instrumentos. Se pintaram com tintas coloridas e cores alegres e vibrantes como jamais haviam feito. Comiam à vontade e com fartura, carnes, vegetais e frutos. Não teriam mais de dividir seu alimento com a criatura gigante e maldita todos os dias, nem sacrificar um humano todo mês.

Kay'Lee, Hayden e Stok se juntaram nos cuidados a Harley. Tentando desesperadamente despertá-lo. Seu coração batia sem pressa e suas mãos estavam gélidas, sem vida e ele suava de forma abundante. Os únicos ferimentos eram queimaduras com bolhas em ambas as mãos.

O cabal deu uma ordem a alguns soldados em sua língua incompreensível. Alguns deles foram na direção da grande Águia Royal e Rubra e dois na direção de Harley.

Hayden encarou-os de cenho franzido quando se aproximaram para pegar Harley nos braços. Tanto Hayden quanto os soldados voltaram seus olhares para o cabal, que acenou com aprovação e olhar solene.

— Vamos cuidar bem dele, guerreiro — ele disse calmamente e até Hayden entendeu.

Stok tocou Hayden no braço — Ele precisa de cuidados.

Hayden então pegou ele mesmo Harley nos braços. — Para onde?

— Por aqui — indicou o líder tribal.

O cabal caminhou indicando ele mesmo a direção. Foram todos através das trilhas até uma rampa que subia para uma grande choupana. Lá dentro um velho Sacerdote aguardava sentado no chão. Estava rodeado por incontáveis plantas e ervas vivas em vasos, bambus no chão e presas às paredes.

Assim que uns oito tribais estenderam a águia ferida sobre o assoalho ele administrou diversos emplastros nos ferimentos.

— Agora é com os deuses — disse ele orando com as mãos impostas sobre a cabeça da Águia que mal respirava.

Ao terminar ele perguntou algo ao cabal, olhando para Harley. Nenhum dos garotos entendeu, mas supuseram que ele perguntava sobre o que havia com Harley. O cabal respondeu na língua deles com seu sotaque esquisito e olhando para eles: 

— Elsh cairosh fratcho ashpös usare magichia — falou com expressão séria e drástica. 

O velho olhou para o cabal com olhar de descrença e espanto, com cenho extremamente franzido em dúvida e perplexidade enquanto movia a cabeça lentamente. Em seguida respondeu, na mesma língua, porém, com muito mais semelhança sonora com a fala dos garotos:

— Isto impossível. Explicar, grande ancestral, que em nosso mundo, magia morta há eras muitas. Ervas, tudo que resta. 

— Shabeher dishto, maeh sayeres mágichios tamem, não grande shábisho? — fez uma pausa, olhou para os garotos e continuou: — e no entanto — falava agora em sua própria língua — todos vimos hoje. 

Stok estava pensativo e preocupado com Maven. Afinal havia jurado protegê-lo e ele estava ferido e desaparecido em algum lugar da selva.

— Tenho de encontrar Maven. Cuidem de Harley — disse a Hayden e Kay apoiando as mãos nos ombros de ambos.

Stok partiu apressadamente, saltando por um e outro galho até pousar no chão. Em seguida saiu correndo para a encosta na direção onde o grifo havia sumido. Logo que chegou ao paredão, escalou as pedras cinzentas, alcançou a área de vegetação, subiu mais, então viu Maven caído entre a vegetação mais a frente. Estava muito ferido e lutando para se manter consciente. A pata quebrada, retorcida e ferida em várias partes. Lágrimas rolaram pela face de Stok.

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