KAY'LEE ☠ RESPOSTAS

134 49 27
                                    

KAY'LEE ☠ RESPOSTAS


      Kay'Lee foi despertado gentilmente por uma voz desconhecida.

Era feminina e calma. Tratou logo de tranquilizar o garoto dizendo:

— Acalme-se! Você logo estará em liberdade, e com seus amigos. Queremos apenas cruzar as respostas de vocês para saber se disseram a verdade.

O garoto percebe que está preso por metais nos pulsos e tem os olhos vendados. Raciocina, unindo este fato ao que ouviu da voz feminina e ao fato de estar sem ferimentos ou chances de defesa, conclui que o desejo da mulher só podia ser interrogá-los separadamente para descobrir se dizem a verdade. Assim sendo, decide responder:

— Tudo bem. Irei colaborar.

— Ótimo. Então me digam, quem são vocês?, o que fazem aqui?

— Somos... enviados do reino de Usdror para Aragor, em busca duma aliança com eles.

— Hmm... Estranho, há tempos não se encorajam a usar esses caminhos e adentrar estas matas perigosas. Por que não foram de barco?

— Não haviam previsões de viagens pra lá. Viagens para Aragor são raras e caras.

— Entendo. Mas, vamos ao que interessa: O que faziam e como possuíam aquelas relíquias?

Mas quem será essa mulher para falar com tanta propriedade sobre as relíquias? Pensou o garoto.

— Algumas achamos, outras conseguimos após criaturas que destruímos se transformarem magicamente em esferas.

— Vocês são da outra dimensão não é?, você fala com muita naturalidade de fatos sobrenaturais.

Kay'Lee sentiu-se tranqüilo com a presença, com as palavras e intenções da mulher, então decidiu abrir o jogo completamente:

— Na verdade sou sim. Mas, quem é você afinal? O que querem com essas relíquias e o que fazem neste local hostil e pavoroso?

— Sou uma Guardiã. Queremos destruir todas relíquias malditas que pudermos. E, estamos aqui para cumprir nossa missão primordial.

— Qual? — pergunta Kay'Lee apressadamente e com muito interesse.

— Caçar monstros do mundo das trevas. Muitos locais no mundo funcionam como uma janela para seres sombrios e cruéis acessarem esta dimensão. Nossa ordem foi designada há gerações para livrar o mundo destes monstros e guardar estes portais malditos.
Além disso aprendemos coisas sobre estas esferas e seu risco para o mundo...

— Estou furioso! — gritou uma voz pavorosa, parecia enfurecida.

— Mas o que pensa que está fazendo aqui? — pergunta a mulher.

Kay'Lee redobrou a atenção tentando compreender do que se tratava. Com seus olhos vendados não havia muito que pudesse fazer além disso.

— Olha, aquele garoto que sobrou para mim é insuportável — esbravejou a voz furiosa e assustadora. — Ele não quer colaborar, então preciso de uma ajudinha para não ter de acabar com ele. 

— O que quer? — indagou a mulher.

— Garoto! — disse o homem, e Kay'Lee soube que falava com ele, pois era o único garoto ali e a voz se aproximou dele, assim como uma lâmina afiada e gélida de seu pescoço próximo a orelha.

De imediato a mulher fez um som de espanto e disse:

— Ficou maluco?

— Garoto. Se quer que seu amigo e você sobrevivam, dê um grito de pavor e dor como nunca deu na sua vida! — ordenou fazendo um pequeno corte em seu pescoço próximo a carótida. — Trate de ser convincente, se teu amigo não abrir a boca... Agora grite!

Kay'Lee imaginou de imediato que tivesse algo à ver com Hayden, mas não concluiu o quê. Então deu um grito aterrador:

— ARGHHHHHHHH!

— Ótimo! — falou satisfeito. Até mais, irmã.

— Não faça besteira! — advertiu a voz feminina.

Os passos se afastaram-se rapidamente, sem dar respostas.

— Não se preocupe — disse ela a Kay. — Deixe-me ver esse arranhão.

— Não foi nada — disse ele. — Meu amigo... ficará bem?

— Não se preocupe. Vou ver como estão as coisas assim que terminarmos nossa conversa — disse colocando algo sobre o ferimento no pescoço do garoto.

— Obrigado. Você parece ser muito bondosa.

— Nossa missão é bem complexa e difícil. Isto nos torna duros e um pouco... insensíveis. Pesso desculpas pela atitude dele, mas no fundo é tão bom quanto eu.

— Não vai acontecer nada de grave com meu amigo vai?

— Acredito que não, nada de extremo. Mas vou lá verificar, só preciso mais algumas respostas.

— Pode tirar minha venda? — disse Kay'Lee.

— Melhor não — disse com voz sorridente. — Mas não se preocupe.

"DESGRAÇADO!!!" Ouviram o grito distante.

Kay'Lee logo distinguiu que era o grito de Hayden, estava furioso.

— Oh não, meu amigo. O que será que houve? — perguntou Kay'Lee.

— Fique tranqüilo, irei lá imediatamente — disse a mulher.

Em seguida Kay sentiu um vento gélido penetrar suas narinas.

— Adeus! — Kay'Lee ouviu distante e suave. Sua mente aos poucos se apagava, um sono roubava seus sentidos e o chamava para sonhos tranquilos.

Então tudo fugiu de sua consciência.

RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I NIAT IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora