The Sacred Trinity Whatever

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Adaline Saunders

Dois dias depois do acidente na pista de patinação

Estou arrumando minhas roupas no guarda roupa, fecho a cortina por conta do sol, a porta do quarto está aberta e eu não noto quando Maddie chega, apenas quando ela se senta na cama. Ela oferece ajuda, mas eu digo que já estou acabando, o que não é totalmente verdade, eu só quero estar com as mãos ocupadas.

Escuto seu pai falando lá em baixo com a minha mãe, ele fala num tom de voz que não costuma usar. Está nervoso e todos conseguem notar, até Maddie parece nervosa.

— Sobre o que quer conversar? — eu pergunto logo.

— Nos conhecemos há um tempo, você sabe que eu não queria ter uma irmã, nem uma mãe. Porque eu estava muito bem obrigada só com meu pai. — ela faz uma pausa e eu paro também a olhando. — Mas, ele precisava de uma família que não fosse resumida apenas a mim.

— Então?

— Eu amo você irmã, mas tem que me contar porque está escrevendo mentiras sobre meu pai e publicando-as. — ela parece querer se corrigir e se adianta. — Eu te dei aquele cachecol, ele era meu, por que ele estava na escola?

Sento ao seu lado e coloco as mãos nos olhos pensando no que dizer. Miro seus olhos azuis fortes e profundos, seu cabelo está preso numa trança embutida e sua franja loura cai um pouco em seus olhos, ela insiste em voltar a incomodar sempre que Maddie a tira do caminho. No espelho em frente a nós, somos as irmãs mais diferentes do mundo. Minha pele mais escura contrasta seu tom de pele claro que quase sempre se torna vermelho quando ela está nervosa ou com vergonha.

— Não sou eu quem escrevo o jornal. Eu só recebo eles e levo até a escola. — eu começo. — Nunca prejudicaria o Raymond, você precisa acreditar em mim.

Ela levanta e torna a andar para lá e para cá.

— Eles vão descobrir que é você, vão voltar a procurar. — Maddie afirma. — Não pode continuar fazendo isso, espera, por que você faz isso?

— Não posso contar. — aperto os lábios e adquiro um semblante de arrependimento. — Agora não.

Maddie volta a se sentar ao meu lado. Ela passa os dedos embaixo dos olhos e eu percebo que está realmente muito magoada comigo. Coloco a mão na sua e ela recua fingindo procurar algo em sua bolsa. Quero muito que ela pare de chorar em silêncio, seria mais fácil se ela só gritasse comigo e brigasse, para depois eu poder pedir desculpas. Porém, ela não faz. Ela enxuga o rosto diversas vezes até parecer recuperada. Levanto e olho embaixo da cama, puxo a capa escura e empoeirada do violão que Maddie me deu de presente e que também nunca foi tocado.

— Pode afinar para mim? — pergunto.

Ela dá de ombros e abre o zíper da capa. Retorno a guardar minhas roupas enquanto escuto algumas notas desafinadas. Terminamos de fazer o que estávamos fazendo e ela começa a tocar uma música de uma banda chamada "The Band Perry".

— Muito triste? — ela pergunta.

— Muuito. — exclamo. — Vai ficar com raiva de mim por muito tempo?

— Talvez... — passo os dedos entre o meu cabelo. — Não vou mais fazer isso me perdoa pelo Ray, ele é importante também. Não é só você quem não tinha uma família completa.

Ela concorda e continua tocando. Sempre admirei o esforço que Maddie fez para aprender a tocar, ela não era melhor do que eu quando estava começando, talvez o que me fez desistir de aprender foi a paciência em ficar boa e não querer ser boa em tudo. Seus esforços sempre davam resultados. Não consigo acompanha suas notas quando ela toca Ex's And Oh's.

The lie, the fall, the love|Teen WolfWhere stories live. Discover now