Völva

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Maddie

Depois do colégio, na empresa Tegnologias Palmer

Desabotoei o jaleco branco que tem um crachá de identificação, também funciona como chave para a maioria das salas daqui. Sento na poltrona da enorme sala do meu pai, olho pela janela, sinto falta de Star City e das pessoas, talvez porque eu estou acostumada àquela cidade, foi onde eu morei por anos. Respiro fundo e pressiono os dedos contra a testa, meu pai entra na sala e coloca uns papéis sobre a mesa, coloco os óculos no rosto e leio.

— Eu queria poder estudar Literatura lá em Star City... — comento baixo.

— Nem começa, vai ficar aqui, prometeu tentar... Madison, suas notas em Física Nuclear e Mecânica são as melhores em todos os colégios que frequentou, está à frente de sua turma sempre. — sinto que ele vai começar um discurso e o paro.

— Vou indo, irei continuar a fazer o que eu estava fazendo. — digo levantando e colocando os óculos no bolso. — Tchau pai.

Abro a porta e saio, vou até o elevador, aperto mais de uma vez, por causa da demora e logo ele desce. Entro e comprimento um homem de cabelo grisalho vestindo terno preto-azulado. Um andar antes do meu ele sai do elevador, fico sozinha, apoio meu corpo na parede e sinto uma leve tontura ao descer. Saio do elevador e ando até a parte dos testes dos aparelhos. Falo brevemente com as pessoas e sento numa bancada pegando todos os materiais que preciso.

Olho o celular algumas vezes para não ter que encarar conversa nenhuma hoje. Depois de teste após teste continuo pensando no que disse ao meu pai mais cedo, Literatura... não é uma opção para mim e eu já coloquei isso em mente há bastante tempo, eu levei tombo atrás de tombo tentando escrever. Resolvi vestir a carapuça de boa em exatas, não é tão difícil para mim, agradeço a aptidão por números que herdei do meu pai. Na maioria do tempo eu só fingia ser inteligente, eu precisava estudar muito para ficar no nível dos que estavam nas aulas avançadas.

Balanço a cabeça afastando, ou pelo menos tentando, esses pensamentos. Essa cidade não vai me ver desmoronar de novo.

— Senhorita Palmer? — um garoto chama minha atenção.

— Oi? — olho a identificação dele. — John... eu vejo você quase todo dia, pode me chamar de Maddie.

— É, que já foram todos embora. — arregalo os olhos e observo a minha volta.

— Quando eu desliguei? — olho minha mesa agora, vejo que faltam algumas peças para serem montadas. — Droga...

— Eu posso fazer isso para você. — ele sugere e eu nego começando a montar as peças que faltam.

Meu celular vibra constantemente durante uns 20 minutos. Olho o visor e a foto do meu pai ocupa a tela do telefone inteira. Retorno sua ligação e digo que acabei me atrasando no trabalho, ele afirma que vai me esperar e eu apresso meu trabalho. Jonh me ajuda a fazer as coisas mais rápido, mas pedi que ele fosse embora um tempo depois para não se atrasar. Finalmente finalizei meu trabalho e coloquei as peças nas caixas.

Desci correndo pela escada da recepção, onde meu pai estava sentado. As luzes da empresa estavam apagadas em quase todos os andares, a não ser nos últimos.

— Vamos comer fora hoje? — ele pergunta, eu o abraço.

— Eu cozinho hoje! — exclamo animada e puxo ele até o carro. — Pai o que acha de eu fazer uma tatuagem?

— Eu acho que não vou gostar nem um pouco... — ele levanta a sobrancelha e abre a porta do carro para mim, eu entro. — Você quer mesmo fazer?

The lie, the fall, the love|Teen WolfWhere stories live. Discover now