Wolfsbane Saved U

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Scott McCall

11 (onze) dias até o jogo de lacrosse

Meu rosto estava mais suado do que o normal, olhei-me no espelho e o reflexo entregava a face de alguém que acabava de sair de uma maratona. Meus olhos estavam vermelhos e o suor descia pela minha testa, observei o travesseiro molhado. Tive um sonho ruim, um pesadelo, pior do que qualquer um que já tivesse tido. Eu estava na floresta e de repente todos que conheço apareceram na minha frente com a íris de coloração vermelha, como a o Alfa, assim eles iam formando um círculo a minha volta, não tinha percebido que eu mesmo era o Alfa até acordar.

O relógio apitava baixo marcando quatro da manhã, bati forte no botão de desligar e acabei o quebrando. "Que droga! ", pensei. Permaneci sentado encarando a janela entreaberta e a cortina fazendo movimentos ondulares a cada vez que o vento passava. Minha mente fugiu por um segundo do que eu queria pensar "quem é o alfa" e foi para "quem é o escritor". A lembrança do cachecol e os papeis do jornal da escola e seus respingos de sangue, a sombra de alguém fugindo do Alfa, o cheiro forte no cachecol sendo encontrado em Madison.

O sol vai aparecendo aos poucos tímido e antes que eu pudesse ouvir minha mãe voltando do plantão já estava arrumando minha mochila para a escola. Encarei meus olhos no espelho, fiz eles aparecerem como são. Amarelos. Nada de vermelho. Não sou o Alfa e não preciso me preocupar com isso, porque sonhos ruins são só sonhos ruins.

Tomei banho, levei um pouco mais de tempo já que estava muito cedo. Chovia um pouco lá fora e eu sentia o frio toda vez que desligava o chuveiro quente. Sai do banho e corri para fechar as janelas, o vento que entrava fazia meu peito e abdômen se arrepiarem. Vesti uma calça jeans preta e tênis azuis, uma blusa listrada azul com preto e um casaco marrom. Olhei pela janela tinha parado de chover.

Encontrei minha mãe dormindo no sofá, peguei uma manta grossa e coloquei em cima dela. Ouvi-a balbuciar algo e a desejei "boa noite" inconsciente, peguei uns sanduíches gelados e sai de casa, peguei a bicicleta e pedalei até a escola. Passei direto pela casa de Stiles, o jipe ainda estava estacionado na garagem, continuei pedalando com força indo muito rápido depois muito lento.

Voltou a chover, as gotas que antes eram finas agora estavam grossas e pesadas. Claro que me arrependi de não ter pegado carona com Stiles, mas eu me sinto bem dividindo a rua silenciosa com a chuva. A minha frente a visão embaçada de uma figura de cabelos loiros muito claros, segurando um guarda-chuva roxo de tom exagerado e botas lilás de cano alto.

— Madison?! — gritei e ela parecia lutar contra o vento forte.

— OI?! — ela responde no mesmo tom. — V-você q-quer v-vir p-para c-cá? — sua voz é cortada pelo vento e ela gagueja sem parar por causa do frio.

Eu assinto e desço da bicicleta, ofereço-me para segurar o guarda-chuva já que sou mais alto que ela.

— Você não vai me jogar na poça d'água e começar a gritar que sou eu quem escreve o jornal da escola, vai? — ela pergunta e eu sorrio de sua sinceridade e falta de timidez.

— Eu acho que já superei isso... — coço a cabeça. — Não tem como ser você, desculpa.

— Tudo bem... eu não fico com raiva das pessoas por muito tempo. — ela para um pouco e respira fundo, como se estivesse com falta de ar. — Você vem sempre de bicicleta, ou só quando está chovendo?

— Só quando eu acordo mais cedo que o Stiles. E porque não vem de carro? — pergunto. — Você prefere vir andando todo dia?

— Eu não gosto de dirigir... — ela responde.

The lie, the fall, the love|Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora