Capítulo 3

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Maryneth

Como eu vou chegar à casa da dinda assim, molhada e suja. Merda. Eu devia suspeitar que essa viagem seria uma droga. Enfim o taxista parou em frente ao endereço, paguei a corrida e desci.

Nossa não é uma simples casa é uma verdadeira mansão, cercada por um muro altíssimo tem um enorme portão de madeira, é impossível ter uma visão de como a mansão é por dentro, a única coisa que consigo ver é um interfone, tento ajeitar minha roupa e respirando fundo toco o interfone, uma voz masculina me atende.

       - Boa tarde, residência dos Albuquerque, quem é?

     - Oi... Ham, eu sou Mary, enteada da Meire.

      - Só um minuto senhorita Lopez, já vou liberar sua entrada.

Eu poderia até estranhar o fato dessa voz saber meu nome, mas depois de ver a frente dessa mansão, isso já deve ser normal. O portão abriu sozinho e eu entrei, minha boca abriu literalmente, é linda. Grande e toda branca, na frente tem uma enorme piscina cercada por um gramado muito bem aparado e verdinho, é realmente uma super mansão, segui o longo caminho para sua entrada e me surpreendi ao me deparar com um lindo carro vermelho, olhando melhor é uma Ferrari... Uau! Um senhor se aproximou de mim e perguntou se eu gostaria de alguma coisa, assim eu o expliquei me indicou aonde ir, subi as escadas que dá para a entrada da casa e dei batidas fracas na porta. Assim que ela foi aberta eu fiquei de queixo caído do hall de entrada eu consegui ver como ela é mais linda ainda por dentro um salão amplo e todo branco e dourado bem à frente têm duas escadas, uma do lado direito e outra do lado esquerdo dando para o andar de cima no meio tem um enorme lustre de cristal, abaixei os olhos e vi uma enorme sala, é tudo lindo e ao mesmo tempo em que é delicado e parece antigo é moderno.

Eu estou pasma olhando para a sala até que o vi, o motorista babaca e lindo parado olhando na minha direção e sorrindo, provavelmente percebeu minha cara de boba, o olhei com uma expressão seria e seu sorriso idiota e lindo permaneceu intacto.

      - Mary querida o que aconteceu?- minha dinda perguntou caminhando na minha direção com os olhos arregalados.

      - Foi um acidente dinda, eu estou bem só foi uma imprudência de um estúpido. – Falei e nem olhei na direção da sala, pois o estúpido com certeza está lá me encarando com seu sorrisinho.

      - Infelizmente existem muitos imprudentes na direção de um carro, prazer eu sou o Santiago. – O senhor falou se aproximando de mim e eu apenas sorri.

       - Concordo plenamente com o senhor. – Hora do sorriso debochado.

      - Prazer Senhorita, Lucas Albuquerque. Eu concordo que existem muitos motoristas imprudentes, assim como existem pedestres desatentos que atravessam fora da faixa. – Falou se aproximando e olhando fixamente para mim.

      - Não vamos ficar no hall de entrada, por favor, Plínio leve as bagagens e a senhorita para o seus aposentos nós estaremos aguardando na sala de jantar. – o Sr. Santiago falou e na mesma hora o homem uniformizado se apresentou e me indicou o caminho.

Eu nem preciso falar que o meu quarto é enorme e lindo tem uma varanda, cama de casal, closet e banheira, ele é quase do tamanho do meu antigo apartamento. Tomei um banho rápido e coloquei um macaquinho florido e uma jaqueta de sarja branca, como não vou sair o frio não vai me incomodar, sequei um pouco meu cabelo com secador passei um pouco do meu perfume e desci, olhei no meu celular e já são quatro horas da tarde, odeio me atrasar, mas eu sempre chego atrasada fazer o que eu até tento, mas é involuntário, digamos que o relógio não é meu amigo, minha mãe costumava dizer que eu era o coelho da Alice no país das maravilhas. Cheguei a enorme sala depois de quase me perder e todos estavam conversando minha dinda assim que me viu levantou correndo e fez o que era pra fazer assim que eu cheguei, ela me abraçou e eu deixei toda a saudade que sentir dela cair em forma de poucas lágrimas. Como eu senti falta da minha madrinha.

O almoço foi servido e eu me dei conta que estou faminta

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O almoço foi servido e eu me dei conta que estou faminta.

      - O almoço geralmente é servido mais cedo Maryneth, hoje será uma exceção pela sua chegada, como foi de viagem? – O Sr. Santiago perguntou sorrindo olhando na minha direção. Ele está na ponta da mesa, ao lado direito dele está o Sr. Perfeito, minha dinda está ao lado esquerdo e eu estou ao seu lado.

      - Sinto muito não poder chegar a tempo para o almoço, obrigada pela consideração Sr. Santiago, minha viagem foi ótima. – Falei de forma simpática.

      - Por Favor, sem formalidades Maryneth, chame-me de Santiago.

      - Mary. – Falei e sorri de forma simpática até outra voz nos interromper.

      - Mary? – Perguntou o Sr. Perfeito com seu sorriso de lado.

      - Meu nome é Maryneth se o senhor não sabe, Mary é uma abreviação. – Nossa Mary não seja tão grossa. Ele ainda olha na minha direção. Não vou me deixar intimidar sustento nosso olhar e ele é o primeiro a falar.

      - Eu gosto de Maryneth. É lindo. Combina com a dona. – Falou e dessa vez seu sorriso se alargou iluminando seu lindo rosto. Essa me pegou desprevenida, eu consigo sentir minhas bochechas corando, abaixei o olhar para meu prato. - Não precisa ficar envergonhada Maryneth eu te chamo de Mary. Você não gosta do seu nome?

        - Sim eu gosto do meu nome... Ham... senhor ... – Merda ele me deixou com a guarda baixa.

      - Lucas. Chame-me de Lucas, me deixa adivinhar o nome da sua mãe? – Perguntou com curiosidade olhando-me fixamente, e como são lindos seus olhos.

      - Na verdade minha mãe se chamava Marine Elisabeth, ela meio que combinou os nomes dela então surgiu Maryneth.

      - Faz quanto tempo que sua mãe faleceu?

Falar da morte da minha mãe faz um nó se formar em minha garganta, mesmo depois de tantos anos isso ainda me incomoda, olhei para minha madrinha em busca de ajuda.

      - A Mary tem vinte e dois anos Luquinhas. Ela se formou em marketing ano passado, não é mesmo querida. – Minha madrinha sempre me ajudou, quando o assunto é distração, fiz que sim com a cabeça, assuntos como faculdade e empresa começaram a surgir, e uma conversa descontraída ocupou maior parte da refeição: um robalo deliciosamente saboroso com vegetais e vinho tinto nacional, o que eu não passei de uma taça, pois eu não sou acostumada a beber já que sou fraca para bebidas, bebo apenas em ocasiões especiais. A sobremesa foi servida: Creme brûlée e framboesas. Eu posso me acostumar com isso. Assim que dei uma colherada um gemido escapou da minha boca, sim eu sou virgem, mas eu transo com a comida, ela me faz gemer. Levantei a cabeça e olhei em volta Minha dinda está distraída falando com o marido e bom o Lucas ele sim está me encarando boquiaberto. Lambi o lábio inferior e sorri. Odeio ser observada, obvio que eu estou vermelha. Eu sinto meu rosto pegando fogo. Meu celular vibrou no meu bolso me assustando e eu o peguei para desligar, mas como toda boa desastrada eu atendi a porcaria da ligação e ainda coloquei no viva voz. A voz do Beto pode ser ouvida até da cozinha eu imagino, ele finge chorar como sempre e eu fico desesperada tentando desligar, sabe a hora que você tenta ligar o celular e ele apaga ai você ascende quando vai apertar ele apaga de novo.

Merda.

Maldito celular, maldito Roberto.

(CONCLUÍDO) Vencendo Gigantes - Livro 1 Série Desafio. Where stories live. Discover now