Capítulo 5

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Maryneth

Eu queria está pronta para as coisas que acontece comigo, mas infelizmente as coisas simplesmente acontecem sem dar chance de nos prepararmos, eu senti tanta raiva do infeliz do Beto por causa da ligação e claro que pra ajudar eu tenho que ser a pessoa mais desastrada do mundo, eu tentei não chorar na frente do Lucas, mas foi impossível segurar as lagrimas, eu não posso demonstrar fraqueza nem posso chorar pra sempre eu preciso de conhecer pessoas e lugares diferentes me distrair e apagar ele da minha vida de uma vez por todas. Depois de passar um ano em depressão ele me foi uma porta de escape, mas ele não me amou, não merece minhas lagrimas a única pessoa que as merece estará comigo pra sempre pulsando em meu peito.

O Lucas é lindo a mesma medida que é safado, quando eu estou perto dele meu alerta pisca, eu nunca fui muito de acreditar em intuições, mas alguma coisa me deixa receosa, pode ser o fato do banho de água ou da sua pose de "Esse cara sou eu" sabe, aquele homem que sabe que é lindo e usa isso a seu favor, ele é exatamente assim, eu fiquei com o Beto por dois anos, mas nesse período ele sempre me pareceu o tipo de homem perfeito, aquele príncipe que você sonha a sua adolescência inteira que concorda com tudo, não que eu ache isso ruim, mas em certos momentos nós queremos ver atitude ou opinião própria, eu não quero uma pessoa que concorde comigo o resto da vida. Agora o Lucas é diferente isso é obvio só em olhar pra ele, e sim eu me senti totalmente atraída por ele assim que o vi com aquele sorriso de lado secando meus seios na regata branca, ou me encarando boquiaberto comer framboesas, na madrugada que com certeza ele ficou com alguma mulher, mas isso não me incomoda ele é livre para ficar com quem ele quiser, eu que não vou cair na dele de jeito nenhum, depois disso eu não voltei a ver ele, mesmo morando na mesma casa, ouvi os funcionários falar que ele estava saindo muito cedo para trabalhar e voltando tarde, claro que ele está saindo pra curtir nem deve lembrar a minha existência, outra coisa que não me incomoda, agora o que importa é a vaga que ele disse ter na empresa, é uma empresa multinacional muito reconhecida, será ótimo para meu currículo profissional. Acostumar-me com as rotinas da casa não é difícil, se eu quero um copo de água sou servida em minutos, depois de responder um questionário de como quero a água, se com gás, gelada, misturada, fervida, congelada e assim vai tão diferente de como eu vivia, aqui eu tenho além da minha madrinha, varias pessoas me cercando e perguntando se eu estou bem.

Finalmente a sexta chegou e eu estou indecisa de como me vestir, não sei se um tubinho preto ou um terninho que quase nunca uso, minha mãe me dizia que mulheres prevenidas sempre têm um salto e roupas sociais, mesmo que não use como no meu caso, mas sempre aparece uma situação, como agora. Optei pelo vestido, como de costume está frio então para completar o look coloquei uma meia calça preta e um scarpin preto de bico fino, no cabelo fiz um rabo de cavalo e coloquei meu, sobretudo que é filho único na cor de creme, ele me deixa com a cintura acentuada por causa do cinto e tem vários botões na frente, olhei-me no espelho e sim eu pareço estar indo para uma entrevista.

      - Mary eu insisto, você vai com o motorista, depois do que te aconteceu assim que você chegou isso vai deixar eu e a Meire mais tranquilo – O Sr. Santiago falou pela quinta vez olhando pra mim fixamente. Dei um sorriso fraco, por que é impossível discordar dele.

      - E você está tão linda Mary, sua primeira entrevista como profissional de marketing, a sua mãe ficaria orgulhosa em te ver assim... – Minha dinda falou com a voz embargada secando as lagrimas antes de elas rolarem pelo seu rosto.

      - É só uma entrevista dinda. – Falei com um sorriso tímido e ela completou.

      - Não querida, isso é mais que uma entrevista é uma nova etapa da sua vida, e sim é motivo de orgulho depois de tudo que você passou, muitas pessoas não encontrariam forças para se formar, mas você fez isso. – O Sr. Santiago segurou uma de suas mãos e eles tiveram uma pequena troca de olhares.

(CONCLUÍDO) Vencendo Gigantes - Livro 1 Série Desafio. Onde histórias criam vida. Descubra agora