Capítulo 30

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Maryneth

A pior parte de sair da casa depois de discutir com o Lucas foi saber que ele nem ao menos se importou com meu estado, ou ao menos fingiu. Na primeira oportunidade ele entrou no carro e simplesmente ignorou tudo o que tivemos. Chorei tanto no taxi abraçada a minha madrinha que por um momento achei que morreria. Não imaginei que me sentiria assim de novo, depois de perder minha mãe de uma forma tão cruel, achei que estaria pronta para qualquer coisa. Passamos horas dentro do taxi passando pelo centro e enquanto eu chorava ela pedia para me acalmar e pensar melhor em relação a sair da casa. Pensei em sair de Curitiba, mas ela disse que iria comigo, e eu mudei de ideia. Apesar de saber que o Santiago estaria disposto a passar um tempo em minas apenas o período da minha gravidez, não acho justo que por problemas alheios eles sejam obrigados a mudar-se.

Depois de um tempo, minha única ideia foi ligar para a Lis que não hesitou em me ajudar, mesmo estando na casa do Gustavo ela me disponibilizou o apartamento.

Obriguei-me a comer e mesmo eu garantindo que estava bem, minha madrinha e a Lis não quiseram me deixar sozinha. Passamos a noite praticamente toda conversando e comendo doces que a Lis trouxe. E mesmo me distraindo o Lucas não saiu dos meus pensamentos por nenhum minuto. Não imaginei que me sentiria assim em relação ao Lucas, tão magoada. E mesmo eu que já fui traída me sinto pior apenas com suas palavras, tão frio e cínico, me tratando igual uma qualquer como ele mesmo jogou na minha cara.

Deitei na cama da Lis com minha madrinha logo que a Lis saiu. E mesmo eu tentando fiquei variando parte da noite enquanto as lagrimas teimosas continuaram molhando meu rosto. Então levei minha mente ao meu filho, tão pequeno e frágil. Pensei na ultrassonografia que eu vou fazer, pedida pela médica que minha dinda indicou e as vitaminas que às vezes nem me lembro de tomar. O primeiro ultrassom que eu iria com o Lucas e ele não fez questão. Chega de pensar nele. Prometi que vou pensar no meu filho e a melhor maneira de fazer isso é esquecendo o Lucas.

Acordo pela manha e não encontro minha madrinha em nenhum lugar do quarto. Espreguiço-me e levanto para procurar por ela ou algum bilhete. Assim que chego à cozinha ela está sentada no balcão com o celular. Sorri me aproximando e ela logo encerrou a ligação.

- Bom dia Mary! Tudo bem?

- Tudo. – Murmurei e fui até minha mala pegar minhas coisas para higiene matinal.

- Comprei pão e leite, achei que você dormiria mais!

- Não estou com muito sono. – Falei e pensei o quanto foi difícil dormir durante a noite. Mesmo que eu quisesse ficar na cama a falta de sono me obriga a levantar.

Fiz minha higiene matinal no banheiro da Lis e fui para a sala.

- Eu vou sair da empresa, dinda! – Falo com minha madrinha que me olha de olhos arregalados.

- Porque Mary? Agora que você está grávida o melhor é ficar na empresa da família onde vai ter assistência e suporte.

- Dinda eu não quero assistência de nada que venha do Lucas e eu já decidi, o melhor pra mim e meu filho é ficar longe dele. – Falo com desprezo que faz com que ela apenas concorde sem discutir.

- Vai dar nove horas... Você pretende ir que horas na empresa?

- Agora mesmo quanto antes eu fazer isso melhor. Vou tomar um banho rápido e vamos juntas, eu aproveito para passar no banco.

Tomei um banho rápido e coloquei uma calça Jeans com tênis e uma jaqueta. Assim que cheguei a sala para minha surpresa a Lis estava junto com minha madrinha.

- Lis...?

- Oi Mary, está melhor?

- Hum rum. –Murmurei.

(CONCLUÍDO) Vencendo Gigantes - Livro 1 Série Desafio. Where stories live. Discover now