Epilogo

184 16 3
                                    

Mais cedo, no último dia de aula foi dito que haveria um luau na praia no sábado à noite, para os alunos do segundo ano, para festejar o fim do ano letivo. Adam foi o primeiro a concordar. E falando nele, seu sorriso foi o mais reluzente de todos quando viu suas notas e o "APROVADO" escrito em azul na lista que foi pendurada no mural. Fiquei até surpresa quando ele me abraçou tão forte que me tirou do chão, agradecendo mil vezes pela minha ajuda.

Laura estava animada, e ficou mais de 40 minutos por chamada de vídeo tentando decidir a roupa que iria ao luau e falando em como seria no próximo ano. Suas expectativas estavam altas. Ela dizia que queria novos garotos na escola para poder admirar a "paisagem".

Coloquei um vestido longo esvoaçante e florido e fui até a praia com Laura, quando chegamos, pude ver de longe a pequena roda que se formava em volta da fogueira, o som de um violão, e o ar fresco das ondas. Avistei Adam na roda e sentei ao lado dele. Todos já estavam lá, cantando e se divertindo.

Eu fiquei pensando em tudo que havia acontecido desde a morte da minha mãe. Ter me separado dos meus amigos, apanhar do meu próprio pai, Adam ter virado um idiota, tantos coisas ruins que ouvi Matheus dizer ao meu respeito, a maldita festa, toda pressão de estudar e ajudar Adam e dar conta de tudo na minha vida sem surtar. Eu havia passado por tanto, e havia surtado tanto, que nunca imaginara sair desse ciclo.

Acho que tudo que acontece, acontece por um motivo. E sempre saímos uma hora ou outra de nossos ciclos tóxicos, na maioria das vezes com cicatrizes que vamos carregar para sempre para provar tudo que já enfrentamos nessa vida. E os momentos, os pequenos momentos com nossos amigos é o que vamos guardar para sempre.

Naquela praia, naquele luau, naquela noite, todos estavam felizes. Não havia problemas para se preocupar. Apenas uma boa música e a companhia de bons amigos. E olhando para todos ali em volta, e para a visão que eu tinha daquele maravilhoso céu cheio de estrelas, eu pensei em o quanto eu estava feliz, e como queria que minha mãe estivesse.

Enquanto olhava os milhares de estrelas que reluziam, eu pensei em algumas palavras a serem ditas a ela, e as guardei no meu coração, como se tivesse escrito mais uma vez em meu diário.

Dessa vez, o clichê da mocinha com o bad boy não aconteceu. E eu não poderia estar mais feliz de ter Adam como meu amigo novamente. Eu sei que não é um final digno de choro ou de um romance famoso, mas até aqui, é o melhor final que essa história poderia ter.

Lembranças Perdidas De Uma Garota QualquerWhere stories live. Discover now