"Capítulo X"Joana D'arc -

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Palestra por Zenit


Um nefasto príncipe negro, surge na história da Espanha, patrocinado pelas cruzadas do astral inferior, compactuado com milhares de outros da sua estirpe, para dar sequência às Cruzadas na Terra. Foi ele um curto-circuito nos fios da vida, principalmente dos espanhóis. O sangue, para ele, era como um bom vinho na horada ceia ou nos festejos das suas crueldades. Era insensível aos apelos de mães e filhos, parentes e amigos dos condenados, e até mesmo de reis, que tremiam ante o seu poder. A crueldade petrificou-se nesse ser de modo indescritível. No ano de 1420, abre os olhos nas terras de Espanha esse agente das trevas, para presidir os tribunais das sombras e julgar os hereges. 

Para que o sofrimento não pesasse demasiadamente nos ombros dos sofredores, os Céus se abriram e desceu uma estrela em forma de mulher, com o nome de Joana D 'Arc. Foi vítima de todos os sofrimentos, nas asquerosas mãos dos inquisidores inescrupulosos: foi vilipendiada, cuspida, maltratada e encarcerada. Submetem-na à fome, à nudez, à convivência com insetos, répteis e batráquios. Foi retalhada como se fosse um animal no açougue, foi vendida por cem francos, como acontecera ao Cristo pelas mãos de Judas. Foi interrogada pelos mais brutos representantes das sombras, e em todos os diálogos os vencia com a maior simplicidade, nunca negando seu ideal, dizendo ser enviada de Deus e que conversava com Anjos e Santos, que ouvia vozes da parte do Cristo, que ensinava a doutrina da Serenidade, da Moral, da Verdade e da Paz. 

A ignorância sempre apela para a violência, quando se encontra perdida nas evidências dos fatos. Foi julgada como feiticeira, herege de primeira linha, prostituta das mais baixas e escória das mais imundas mulheres que pisaram à Terra. Foi abandonada pelos seus maiores amigos, dentre os quais aquele a quem ela tão bem serviu - o rei de França. Enfim, o seu destino foi a fogueira. As suas ideias não sofreram com isso alteração alguma. Antes, eram multiplicadas através dos próprios algozes. Objetivando submeter cada vez mais as populações, os escritores da época fizeram relatório que enviaram para meio mundo, onde suas ideias prevalecem, para ser lido nas praças públicas, principalmente nos dias de festas. Em vez do povo se assustar com as atrocidades, muitos cresceram em ânimo, ao lado da vítima, marcando-a como heroína, e a fé enraizou-se em muitos corações. Joana fez tremer os alicerces da escuridão consciencial dos inquisidores, o que aliviou um pouco a severidade nos tribunais. 

Os que mofavam nos cárceres, nas masmorras e nos porões do Santo Ofício, cresceram em coragem e em disposição de ânimo, pois a esperança transforma a alma, como a anestesia favorece o corpo que vai sofrer os cortes do bisturi. Nenhum dos Espíritos de alta categoria vem ao mundo para tirar todo o sofrimento da humanidade. Como a água que tomamos hoje, sabendo que amanhã teremos sede novamente, surge como alívio, orientando-nos no sentido de encontrarmos a verdadeira fonte, em nós mesmos. A perseverança no Bem e a persistência no ideal serão a pedra angular da nossa vitória. Não poderemos dar outra direção ao barco, que não seja a do caminho seguido pelo Cristo. Haveremos de desconhecer o medo e fazer-nos ausentes na luxúria. Não haveremos de nos alimentarmos com determinados hábitos, porque eles são caminhos para os vícios, e deveremos nos postar em sentinela diante das extravagâncias. Ores guardo maior haverá de ser conosco mesmos, nas intenções, na formação dos pensamentos e na liberação das ideias nos atos diários. É bom que saibamos que a eterna vigilância é o sopro da felicidade. Melhor ainda será que reforcemos este assunto. Vós sois duas centenas de sementes lançadas na Terra, que alguém vai ter o cuidado de plantar, em nome do Cristo.

 Ele é o Jardineiro dos Céus, que não se esquece dos jardins do mundo, para que no amanhã o Reino da Luz floresça e se confunda nos corações dos homens. Vamos encontrar nas batalhas terrenas homens cuja convivência não suportaríamos, senão fosse a fé, dada a sua prepotência e crueldade, pois sentem desprezo pelos simples e humildes e consideram escravos os que nada possuem. Para falarmos-lhes, será necessário ter muita fé, muita humildade e, acima de tudo, o perdão vibrando como sol em nossos corações. Em nosso caso, quem não perdoar, nada realizará. Seremos considerados por eles desocupados, maltrapilhos, fora da lei; criarão uma tortura mental para nós outros, porque, em matéria de maledicência, eles são versáteis e na crítica, hábeis mestres. Vigiemos, para que não entremos em comunhão com eles. Por sermos considerados indignos de atuar junto à juventude, como escola de aprisionamento de consciências, que usa a magia negra para fazer prodígios, seremos jogados contra as famílias. As religiões estão deixando escapar a essência da Verdade e a Moral Evangélica toma destino ignorado. 

Dama da NoiteWhere stories live. Discover now