"Capítulo XXVIII"Mulheres

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A mulher é o fogo ardente. Ela é o gume afiado danavalha." Budismo: "As mulheres são ciladas que odemônio inventou para os homens, a mais perigosa detodas as paixões que cegam a mente do mundo." No Islã, muito embora o Alcorão ordena diferente,as mulheres são tratadas como objetos: os maridospodem ter 4 mulheres, mas elas só podem ter ummarido. Na cultura religiosa chinesa as mulheres eramchamadas de "águas de desgraça". 

 Os gregos olhavam para a mulher como umacriatura sub-humana, inferior ao homem. Não há como negar o sol para as mulheres, porqueesta pede licença, estão em todos os setores dasociedade, por méritos. Deus usa de tanta misericórdiaconosco. Aprendamos também a usar a misericórdia com os outros, especialmente aqueles que sofrem.Vamos olhar para um retrato feminino muito maisdigno, mais lindo. É o retrato da mulher que tem grandevalor diante de Deus, uma mulher em quem a vida deCristo se manifesta no contexto do lar, uma mulher quese submete e respeita o próprio marido. Submissão éalgo voluntário, não no sentido de opcional, mas quetem que brotar no coração da mulher. 

 As mulheres de hoje sempre procuram homenscarinhosos e companheiros em todas as horasprincipalmente com relação a casa, e muitas vezes atéencontram e esta união vira algo divino pois ambospassam juntos as tribulações diárias em suas profissõese depois em casa, neste momento juntos podem trocar asexperiências do dia, conversarem sobre outros assuntosenfim aumentar o laço entre eles... 

Os dias na floresta não tinham nada de especial paraas moradoras da sociedade, passavam os diascultivando ervas, perfumes e magias. Para os maisjovens, tudo era novo e apreciável. As meninas desdepequenas eram criadas e educadas dentro dos conceitosda pura moral e do amor aos outros, o respeito mútuo éo que definiam quem seria ou não futuras damas danoite. Não pensem que tudo era fácil e que todas que alichegavam ficavam. Muitas mulheres abandonavam oaprendizado e vão ao mundo em busca da vida"normal", algumas em busca do amor tão cobiçado e do príncipe almejado. Os ensinamentos da sociedade eramrígidos com as que seriam componentes de uma causasolidária, apenas o sofrimento passado ou uma lamadesprendida da ilusão se tornava uma dama.As jovens que ali chegavam, muitas delas traziamem seu ventre o fruto do estupro, da violênciadoméstica, do abandono. As crianças eram tratadas como melhor, recebiam amor, educação. Elas erammantidas em grupos separados das outras que alichegavam adultas, adolescentes ou idosas. Sabíamosque não podíamos impor a nossa tradição do grupo, enem serem impostos como sendo obrigadas a engolirlutar pelas causas alheias, ser abnegados em benefíciodos outros. Orientamos elas a não tirar o feto, eexplicamos as consequências espirituais e , se elas osrejeitam depois do nascimento, simplesmente, nos osafastam do seu convívio, das suas genitoras. No íntimode cada uma a dor, a saudade de alguém amado quefora deixado para trás doía no seu coração, e pelaprópria segurança tinha que apagar das suas mentes orosto daqueles que foram amados em tempo passado. 

Avida de cada uma que ali chegava era respeitada eguardada por todas, muitas trocavam de nome e suasorigens, muitas vezes iam para lugares longínquos comas caravanas dos ciganos que ali passavam. Uma coisaque todas sabiam que ali era um lar, para todas. Paravocê que está lendo esta narração pode perguntar, ouaté não saber. É claro que estupro sempre existiu, desde que o homem deixou de usar o sexo para além dareprodução. Dito tudo isso, o mais importante é tentarsalientar a partir de quando o estupro se tornou umfenômeno social odiado e escrachado pela sociedade epelo próprio indivíduo vítima. Nas cidades europeias existiam um contingenteparticularmente grande de mulheres tidas como"disponíveis", não tratava-se de prostitutas ou algo dogênero, mas simplesmente de mulheres disponíveis aviolação, ou seja, o estupro. Mães abandonadas,temporariamente ou não, viúvas, donzelas solteiras,solteiras não donzelas, moças etc. 

A violação decrianças era um crime social muito grave, porém, muitocomum. Por isso, o casamento de meninas menores de14 anos era excepcional – claro que dentro disso tudo,havia outras funções sociais, funções sociais essas queapresentam mais alguns detalhes sobre aquela época. Infância e adolescência são termos que conhecemoshoje e que distinguem períodos da vida de uma pessoaaté a idade adulta, termo mais utilizado a partir doséculo XX. É claro que no século XIV e XV nãoexistiam nem os sentimentos de infância e nem o deadolescência, mas, dependendo do período da vida deum garoto, ele recebia uma punição diferente por seucrime de violação, o que equivalia também para amenina/mulher.

No caso, tanto a idade da garota como ado garoto influenciavam na pena a partir de seu crime,no caso do estupro/violação, obviamente. A maioria das mulheres que sofria com esse tipo de crime eramsolteiras, porém, isso não salvava as casadas,principalmente as que o marido estava fora por algumtempo ([lembrando que estamos falando de camponesese que os mesmos tinham jornadas de trabalho quepoderiam ir além de 18 horas por dia, dependendo daépoca). Socialmente, essas moças violadas pertencemàs camadas humildes da sociedade: servas, criadas,filhas e esposas de camponeses e assalariados têxteis.

 E, por que as camadas humildes eram as mais afetadascom o delito de violação? Bem... é um tanto óbvio:quem que vai estuprar a esposa de um Sr. de Terras? Oestupro, naquele período, cometido contra humildes,tinha penas curtas, multas curtas. Naquela época, ahonestidade de uma mulher era relacionada com seustatus. Ou seja, quanto mais pobre, mais tratada comoum simples objeto ou animal. Essa mulher era, afinal, aesposa de um camponês e não podia querer ter a mesmahonestidade da esposa de um burguês.

 As mulhereseram praticamente "caçadas". As vítimas preferidaseram as noivas em véspera de casamento, pois havia odoentio pensamento de que o mundo teria uma mulhera menos para uso comum. Vale lembrar que muitasviolações eram coletivas, o que torna isso mais nojentoainda...Mulheres separadas do marido também eram tidascomo as mais desonestas. Mesmo que o marido tenhadado o consentimento da separação e os pais também.

Afinal, os rapazes que caçavam para violar, viamqualquer coisa como desculpa, com o pensamento deque, "se a pessoa era desonesta deveria quase agradecerpelo serviço que os rapazes faziam". Também eramprocuradas as mulheres que trabalhavam de casa emcasa, não me refiro às prostitutas, mas, às diaristas, que,muitas vezes eram imigrantes e, como tinham taltrabalho, acabavam sendo vítimas de um contingenteenorme de bisbilhotice e mexericos alheios, acabandoassim por se tornarem vítimas desses homens.

 Comtodos esses problemas que as mulheres tinham em seutempo presente, começa na Europa uma luta pela ordemmatrimonial. Ordem matrimonial essa que viria afavorecer a prostituição, já que a prostituição evitaria asviolações, já que era consentida e remunerada, mas issoé história para outra hora... 

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