" Capítulo XVIII" Inquisidores agem

416 33 0
                                    

A noite, no horário combinado, Sarah e Tingia,seguiam Madras, ela circulava pelas ruelas da vila eentrou num portão que se escondia entre duas árvores.  

 — Sarah, daqui não passamos, ali é casa doinquisidor Rafael, se entrarmos corremos perigo, queriasaber o que ela faria ali. 

 — Tengia, precisamos descobrir, essa mulher éperigosa, todos sabem que ela é do mal.  

— Sim, sabemos, mas se formos a fundo podemospôr tudo a perder, ficaremos aqui, vamos ver até quehoras ela fica lá. E assim ficaram escondidas atrás domuro de um prédio, e viram quando Haras seaproximava, viram quando ela abria o portão.Uma mão a segurou. Haras sentiu que alguémsegurou sua mão, estava gelada, mas sabia ser uma mãofeminina.

— Não! Haras, daqui você não passa! Haras se virou e deu de cara com Tengia. 

 — O que faz aqui Tengia, e você Sarah? 

 — O mesmo que você! Ela puxou a jovem senhorapara atrás do muro e dali puderam ver quando oInquisidor Rafael, beijava Madras. Tengia quase soltaum grito de pasmo ao ver a cena, se não fosse por Saraheles a haviam descoberto. Naquela noite, elas estavamcomeçando a deslumbrar o mundo de Madras. Às trêsmulheres, se puseram a caminho de casa, caladas. Equando chegaram na sociedade, foram ao escritório,precisavam conversar, e foi quando Zenit entrou. 

 — Onde vocês estavam? ou melhor, de onde vieram,o que viram, parece que assistiram uma cena de horror?Uma olhou para outra e foi Haras quem falou: 

 — Fomos seguir Madras, ela foi ter com oinquisidor Rafael, ficou lá um tempão e ainda o beijouna despedida, sabes algo que não sabemos?

 — Vamos ter que fazer algo, antes que o pior venhaacontecer, Sarah, procure o Inquisidor Rafael e diga-lhe onde mora  Madras, diga que tem que ser feito omais rápido possível, ainda amanhã de manhã, corra, vai até à carruagem, vai ter alguém lá que te levará até ele,cuidado, pelos caminhos, não pare para ninguém, nemque ser alguém deitado no chão, pode ser armadilha,seja firme e segura... O melhor é não olhar para fora. Eassim Sarah o fez. 

 — Haras preparem todas as meninas, todos precisam estar preparadas desde muito cedo, tirem todas daqui,sabem onde levar, não quero nenhuma dama nestelugar. Tengia vem comigo, precisamos fazer uma coisa,que só você pode me ajudar. E assim, cada uma foi paraonde foi designada. Ao amanhecer, o lugarestava um silêncio, e Tengia com Zenit, estavam naestrada que passava em cima da propriedade, ela tinhauma torre de onde podia avistar tudo. Foi quando viramum imenso grupo de homens armados, vindo emdireção a sociedade.Sarah fez o que Zenit falou, seguiu sem parar, sabiaque se não obedecesse, entraria em confusão, Zenitsempre foi uma mulher preparada, lutou bravamente,com um grupo de soldados, que quiseram matarciganos. Ela tinha poderes que muitos desconheciam,tinha uma poderosa intuição, tinha a visão do futuro.Sarah chegara ao destino, para onde havia sidodesignada, a casa de Rafael o inquisidor, ele aesperava, parecia saber que algo não estava bem. 

 — Sarah, fique aqui, o que vamos fazer, você correrisco, então não saia deste quarto, para não ser alvo. Oquarto era todo fechado, parecia de vidro encapado,tinha uma luz azul, não se via do lado de fora, ele saiu efechou a porta por fora, Sarah viu ser melhorobedecer, então sentou-se na poltrona, e ali encontrouum livro e resolveu ler, não era grosso, mas o queencontrou a assustou. Ela lia isto..." E ela se fez viva,ela que fora o mal, estava na terra, se fizera de almas bondosas, de trevas se obscureceu. Nascida dadificuldade de sua genitora, um mago a trará para vida,em meio da magia se fortalecerá. O pai em busca dafelicidade a trará para o ventre. Ser escuro, de diversasmoradas de sangue, de dor. Será a perdição de muitos" .Sarah fechou o livro de poucas linhas escritas a mão,parecia que alguém começou a escrever e parou. Elacolocou ele de volta na mesa ao lado da poltrona.Geovane, deu entrada na casa de Madras com algunshomens encapuzados, eles estavam com armaduras deaços, estas foram blindadas com prata, o capuz envoltosem metal de maleável de prata. A encontraramdormindo, e de imediato a prenderam dentro de umaroupa de metal, ela parecia morta, estranharam, masnão ficaram pensando, fecharam e deixaram abertosapenas os furos da respiração. Saíram dali de imediato,não foram vistos por ninguém, da mesma forma queentraram na calada da noite, onde só as corujas piavam.Os soldados em frente à sociedade, batiam no portão,apenas uma senhora os atendeu, era a anciã das damasda noite. 

 — Bom dia senhora, precisamos falar com a senhoraHaras. 

 — Ah! Senhor me desculpe, a senhora que procurasnão está aqui, foi em viagem com todas suas alunas, evoltará apenas no próximo mês, viajou para Madrid,apenas eu estou aqui para tomar conta do lugar. 

 — Tens o endereço do local?  

— Não tenho senhor, sou apenas uma empregada,ela não deve satisfação para mim. 

 — Vou deixar meu endereço, para quando ela voltarme procurar. Podes fazer isso senhora?

 — Sim, senhor. 

 — Obrigado. E saíram, ela percebeu que ficouchateado. Ouviu quando ele falou: 

 — Aquela mulher mentiu, vou verificar se ela estáarmando, pego ela. Enquanto isso, outro grupo dehomens armados, chegam à porta da sociedade e logodá voz de prisão aos soldados que ali estavam. O chefe, vai até à senhora. 

 — Bom dia minha senhora, tenha um bom dia! Saiucom a tropa. Ela aliviada, olha em direção a torre, sabeque lá está sua senhora, e que foi liberta. Na torre, àsduas mulheres se abraçaram aliviadas... Deus mais umavez as protegia, Tengia agora entendia tudo, sentou-se eficou olhando a paisagem, a floresta, lugar que passouboa parte da sua vida, agora seria sua moradanovamente.No centro da floresta, um grupo de mulherescaminhava em fileiras rápidas, tinham que chegar logoao esconderijo. Estavam quase lá. Haras se movia comtanta esperteza que muitas delas admiravam suaagilidade.O inquisidor Rafael, queria saber o que deu errado. Madras garantira que Haras era bruxa, no entanto, ela viajara em grupo, para ensinar suas pupilas,  ela deveria estar enganada. Entrou na sala, onde várioshomens estavam presos em suas celas, quando Geovaneo viu foi logo falando: 

 — Rafael, me solte, você cometeu um engano. O homem a olhou e nada respondeu, foi para a sala aolado onde Madras estava, foi com surpresa que a viuolhando pelos furos da armadura. 

 — Você me paga desgraçado, aliás você não podeme fazer mal, ninguém pode. Vou sair daqui, e vou tematar velho nojento. Ele olhou para ela, e nãorespondeu, ignorando-a e saiu. De longe ele ouvia seusgritos praguejando-os...Sarah, que acabara de acordar, lembrava que nãoestava em sua casa, queria saber de tudo, mas ninguémvoltou desde o momento que deixaram ela presa ali,após Rafael a ter trancado no quarto. 

Deu uma volta aoredor do quarto, mas nada que viu tirou suapreocupação. Longe dali. Haras chegava em seu destino, asmeninas mulheres, a acompanhavam, e entraram nacaverna que ficava por detrás de uma grande árvore, oque veriam logo mais todas se surpreenderiam. Umagrande porta, de uma construção magnífica nas pedras,se abria para um grande corredor, com alojamentoscom  conforto. Os quartos não eram tão grandescomo na sociedade, mas tinham o que precisavam, issoa deixavam felizes. Todas uma a uma, foram seajeitando, ninguém reclamou ou se desagradou, a união das damas eram uma coisa única. A fé que tinham emDeus a faziam orar e agradecer tudo que tinham, elastinham uma missão e cumpriam, a liberdade em paz eratudo que queriam.

Dama da NoiteWhere stories live. Discover now